VINTE E SEIS

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Deslizando dentro de mim, Victor Hugo sussurra meu nome apoiado sobre um braço e me abraçando com o outro. Apertando meu corpo, me beijando e misturando o seu suor com o meu. Oficial e completamente cada pedacinho de mim pertence a ele quando gozamos juntos. Deitando ao meu lado, me puxando para cima de si e me dá um rápido beijo no topo da minha cabeça.

Eu não quero que ele saia de dentro e de mim e, tenho quase certeza que, ele também não quer, mas fazemos isso. O ventilador e a janela aberta tenta em vão nos refrescar. Maldito verão.
Com minha cabeça apoiada no seu peito e seus braços em minha volta, sinto Victor Hugo adormecer e, após ver no relógio que já passa de duas da manhã e já consigo respirar normalmente, tento acordá-lo:
— Ei, precisamos de um banho. — ele resmunga. — Ao menos eu preciso.
— Vamos tomar esse banho... — Victor Hugo me solta do abraço apertado deixando-me levantar.
~*~
Acordar nos braços de Victor Hugo mais uma vez é simplesmente bom demais para ser verdade. De tudo o que aconteceu comigo nos últimos anos, essa é uma das mais surpreendentes e bem vindas.
Tentando esticar meu corpo, percebo Victor Hugo me observando e tento puxar o lençol para cobrir meu corpo nu sendo impedida por ele.
— Você não ronca, nem fala enquanto dorme. — sua voz rouca mostra que ele acordou há pouco. — Também não se mexe muito. Qual o seu defeito?
— Sou uma mentirosa... — digo e ele cai na risada ignorando eu súbito momento de consciência. — Está com fome? Deseja alguma coisa?
— Um pouco. — a risada o deixa e um sorriso malicioso toma conta dele. — Posso comer você?
— Ai, meu Deus, não acredito que você disse isso.
— Quis dizer isso quando encontrei você se esgueirando para entrar em casa aquele dia. — admite. — Eu amo o seu cheiro, Helena. E agora estou com ele em mim. Acho que nunca vou esquecê-lo.
— Um dia te passo o nome do perfume para você espirrar no seu travesseiro. — dou um selinho rápido e consigo roubar o lençol para me enrolar quando levanto.
— Eu não estava brincando, Helena... — Victor Hugo levanta sem vergonha alguma da sua nudez, mas como ter vergonha de algo tão perfeito? — Eu quero... — tento correr, mas rapidamente ele me alcança. — você...
— Você não cansa? — questiono rindo em seus braços quando sou derrubada na cama e ele se joga em cima de mim.
— De você? Duvido que um dia cansarei. — diz segurando meus braços acima da minha cabeça. — Não faço ideia de como você apareceu assim na minha vida e roubou o meu sossego...
— O seu sossego? — ele acena com a cabeça positivamente.
— Em pouco tempo, Helena, você virou a minha vida de cabeça pra baixo. E... o que eu quero dizer, é que, bem, isso é difícil...
— Hugo...
—Vai me chamar assim agora? — seus olhos parecem brilhar por um instante e confirmo.
— Eu sinto o mesmo, Hugo.
— Sente?
— Não sei o que exatamente está acontecendo entre nós, mas eu gosto, me faz bem e acho que faz bem a você também. — ele assente com a cabeça. — Mesmo que seja extremamente assustador...
— Podemos tentar então?
— Sim. — não sou capaz de esconder meu sorriso. — Nós podemos tentar. — mais uma vez, nossos lábios se encontram.
~*~
Passamos o fim de semana inteiro juntos. Apesar da curiosidade de Victor Hugo sobre o quarto de Léo, que deixei trancado o tempo todo, não consegui contar a ele sobre ser mãe e estar mentindo para ele. Ele também não quis voltar para casa e percebi que tinha mais a ver com o fato de ninguém poder ir ao andar superior do que nós dois.
No início da noite de domingo, recebi uma mensagem de Vic informando que estava vindo para casa com Léo e por alguns minutos, enquanto Victor Hugo estava no banho e eu fazia a lasanha que jantaríamos, me permiti surtar enquanto pensava em uma solução.
Tirei Victor Hugo do banho prometendo fazer o que ele quisesse no dia seguinte e o coloquei porta a fora, mesmo com ele insistindo que deveríamos falar com sua irmã sobre nós.
— Nós não vamos contar a Vic enquanto não soubermos o que é isso, Hugo! — resmungo colocando seus sapatos, calça e camisa no seu colo.
— Você vai me expulsar só de cueca?
— Você mora há dois minutos daqui, Hugo!!! — estou nervosa com a possibilidade de ele ver Leo.
— Isso mostra muito sobre quem você é, Helena. Você está expulsando um homem seminu da sua casa a noite depois de um tórrido e quente fim de semana de sexo. — tenta me beijar, mas o impeço.
— Vai, Hugo!!!
— Tá bom, mas você está me devendo. Lasanha e outras coisas!
— Vai! — mando uma última vez rindo e ele vai.
Não demora muito, cerca de vinte minutos após eu conseguir expulsá-lo, Vic chega com Léo que me abraça forte quando me vê. Eu também senti falta dele, a todo momento estava mandando mensagem da minha amiga pedindo foto, vídeo e notícias dele.
— Mamãe, a Vic precisa de comida da mamãe. — afirma levando a mochila para o quarto que já destranquei após a saída de Hugo.
— Banho, Léo. — aviso.
— O que houve? — pergunto a minha amiga que me abraça tão forte quanto meu filho.
— O Lu e eu tivemos uma discussão. Eu tô cansada de dividir meu marido com o trabalho. — reclama sentando no banquinho. — Você nem conhece ele e nos conhecemos há quanto tempo? Três, quatro meses? Você frequenta a minha casa...
— Eu entendo, mas qual foi a gota d'água?
— Combinamos que ele ficaria o fim de semana em casa, já que tinha viagem marcada na terça. Hoje recebeu uma ligação e disse que precisava ir por Rio de Janeiro a trabalho. E que não deve voltar antes de sexta.  — vejo minha amiga se segurando para não chorar. — Estou cansada do trabalho ser a esposa e eu ser amante.
Em dado momento, Vic não aguentou e começou a chorar. Conseguia entender o que ela dizia. Lembro que quando Samara e eu ainda éramos amigas, ela reclamava da mesma coisa sobre o marido que vivia para trabalhar. Apesar de ser um bom pai, sempre deixava a desejar quando se tratava de dar atenção a ela.
Quando Léo saiu do banho, a lasanha estava pronta e Vic estava mais calma apesar de tudo. Deixando a janta de lado, por um momento volto a minha atenção ao celular que notifica incessantemente mensagens que descubro ser de Victor Hugo.
"Janela do seu quarto!"
Sabendo que ele não desistiria facilmente, rapidamente vou para o quarto trancando a porta ao entrar.
— O que faz aqui?
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No próximo capítulo teremos Hugo e Helena falando sobre Léo? Bom, vão ter que ler pra saber! ❤️

Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now