25 - O Retorno do Agente Oleksei

67 20 7
                                    

Ilya pressentia a proximidade do oponente. Ao saírem do Departamento de Ótica, ele apontou para o pátio do prédio. Da grade, que servia de parapeito, puderam avistar o agente. Numa resposta aparentemente instintiva, o agente olhou de volta cruzando olhares com Ilya.

– Merda! – Bremmen estava irritado – Devia ter vendido o receptáculo! Por aqui! Vamos usar a saída lateral. – Halle julgou que o receptáculo do mago genista deve ter sido detectado por Oleksei. Que o agente deveria estar rondando pela universidade na esperança que a dupla voltasse ali.

Fugiram pelos corredores, já vazios, do prédio, pois era horário de aulas. Após descerem e cruzar com ocasionais funcionários e alunos, chegaram ao estacionamento, uma área cheia de árvores grandes, poucas destas com alguma folhagem por conta do inverno. O lugar todo estava coberto por uma fina camada de neve.

Não demorou e o agente despontou no portão de saída.

– Desta vez não escapará, Bremmen!

Uma espécie de uivo misturado com ronco chamou a atenção da dupla de fugitivos. Ambos encararam a besta convocada pelo agente para capturá-los. Ilya gelou ao ver aquela monstruosidade bípede, maior que um carro, que acabara de surgir ao lado do agente. Tinha pescoço longo e mandíbulas enormes recheadas com dentes pontiagudos. A cabeça era peluda, mas o restante do corpo era escuro e de aparência escamosa.

Halle sacou a pistola disparando contra a criatura. O tiro foi certeiro, mas o efeito quase nulo, ou pior, serviu apenas para irritar o monstro.

– Há, há, Bremmen! Desta vez, sabia de seu brinquedinho! Não vai nem arranhar meu Pgormax!

O monstro saltou em cima de um carro afundando a lataria num grande estrondo. Halle fuçou a bolsa e entregou um frasco de supersoro esverdeado para Ilya.

– Bebe isso aqui, moleque.

Ilya obedeceu. Enquanto isso, o monstro aproximava-se deles saltando sobre os carros e causando grande destruição. Pessoas nas proximidades corriam e gritavam apavoradas.

Halle informou – É um soro de força, mas acho que no seu caso, poderá conferir super-força.

– Hem, como assim? Quer que eu enfrente aquela coisa?

– Vai, moleque, se eu estiver certo, você tem uma chance! Rápido, use aquilo!

Halle apontou para a haste de ferro que sustentava uma placa. O rapaz pegou a barra de ferro e surpreendeu-se ao arrancá-la do solo. Veio junto, na base, um pedaço do pavimento.

O monstro chegou naquele instante.

Halle gritou desesperado – Acerta ele!

Ilya girou a barra e atingiu a besta com o pedaço de pavimento. Efetivamente a arma improvisada funcionou de forma semelhante a um grande martelo. A martelada atingiu o focinho do monstro causando um sonoro estalo. Algum osso fora quebrado ou deslocado. O Pgormax arquejou, ganiu com tal sofrimento que chegou a fazer o coração de Ilya doer de remorso.

– Abaixa! – Halle atirou-se sobre Ilya livrando-o, por pouco, do disparo feito pelo agente Oleksei. Halle respondeu ao fogo. O agente agachou-se, buscando cobertura atrás de um carro. Ao mesmo tempo, a criatura permaneceu no chão ganindo com patas sobre o focinho. Halle e Ilya voltaram a correr rumo à saída do estacionamento. Ali, encontraram um senhor que chegava com seu carro. Bremmen rendeu-o com a pistola e assumiu a direção. Afundou o pé no acelerador e, devido à neve e gelo no solo, derrapou, bateu e subiu no meio fio. O carro encalhou.

– Desce e empurra. – ordenou nervoso.

Ilya obedeceu, ainda surpreso com sua força e com o calor que sentia pulsar através de sua musculatura. O carro desencalhou. O agente fazia diversos disparos espaçados. Um deles errou Ilya por um triz e atingiu a lataria do veículo abrindo um rombo.

Os Óculos Indesejados de Ilya GregorvichМесто, где живут истории. Откройте их для себя