Capítulo cinco

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2D 💣

Tava boladão de puto mesmo, vi a Jéssica na garupa do Rgd e me deu ódio filho, quis ir pra cima e tudo, os menor que me seguraram.

Tava afim de quebrar a cara dos dois, filhos da putas!

Iza: Eita caraí, me leva filho da puta! - Escutei ela xingar quando eu bati nela sem querer.

2D: Vai crescer pra ver se dá pra te ver, rata do esgoto.- Ela me deu um tapa no peito e eu dei um tapa no braço dela.- Se der vai tomar.

Iza: Mas e você, já foi tomar no cu hoje? - Falou boladona.

Deixei a piranha falando sozinha e passei pela casa do menor, as luzes tavam tudo acesa, passei direto e fui pro meu barraco.

Minha história é mola, bagulho quente. Nasci na Cdd, me criei aqui, sempre tive a visão contra o sistema, porque, se nós for a favor do sistema, quem vai ser com nós?

O sistema mente, engana e faz tu afundar, esse era o meu pensamento. O crime te levanta, tu chega fácil aonde tu quer e tu ganha o mundo nas mãos, como tu quiser.

Entrei pro tráfico com 14, matei o primeiro cara na minha vida aí.

Era uma noite de segunda, tava tendo invasão e eu tava voltando da biqueira, desde cedo eu tava colado lá, quem não gostava era minha coroa.

"Menino, se afasta! Menino, ali não é de Deus."

Era menino pra cá, menino pra lá e cada vez eu me interessava mais. Até que o meu dia chegou.

Tava descendo pra um beco, tinham me mandado fazer uma entrega e eu tava com um oitão na cintura, era pra entregar pro Fogueteiro.

Passei por um beco e vi o chefe no chão e uma arma apontada pra cabeça dele. Eu sempre via os meninos atirando então eu fui lá também, primeira morte com o tiro na cabeça.

E foi assim, que eu subi e tô aqui até hoje. As vezes me arrependo só por não ter escutado minha coroa dizendo que aquilo não era lugar pra mim, mas na maioria das vezes eu sempre tô agradecendo. Se eu tô aqui, foi porque eu mereci estar, eu lutei pra caralho pra pegar essa função e honrar ela, igual sujeito homem.

Cidade De Deus Where stories live. Discover now