Capítulo 11

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Harry despertou lentamente e se espreguiçou antes de puxar o cobertor com mais força contra seu corpo nu... Ao abrir os olhos, ele viu pela janela que havia parado de chover e o sol já aparecia por entre algumas nuvens. Rolando preguiçosamente na cama, ele percebeu que era a primeira vez em muito tempo que acordava sem nem sinal de uma ressaca depois de ter ido a uma festa, mas então ele sentiu um perfume diferente do seu ainda presente nos travesseiros e lençóis, um perfume que o fez sorrir... Louis... Pensar nele e se lembrar de tudo o que aconteceu ali naquela cama fez Harry gemer baixinho e sorrir ainda mais.

Ainda com preguiça, mas um pouco mais desperto, Harry se levantou e procurou o celular, vendo então que já passava de meio-dia e que ele também já tinha recebido algumas mensagens, alguns colegas perguntando por que ele saiu da festa mais cedo ontem e uma do Zayn avisando que passaria por ali mais tarde, uma pontada de frustração lhe atingiu por nenhuma daquelas mensagens serem do Louis, mas provavelmente ele ainda estava dormindo ou tinha acabado de acordar também, já que os dois foram dormir tão tarde.

Harry não conseguia compreender porque Louis estava sempre tão presente em seus pensamentos desde que se conheceram, mas ele já havia percebido que, depois da noite passada, isso só se intensificaria... A atração que ele sentia pelo Louis, a vontade de estar por perto, de tocar, beijar ou mesmo de só passar um tempo conversando e rindo era algo relativamente novo para Harry, ele já havia se relacionado com alguns garotos antes, teve até mesmo um namoro mais sério por quase um ano, mas com Louis era tudo tão intenso, tão novo... E também tão bom que Harry resolveu parar de tentar compreender ou racionalizar tudo aquilo e apenas seguir em frente, deixando as coisas acontecerem.

Depois de ir ao banheiro e de se vestir, Harry foi até a geladeira procurando algo para comer, mas bufou ao constatar que não havia muita coisa por ali e, como já estava na hora do almoço, decidiu que o melhor seria sair para comer fora, até porque ele precisava mesmo ir buscar a sua moto na oficina.

Sem pensar muito, acabou por escolher a lanchonete dos pais do Liam para ir almoçar, até porque não haviam tantas opções assim em Holmes Chapel e porque ele não resistia ao hambúrguer de lá, o lugar não ficava muito longe de sua casa, tudo ali era por perto, então ele foi caminhando calmamente, comeria primeiro e depois buscaria a moto, esperava que ela já estivesse prontinha e sem nenhum dos arranhões que o merdinha do Gabe havia deixado, Harry ainda se irritava ao pensar naquela briga e esperava não encontrar o idiota nem tão cedo.

Harry sabia que sempre, desde novo, teve um temperamento um pouco explosivo para certas situações, tinha plena consciência de que às vezes saía um pouco do controle e também sabia quando e porque aquilo havia piorado.

Algumas pessoas o cumprimentava enquanto ele passava pelas calçadas, afinal de contas todos se conheciam por ali, umas sorriam e outras eram mais antipáticas por conta da fama que ele carregava, mas as pessoas que realmente o incomodavam, e o irritavam, eram as que o olhavam com pena... Desde os quinze anos, desde o terrível dia em que perdeu a mãe, ele era seguido por alguns desses olhares quando saía de casa, e isso sempre o incomodava porque o fazia se lembrar, como se ele precisasse de mais motivos para se lembrar, da perda da pessoa mais importante da sua vida, quando recebia esses olhares ele voltava a se sentir o garotinho indefeso que se sentiu ao perdê-la e ele odiava esse sentimento... Quatro anos haviam passado e às vezes parecia ter sido uma eternidade, mas outras vezes parecia ter sido ontem!

Fazendo o melhor para ignorar todos ao redor, Harry continuou a caminhar para a lanchonete, mas se desviou do caminho ao passar perto de uma pracinha e ser chamado por alguns colegas que estavam em um dos bancos de madeira do local.

-Começaram cedo hoje! – ele riu ao chegar mais perto deles e ver que os três dividiam uma garrafa de vodka.

-É para curar a ressaca de ontem. – Victor, um dos garotos do grupo, e um dos que viviam tentando conquistar o interesse de Harry, sorriu. –Quer um pouco?

IncontrolávelWhere stories live. Discover now