capítulo 40

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Capítulo por ayana

📍Rio de janeiro - 2022
🗓️ Segunda-feira

Combinei com a galera do Lennon de fazer uma festinha surpresa para comemorar seu aniversário, mas antes disso, precisava distraí-lo. Pensei em levá-lo para um restaurante italiano incrível, de uma conhecida, com uma desculpa para passar um tempinho.

- Deixa eu puxar a cadeira pra madame - falei, puxando a cadeira para ele se sentar.

- Ah, coe ayana - riu e sentou na cadeira - Então, esse era o lugar que você queria me trazer? - perguntou, olhando ao redor com uma expressão divertida no rosto.

- E aí, tá ruim?

- Tá maluco? Podia ser em qualquer barraquinha que, se fosse contigo, tava bom - disse ele com um sorriso no rosto e eu fiquei como? Dei um sorriso igual o Coringa, toda sem graça. Eu nunca sabia como reagir a elogios, principalmente quando vinham dele. Ele sabe disso e sorriu mais ainda quando percebeu.

- Todo besta, né? Até parece que é assim mesmo - dei risada tentando não demonstrar nervosismo.

- É por isso que não pode dar moral pra gente feia - deu de ombros e eu dei um chute disfarçadamente nele por debaixo da mesa e ele resmungou - Agressiva. Vamo chamar o garçom.

- Deixa eu ver - percorri meus olhos pelo lugar e parei nele, o garçom tatuado que estava ali por perto, mas não pude deixar de notar o quão gatinho ele era. Maior postura... Um sorriso travesso involuntário se formou na minha boca, parecia que ele também tinha percebido minha presença - Achei um - comentei enquanto acenava para o garçom vir até nós.

- Boa noite, em que posso ajudar vocês? - disse o garçom.

- Boa noite - Lennon comprimentou ele, arrumando a postura e cruzou os braços.

- Você poderia nos recomendar uma entrada diferente, mas que seja gostosa? - perguntei sorridente.

- Temos um delicioso carpaccio que é bastante popular aqui. É uma opção leve e tenho certeza que vocês vão gostar - sugeriu, com o olhar fixado em mim.

- Ótimo, vamos querer o carpaccio então. E para acompanhar, quais drinks sem álcool, mas que sejam marcantes, você sugere?

- Tenho duas opções que são bastante refrescantes. O Fabuloso Sunrise, um mocktail com suco de laranja, xarope de grenadine e um toque de limão, e o Refrescante de Verão, preparado com hortelã fresco, suco de abacaxi e limão. Qualquer um desses vai cair bem nesse clima quente que tá o Rio - sugeriu.

- Então pode mandar um de cada, por favor - concluí, e ele agradeceu saindo. Então, voltei meu olhar para o homem à minha frente, que me encarava com o maxilar trincado, e eu franzi o cenho.

- Que foi, garoto? - perguntei, e Lennon respirou fundo antes de falar.

- Cara abusado, mané! Tá vendo que você tá acompanhada e nem sequer cogita a possibilidade de que você pode namorar ou algo assim.

- Ué, mas ele estava nos atendendo normal - dei de ombros.

- O mano tava flertando contigo, aí na maior cara de pau, e ele atendeu só você. Tu nem me perguntou o que eu ia querer e pá - terminou de falar, e ele ficava um pecado assim, sério, com a maior cara fechada. Deus... me dê discernimento essa noite.

- Ah, Lennon - dei risada achando graça da situação - Ciúmes uma hora dessa?

- Que ciúmes? - debochou.

- Ah, tá. Que não é ciúmes. Desculpa, bê, por não ter perguntado se você queria, mas... Que cara gato tá.

- Gato ? - deu risada sem humor - Bonito sou eu. Esse cara aí parece que foi atropelado por um caminhão - terminou de falar e eu gargalhei.

- Coitado - dei risada.

- Então, amanhã sai a perícia do restaurante, né?

- É...

- Dependendo do resultado, o que tú vai fazer? - perguntou.

- Dependendo do resultado, não. O resultado é um só!

- Ah, tú trabalha pra perícia agora e eu não tô sabendo, pô - deu risada.

- Não, mas enfim... O meu lugar é o restaurante, e eu vou levar isso até o final - soltei um sorriso sincero. Isso não era mentira. Por mais que, nos últimos anos, eu tenha dedicado minha vida ao restaurante, esse lugar é o que me rege de verdade. Não tem ninguém que me faça mudar de ideia, por mais dos percalços que o Pedro botou no meu caminho. Vou levar isso até o fim, pode entrar quem for no meu caminho - concluí.

Depois de um tempinho, o garçom gato veio trazer o pedido da entrada. Lennon fez gracinha dizendo que não gostou do pedido e pipipopo, mas eu sei que, no final, era mais birra do que tudo. Carpaccio pode parecer estranho, mas quem experimenta sem preconceito se apaixona.

Agora, terminamos de jantar. Eram mais ou menos umas 22:33, e só faltava a sobremesa, mas o Léo já tinha me enviado mensagem dizendo que já podíamos ir para o local da "festa surpresa".

- Não, Lennon, sem sobremesa. Vamo embora.

- Por quê? Não, Ayana, vamo pedir um doce - disse Lennon, e eu apontei para o garçom vir até nós.

- Amigo, traz a conta - pisquei e olhei para Lennon, que me olhava como se pudesse me matar. - Para de ser zoiúdo, cara. Acabou de amassar maior pratão, eu hein.

- Que prato, Ayana? - cruzou os braços, me encarando. - Como é que a gente janta e não come uma sobremesa? - Fechei os olhos, respirando fundo, colocando a mão no rosto, pensando em como esse homem era resmungão.

...

- Já tá chegando? - perguntou, observando enquanto eu dirigia.

- Ih, caralho!!! Puta merda, Lennon, para de me pressionar - respondi estressada. O Léo arrumou uma casa no meio do nada e parece que eu tô perdida.

- Boca suja.

- É lógico, você fica me estressando.

- Mano, você nem sabe onde estamos. Eu falei pra tu me deixar dirigir, mas você não ouve.

- Lennon, de boa, pelo amor de Deus, você é muito chato - parei em uma rua e saí do carro, estressada, ligando para o Léo, que atende imediatamente

📞 Léo

- Onde caralhos é esse lugar, Léo? Não tô achando nem por nada.

- Onde você tá?

- tô em uma rua aqui. Só sei que o número final é 658.

- Então a casa é 712. Tú tá pertinho. É só você continuar em frente, pô. tá vacilando aí.

- Você que passou o endereço errado, Léo. Eu hein.

- Mas agora segue esse e vem confiante que vai dar certo.

- Tá, tchau.


Chamada encerrada.

Entrei de volta no carro e olhei para o Lennon.

- Agora a gente chega nessa merda.

- A gente tá indo aonde? Tamo tentando encontrar o portal das Crônicas de Nárnia? - disse Lennon e eu dei risada.

- Tá parecendo mesmo - gargalhei de nervoso.

- Tá parecendo mesmo - gargalhei de nervoso

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Velha infância | L7NNON Where stories live. Discover now