Velha infância | L7NNON

capítulo 37

Capítulo por Lennon

📍 Rio de Janeiro - 2022
🗓️ Sexta-feira /pra sábado

Depois que eu levei Ayana para casa, fui direto para o estúdio e em seguida vim para a gravação de um clipe. Como já estava tarde, a gente vai terminar só semana que vem.

Agradeci por isso, já que Juliana me ligou umas horas atrás avisando que voltou de São Paulo mais cedo. Então pedi para ela ir lá pra casa para conversarmos. Hoje mesmo eu resolvo essa situação.

- Valeu aí, rapaziada, tô metendo o pé - fiz um toque com os caras.

- Qual foi, irmão? Tu não ia pra vitrine? - Léo me perguntou.

- Pô mano, a Juliana chegou mais cedo de SP e tô indo embora resolver aquela questão, tá ligado? - respondi.

- Jaé, irmão. Vai com Deus. Boa sorte com a fera - dei risada e fui embora.

...

- Oi, amor - disse Juliana assim que eu passei pela porta.

- Achei que você fosse voltar domingo - ela negou com a cabeça e veio até mim, me dando um selinho e impulsionou para me dar um beijo, mas eu recuei.

- Que foi? - perguntou fechando a cara.

- A gente precisa conversar primeiro - respondi colocando meu celular na mesa.

- Sobre o quê?

Respirei fundo antes de começar a falar. Esse tipo de conversa é desconfortável pra caramba.

- Já tem um tempo que eu tô pensando e eu tenho certeza que essa vai ser a melhor decisão para nós ach-

- Lennon, não começa - me interrompeu fazendo cara de tédio - vai tomar um banho pra gente ir deitar - virou as costas indo em direção ao quarto.

- Tá vendo como você é? Eu tô tentando conversar contigo na boa, mas você não deixa eu terminar, cara! - Nalu parou no meio do caminho e voltou para a sala - Juliana, acabou. Pra mim, já deu e isso que você acabou de fazer é um dos motivos pelo qual isso aqui nunca vai dar certo.

- Porque disso agora? Me explica - soltou um suspiro nitidamente estressada.

- Isso aqui que a gente tem não tá mais funcionando.

- Isso não é explicação, Lennon! - aumentou o tom de voz - Tá tudo dando certo.

- Pra você realmente tá tudo bem. Eu faço tudo que você quer, e no final recebo mais e mais cobranças.

- Que cobranças? Lennon, eu tô grávida de um filho seu, Inferno - deixou algumas lágrimas caírem - Você acha isso justo? ACHA QUE ISSO É ATITUDE DE HOMEM?

- Juliana, fala baixo, vamos conversar igual dois adultos. E o meu papel como pai, você pode ter certeza que eu vou cumprir da melhor maneira. Agora, o que não é justo é eu continuar com você por pena. Isso não é justo - respondi com calma e ouvi meu telefone tocar. Juliana, que estava mais próxima, pegou e mexeu em alguma coisa, depois desligou o celular.

- Quem tava ligando? - perguntei.

- Não era ligação. Essa sua decisão... Tem outra mulher, não tem? - perguntou, e eu impaciente passei a mão no rosto. Juliana soltou um suspiro, dando uma risada sem humor - Foi ela que te induziu a isso, não foi?

- Ela quem, Juliana?

- Aquela vagabunda da sua amiguinha. Lennon, eu juro que se eu descobrir que você e essa desgraçada estão juntos, eu saio do Brasil e meu filho vai junto - apontou para mim, e eu franzi o cenho, travando o maxilar sem acreditar no que eu estava ouvindo. Envolver a gravidez nisso é golpe baixo.