TRINTA

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P.s: tô muito animada de finalmente voltar a escrever depois de tanto tempo, então me contem o que estão achando da história até aqui e se pretendem ler na Amazon.
Beijos purpurinados,
Kami ❤️
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Léo estava incontrolável na noite anterior ao seu aniversário e só dormiu após a meia noite quando era oficialmente o dia do seu dia.
Me senti um pouco mal por não dar a ele o videogame que tanto queria, mas dei um lançamento anterior e ainda assim ele ficou extremamente feliz.
Em conjunto com Vic, Léo decidiu o tema da sua festinha: o circo. Meu filho se apaixonou pelo tema quando o pai o levou no circo pouco antes de partir. Nunca tive a oportunidade de levá-lo novamente. Também não tinha conseguido lhe proporcionar algo além de um bolinho e alguns balões nos seus aniversários. Seu aniversário de três anos nunca chegou a acontecer, pois no fim de semana que seria a comemoração, Mauro se foi.
Animado, Léo acordou cedo. Não tive que me preocupar com a possibilidade de ele encontrar Victor Hugo na minha cama. Desde que ele viajou, mal havíamos nos falado. Eu estava com saudades, mas hoje era o dia do meu filho.
Vic mandou um carro para nos buscar antes de meio dia e quando chegamos, não consegui não ficar sem palavras.
O jardim dos fundos da casa de Vic estava inteiramente decorado com a temática. Até mesmo uma tenda e arquibancada. As cores brancas e vermelha predominava e  minha amiga avisou que o mágico e o palhaço já estavam a caminho.
A piscina estava fechada, como havíamos combinado. Eram crianças, afinal. Não queria correr o risco de acontecer algo com qualquer um.
Apesar de linda, a festa estava bem além do que meu bolso conseguiria bancar. O bolo gigantesco, obviamente tinha custado uma fortuna. Era simplesmente uma tenda de circo aberta com todas as atrações e uma miniatura de Léo no centro. Além de centenas de docinhos perfeitamente decorados.
— Vic! — puxo ela de canto enquanto Léo se veste. — Você ficou maluca?
— Como assim? Não gostou?
— Tá brincando? Eu amei, mas...
— "Mas" nada, Helena. Esse é meu presente pro Léo.
— Nós combinamos que seria algo mais simples!
— Helena, sabe que eu amo o Léo. Amo vocês dois. É como se sempre tivessem feito parte da minha vida... — me abraça. — Além do mais, você é namorada do meu irmão.
— Eu vou aceitar, porque já está tudo pronto e eu amei, mas não tente me passar a perna, doutora Victória! — resmungo com um sorriso.
— Tô pronto! — Léo volta com calças largas de palhaço com listras verticais brancas e vermelhas e suspensórios, camisa branca e uma gravata borboleta colorida, além de, é claro um sapato grande.
~*~
Léo até queria esperar por Victor Hugo para cantar os parabéns, mas não consegui falar com ele e não tinha certeza de que chegaria para a festa e, mesmo um pouco decepcionado, meu bebê se divertiu, principalmente após a chegada de Carina.
Há tempos não a via e foi muito bom colocar os assuntos em dia. Com a adaptação ao serviço, esconder Léo de Victor Hugo e depois o meu relacionamento com ele, não tivemos tempo de nos falarmos além de pelo telefone.
— Queria me despedir do Léo. — Carina diz checando o celular. — Mas está tudo bem, vejo vocês no próximo fim de semana. — minha amiga se despede, é a última a deixar a festa.
— Victória, preciso de ajuda! — escuto uma voz conhecida e vou na direção. — Victória!
— Luciano? — o encontro nervoso e ao me ver, parece piorar.
— Helena? — o marido de Samara parece tão surpreso quanto eu ao me ver. — O que faz aqui?
— O que houve, amor? — escuto minha amiga se aproximando e sussurro para ele:
— "Amor"?
— O garoto, Victória. Escutei ele gritando e o encontrei caído na escada! — puxa minha amiga e meu coração se aperta quando os sigo e encontro meu filho desacordado.
Por favor, não!
