capítulo 30

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Capítulo por Lennon

📍Rio de Janeiro - 2022

- Você não vai entrar? - perguntei, sentando em uma pedra do lado da Aya.

- Não.

- Por quê?

- Tenho medo, principalmente por não conseguir ver o que tem dentro dessa cachoeira.

- Tem nada não, sobe nas minhas costas. - Ela negou. - Qual foi, não confia em mim?

- Confiar eu confio, mas eu não quero.

- Quer sim, vem. - Levantei, e ela me olhou com tédio, então levantou e tirou a blusa, ficando só de biquíni.

Fomos andando pra dentro da cachoeira, e quando a água estava batendo abaixo do peito da Aya, ela prendeu o corpo no meu.

- Lennon, se você me soltar...
- Relaxa, preta. - Ficamos ali só uns minutos, já que Aya é medrosa e tava cismando que ia sair uma cobra gigante da água, tal qual o filme Anaconda.

- Mulher desse tamanho não sabe nadar, é brincadeira - Juliana comentou, rindo.

- Normal, eu também não sei nadar. - Minha mãe comentou, e Nalu ficou sem graça.

- Tá ficando tarde, pessoal, vamos embora. - Disse meu pai.

DIA SEGUINTE

- Amor, vem comigo. Outro dia você pega um final de semana com a sua família. - Juliana queria que eu voltasse com ela e a acompanhasse em um evento.

- Não dá, amor. Eu vim pra ficar com a minha família, você sabe que é difícil ter um momento assim com eles. - Cruzou os braços, ficando de cara feia.

- Você nunca pode me acompanhar, né?

- Vai começar? A gente passou a semana toda juntos, deixa de ser egoísta, Juliana! - Ficamos discutindo por um tempo, e depois ela foi embora.

Tá difícil achar uma maneira de fazer isso dar certo, e cada vez mais que passa eu tenho pensado se é o certo eu voltar com ela.

21:33

- Você nunca namorou? - Perguntei, curioso. Eu e Aya estávamos deitados do lado de fora da casa, aproveitando a noite e conversando.

- Já namorei uma vez.

- Foi bom? - Perguntei, e ela riu.

- Assim... eu tomei um chifre, né. Me senti mal pra caramba, mas o relacionamento em si foi "tranquilo", tirando a parte da traição.

- Aí você nunca mais amou de novo?

- Eu nunca amei ele, eu achava que era amor, mas tava longe de ser isso. A verdade é que eu acho que não nasci pra isso.

- Talvez você não encontrou a pessoa certa, pô. - Dei um sorriso de canto involuntário, e ela riu.

- Talvez eu encontrei - Disse baixinho e me encarou por alguns segundos. Me perdi no seu olhar, era impressionante como a Aya conseguia prender a minha atenção.

- E você encontrou a pessoa certa? A Nalu é a pessoa certa da sua vida? - Quebrou a tensão, desviando o olhar.

- Eu achei que tinha encontrado, e que ela era essa pessoa, mas cada vez que passa eu vejo que não. - Não era mentira, a Nalu já foi a pessoa que eu tinha certeza que ela era a mulher da minha vida, mas desde que a Aya voltou, essa certeza tem caído por terra.

- E ter filhos, você tem vontade? - Perguntou.

- Meu sonho sempre foi ser pai. Imagina que foda deve ser construir uma família. Você não tem vontade de construir uma família?

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