capítulo vinte nove.

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Rita 🐳

Victor acordou um tempo depois, que foi quase o real tempo do Davi terminar o soro. Ele me olhou com a cara toda amassada e eu sorri, me levantando.

Meu filho já estava acordado e estava quietinho, vendo o médico checando as últimas coisas nele.

Davi: Já posso ir pra casa? - Falou animado e eu sorri.

- Pode sim.- O médico sorriu, me olhando.- Foi só uma coisa de criança, mãe. A saúde dele está ótima, só precisa comer um pouco mais de verdura.- Davi fez careta.

Davi: Você é doido..- Sussurou e eu olhei pro meu filho, repreendendo ele, mas o Victor riu, chegando do lado da cama.- Oi papai.

Menor: E aí, cara.- Falou abrindo os braços e Davi pulou no colo dele.

Eu sorri feliz, vendo que os dois já estavam bem e fomos saindo, agradeci o médico e fomos pra recepção. 

Cem reais só para uma criança tomar um soro, eu sempre odiava vim em hospital particular porque só pra respirar, você pagava 500 reais.

Victor pagou sem reclamar, pois estava ocupado rindo com alguma coisa que o Davi falava. Nesse momento eu era a pessoa mais excluída do mundo, mas mesmo assim ainda era a mais feliz.

Davi: Pai, eu queria muito um brinquedo que eu vi, é gigante...- Falou pulando pro banco do carro.

Menor: Qual? - Falou ligando o carro e olhando pelo retrovisor, os meninos todos se espalhando.

Davi: O da patrulha canina, ele é o bombeiro.- Falou animado.

Rita: Não! - cortei a onda dele e Victor me olhou de canto.- Um brinquedo é quase trezentos reais, Victor. Só porque é um cachorro grande.

Davi: Mas mãe...- Choramingou, pulando banco.- papai...

Menor: Coe Davizinho, a coroa falou que não né.- Olhei pro Davi.

Ele me olhou e deu os ombros, olhei pra frente e vi que já estávamos chegando no morro, respirei fundo e nem demorou muito pra gente chegar em casa.

Rita: Davi, cuida logo em tomar banho.- pedi, amarrando meu cabelo.

Davi: Não.- Falou cheio de marra e eu olhei pra ele, que me deu as costas e continuou andando.

Rita: Davi? - Chamei, semicerrando os olhos.- Eu estou falando com você.

Menor: Davi, qual foi? - Falou alto também.

Rita: Não Victor, é comigo.- tirei minha sandália, vendo ele parar de andar e me olhar.- Tu tá surdo?

Davi: Sim.- sorriu maroto, olhando pro Victor.

Caminhei até ele e dei um tapa na boca dele, não foi forte mas foi o suficiente pra ele fazer cara de choro.

Rita: Vai, passa pro banho.- apontei.- Espero que não tenha próxima.

Davi não me respondeu, foi pro banheiro pianinho e Victor passou por mim, indo pro quarto também. Segui o caminho dele e esperei ele sair pra eu poder tomar banho e aliviar minha mente.

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