capítulo quatro.

59.7K 4K 2.3K
                                    

Rita ⛅

Escutei alguém batendo na porta e fui abrir, enquanto o Davi tomando seu suco de melancia, eu odiava mas ele gostava e eu era obrigada e sentir o cheiro.

Izadora: Oi ami, tô atrapalhando? - Neguei, abraçando ela.

Rita: Entra ai, qual o papo? - Falei voltando pra mesa e ela fechou a porta, entrando.

Iza: Aí nega, briguei com a coroa hoje.- Falou fazendo carinho na cabeça do Davi.- Como tu tá, meu moleque?

Davi: Tô bem, tia. Quer suco de melancia? - Ofereceu e a Iza fez cara de nojo.

Iza: Ai bixo, se fosse cerveja eu até aceitaria, mas suco quero não, ainda mais desse nojo...- Eu ri, vendo o Menor fechar a porta do quarto e aparecer na cozinha.- Boa noite.

Menor ignorou a fala dela, ao menos olhando pra cara de ninguém, Iza me olhou e eu neguei com a cabeça, olhando pro Davi.

Rita: Já terminou de comer, amor? - Ele assentiu, se levantando.- Vai lá tomar banho então.

Davi: Tá certo.- Colocou o prato e o copo na pia, indo pro banheiro.

Iza deu um tapa na bunda dele e eu me levantei, colocando meu prato na pia também.

Rita: Quer, amiga? - Ofereci refrigerante a ela que negou.

Iza: Mas deixa eu contar. Cheguei tarde pra caralho do trampo hoje né, tinha umas clientes chatinha lá e eu tive que ficar, ainda tive que esperar o ônibus que lotou. Tu acredita que dona Tâmara veio cheia de razão dizendo que se fosse pra ficar chegando tarde, era melhor nem ir pra casa?

Rita: Ih amiga, que mola do caraí! E quem banca aquela casa é tu.- Coloquei meu copo na pia.

Iza: Pois é, cara! Tô puta, mas não falei nada né? Continuei no respeito, mas ô, tô cansadona. Se eu sair dali quero ver qual macho vai bancar ela.

Rita: Pensa bem, tu só tem a ela e ela só tem a ti, tu sabe como mãe é chata pra caralho.- Sorri fraco, vendo o Menor saindo da cozinha com o prato na mão.- Cabeça quente só dá confusão.

Iza: Tenho nem paciência pra cuidar do meu cabelo, imagina pra aturar essas coisas...- Falou colocando seus cachinhos pro lado e eu sorri.- Mas e tu?

Rita: De mal a pior.- Falei baixo.- Eu não sei quando esse inferno vai acabar, mas eu tô segurando tudo, pelo Davi.- Falei olhando pra ela.

Iza: Amiga, tu tem mesmo é que fugir. Corre pra mais longe que tu puder.

Rita: Com que grana, Iza? Ele não me dá dinheiro, nem me deixa trabalhar porque ele sabe que se eu arrumar uma boa grana, eu vou embora. Se fosse só eu, eu já estaria muito longe daqui, porém eu não vou tirar o Davi do conforto dele. Pelo bem do meu filho, eu não me importo de apanhar, sofrer e até morrer, mas se ele estiver bem, eu vou tá dez vezes melhor.

Iza: Mas tu ama, não é? - Negou com a cabeça.

Rita: São dez anos, não dez dias. Sete anos de amor e o resto, começou o terror.- Ela riu, baixando a cabeça.

Iza: Rgd chamou Jéssica pro barraco.- Falou e eu comecei a lavar a louça.- Nem sei porque insisto em sofrer por isso.

Rita: É tanta mulher maravilhosa sofrendo por homem bosta né? - Ela riu, balançando a cabeça.

A verdade é que todo mundo sabia que Izadora gostava do Rgd, principalmente a Jéssica. Mas aquela ali não tá nem aí, sentou já tá sentado e senta quantas vezes puder, não liga pra nada não.

Mas a Iza faz o que? Atura, porque ela não pode surtar nem com ele, nem com ela. Ela não pode cobrar nada, porque sem nem a "amiga" tem respeito por ela, o macho vai ter?

Cidade De Deus Where stories live. Discover now