Como se tudo passasse em câmera lenta, começo a reviver o momento em que tudo aconteceu com Mauro e me obrigo a reagir. Tento me aproximar de Léo, mas sou impedida por alguém. Vic o examina enquanto Luciano usa o telefone para chamar a emergência.
Depois do que parece ser uma eternidade, paramédicos invadem a casa e colocam o corpo delicado do meu bebê sobre uma maca enquanto Vic diz coisas desconexas e os segue.
— Vamos, Helena. — só então percebo que quem me segurava, na verdade, era Victor Hugo. — Precisamos ir para o hospital.
Quando saímos da casa, a ambulância já saiu de lá. Rapidamente Victor Hugo dirige ao hospital, os demais veículos e paisagem pelo caminho, não passam de borrões e logo que chegamos, me vejo literalmente correndo para a recepção informando o nome do meu filho.
Parece demorar uma vida até que finalmente consigo notícias, através de Victor Hugo que, não faço ideia de como conseguiu. Por alguns momentos ele volta a sumir e vejo Luciano parando ao meu lado.
— Você não pode falar sobre a Samara para a Victória. — diz.
— O meu filho está machucado. — falo calmamente.
— Eu sei disso, mas, Helena, Vic não sabe sobre meu... meu primeiro casamento e...
— Luciano, eu tô me fodendo pra você e pra sua vida. — me levanto e o puxo pelo colarinho. — A única vida que me importa nesse momento, é a do meu filho. Então se não tem notícias sobre ele, some da minha frente. — o empurro e sem reação, ele se vai.
Me obrigo a respirar fundo e tento me lembrar que o que aconteceu com Mauro, não é o mesmo que aconteceu agora com Léo.
— Helena... — é Victor Hugo me oferecendo a mão. — vem, ele precisa de você.
~*~
Léo não soube explicar o que aconteceu de fato, estava muito assustado quando finalmente acordou cercado de profissionais e só sabia chorar pela mãe. A única pessoa que não saiu de perto até que eu chegasse, foi Vic que acariciava seus cabelos e lhe garantia que eu já estava a caminho.
— Mamãe! — o choro aumenta quando me vê. — Tá doendo, mamãe. — mostra o bracinho direito enfaixado.
— A mamãe tá aqui, meu amor. — o abraço devagar com medo de o machucar mais.
— Helena, achamos que vai precisar de gesso. — minha amiga avisa baixinho enquanto Léo se agarra mais em mim. — Também precisamos fazer uma tomografia, mas ele não quis fazer sem você.
— Léo, olha pra mamãe. — ele afunda mais o seu rosto em minha blusa. Um pequeno corte em sua testa já coagulou e assustado é pouco para definir o estado do meu bebê. — Precisa deixar a Vic te examinar pra sarar o dodói. — aviso e ele grita que não se segurando em mim e chorando.
— Léo... —Vic tenta, mas reunindo forças com um nó na garganta e com meus olhos queimando, volto a falar.
— Meu amor, por favor, faz isso pela mamãe. Eu prometo que não vou deixar nada de ruim acontecer.
— Eu não quero, mamãe! Tá dodói! — seu choro parte meu coração.
— Campeão... — Victor Hugo o chama e imediatamente Léo olha pra ele. — Vamos lá, você precisa deixar a tia Vic examinar você. Se você não estiver bem, como vamos passear no próximo fim de semana? Ou como que eu vou te levar pra escola segunda?
— Mas tá doendo... — resmunga choroso e mostra devagar o braço para Victor Hugo enquanto ele se aproxima.
— Eu já usei o gesso igual a tia Vic vai colocar em você. — afirma e Vic confirma com a cabeça quando o olhar e de Léo a fita rapidamente. — Sabe o que é mais legal? — Léo nega com a cabeça. — Todos os seus amigos vão poder assinar com canetinha no seu braço. — meu filho me olha e rapidamente confirmo com a cabeça.
— Até você? — pergunta parecendo ceder.
— Tá brincando? Eu vou ser o primeiro! — Victor Hugo garante finalmente convencendo Léo.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now