42: As Peças Tortas Que se Encaixam

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Sua respiração soprava contra meus cachos em um ritmo solene, e o suor que inundava seus poros brilhava na pele ainda desnuda, mesclando-se ao meu no enlace dos nossos corpos debaixo dos tentáculos luminosos do crepúsculo, que incendiavam os grãos...

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Sua respiração soprava contra meus cachos em um ritmo solene, e o suor que inundava seus poros brilhava na pele ainda desnuda, mesclando-se ao meu no enlace dos nossos corpos debaixo dos tentáculos luminosos do crepúsculo, que incendiavam os grãos estelares de poeira ao nosso redor.

O pequeno incômodo que se tatuara entre as minhas pernas me lembrava todos os segundos do que havíamos feito há pouco. Não acreditava que aquilo tinha mesmo acontecido. Não que me arrependesse; longe disso. Havia sido muito melhor do que as minhas centenas de paranoias mentais imaginaram por anos.

Só era... diferente. Porque eu nunca me senti tão à vontade na presença de alguém, a ponto de conseguir ficar sem roupa por tantos minutos, apenas contemplando a existência igualmente desnuda do ser ao meu lado, que me fitava com a mesma atenção preguiçosa debaixo dos cílios que piscavam devagar.

A sensação de senti-lo em todas as partes de mim, poros incendiando poros e corações batendo um contra o outro em profusão, reverberava vezes demais na minha consciência, envolvendo meu peito em uma nuvem de calor confortável que me fazia querer ficar ali para sempre.

Sabia que hora ou outra aquele domo de volúpia em que estávamos imersos precisaria se romper, mas não queria que fosse tão rápido. Ainda tínhamos tanto para existir, mas eu sentia que nem se fôssemos agraciados com o dobro desse tempo, seria suficiente para permanecer em seu abraço entorpecente o tanto que minhas células bambas almejavam.

- Você está sentindo dor? - ele sussurrou contra meu rosto, preocupação reluzindo em suas íris.

- Um pouco, mas está tudo bem. - assegurei, traçando constelações imaginárias por entre os sinais dispersos nas elevações sutis das suas costelas. - Quantos micro-organismos acha que a gente compartilhou enquanto transava?

- Um número tão grande deles que não dá nem pra contar. - Riu. - Mas os seus micróbios com certeza são os mais legais que já passearam pelo meu corpo.

- Também gostei dos seus micróbios. Só não gostei muito dos seus espermatozoides. O gosto deles é, tipo, muito ruim. Tá incrustado na minha língua, sente só. - Abri a boca e soprei o ar por ela, vaporizando a cara de Jader com o meu hálito de porra.

Uma careta se desenhou nas suas feições, arrancando-me um riso que, em instantes, se mesclou ao seu.

- Você deu um nome pra dela? - quis saber, e pela forma como seus olhos caíram para um ponto específico no meu baixo ventre, soube de imediato a que estava se referindo.

Não pude conter uma risada.

- É Eva.

- Eva Gina? - Ergueu a sobrancelha, a boca tremendo para rir.

- É. Algum problema? - Fingi chateação, estapeando de leve seu braço. - Tenho certeza de que o nome dele - Baixei as vistas. - Não é muito melhor.

Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Estou Fazendo AquiWhere stories live. Discover now