QUARENTA E UM

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Preparados?
Não deixe de me presentear com sua estrelinha e um comentário nos capítulos. São MUITO importantes!!!
beijos purpurinados,
Kami <3

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Léo perguntou por Hugo logo que acordou. Estava acostumado a encontrá-lo quando acordava. Já fazia parte da sua rotina disputar o banheiro com ele. Mas desde a noite anterior, eu não o via. Nem mesmo durante o dia ou quando Léo voltou da aula.

Pensei em mandar mensagem, ou passar na casa dele, mas ambos estávamos magoados e eu não tinha certeza se era a melhor decisão. Sabia que Hugo podia ser cabeça dura, mas eu não ficava atrás e não queria agravar nossa discussão.

No dia seguinte, após levar Léo até a van, encontrei a porta aberta e um carro desconhecido parado na frente. Rapidamente entrei na casa e encontrei Hugo descendo a escada seguido de duas mulheres altas, esguias, de pele escura e risadas contagiantes.

— Você chegou. Vem aqui. — ele me chama com a mão. — Essa é a Helena, é a minha namorada, o que ela disser, é lei. — e me cumprimenta com um beijo na têmpora. — Essas são velhas conhecidas, Maria e Marta. — nosapresenta rapidamente e logo as duas se despedem informando terem muitotrabalho para fazer.

— Vem. — ele começa a subir as escadas devagar me puxando junto.

— Hugo. — paro no meio do caminho. — O que é tudo isso?

— Eu não sou o tipo de homem que costuma admitir que está errado, — desce os degraus de volta até mim. — mas você está certa. Não posso te cobrar algo que não estou te dando.

— Certo...

— Já estou planejando uma reforma há algumas semanas, mas antes preciso que você veja como está. — ele parece desconfortável, mas disposto. — Depois, nós podemos sair juntos enquanto tudo é organizado para a reforma começar...

— Tem certeza?

— Vem comigo. — me oferece a mão e aceito o acompanhando.

Diferente da decoração do andar inferior, a do andar superior é toda trabalhada um estilo clean sofisticado. Com móveis de ar modernos, apesar de não serem novos e uma grande quantidade de luzes e espelhos, parece uma casa completamente diferente da que conheço.

— A Jaque decorou quando casamos. Ela adorava espelhos. Essa parte da casa, não é um segredo, eu apenas não me sinto confortável aqui como um dia me senti. — avisa. — São quatro quartos. Aquele, era o nosso quarto. Não consigo ficar muito tempo lá dentro. Na verdade, nem lembro a última vez em que estive ali.

— Por isso dorme no sofá ou no quarto de hospedes lá de baixo? — ele confirma com a cabeça.

— Tem muitas lembranças físicas. Podemos entrar se você quiser.

— Não precisa. — ele suspira aliviado.

— A segunda porta é do ateliê dela.

— Ah... Não sabia que ela era uma artista.

— A Jaque gostava de fazer de tudo um pouco. Dizia que a acalmava. — sua voz apesar de triste, não é amargurada. — Quer entrar? — nego com a cabeça.

— Na última porta, é apenas um quartinho de bagunça. Já a terceira porta, bem... — ele a abre para mim e encontrou um cômodo grande cheio de bichos de pelúcia, com berço, livros de contos e roupas de bebê.

— O quarto do bebê...

— Ninguém sobe aqui, porque eu sabia que me julgariam... Faz anos, mas mantenho tudo como estava desde aquele dia.

— Amor...

— Ela não era uma pessoa ruim. Estava doente e não cuidei dela. Eu podia ter feito, mas não fiz. Mantive tudo isso, talvez, como forma de me punir. Ver todos os dias o que eu perdi.

— Você mesmo disse que ela estava doente, meu amor.

— Para mim, a forma como você me ama é... esquisita.

— Como assim?

— Eu sei que não é a melhor palavra que eu poderia usar, mas é a que mais se encaixa. — um sorriso leve se abre no seu rosto. — Você tinha tudo para me odiar. Mas me ama de uma forma que nunca ninguém me amou, Helena. — ele segura o meu rosto entre suas mãos. — E tenho certeza que nunca amei ou amarei alguém como amo você. Quero que você saiba de tudo.

— E a reforma?

— Uma vez, você comentou que não conhecia esse lugar, por isso não poderia vir com Léo. — minhas mãos começam a tremer. — Eu amo aquele garoto. Amo você. Tudo o que eu mais quero é fazê-los felizes. Então, eu tenho uma proposta.

— Você tem certeza que está pronto?

— Tenho. Eu quero que você me aceite definitivamente na sua casa. — diz e solto uma risada nervosa. — Isso é um não?

— Não — não consigo controlar minha risada — Desculpa, é que... você tem essa casa inteira para você e quer ir para um casebre no fundo da propriedade...

— Só enquanto acontece a reforma. Quero que você me ajude com cada cômodo. — minha risada cessa imediatamente. — Calma, eu não estou pedindo para você mudar para cá... ainda.

— Hugo, é isso o que você quer? Fazer essa reforma, morar com a gente...? — ele acena positivamente. — Tem certeza?

— Helena, só diz que eu posso me mudar e ainda hoje irei atazanar vocês dois todas as horas do dia que eu puder.

Jamais poderia dizer não a ele. Hugo tinha um jeito que me fazia derreter e aceitar até suas propostas mais indecentes. Meu coração pulou e acelerou meu corpo inteiro. Descemos as escadas rapidamente, estava claro que apesar de ter me apresentado o lugar, Hugo não se sentia confortável, talvez a reforma realmente fosse a solução.

— Pedi a Paloma que colocasse tudo em caixas. — diz momentaneamente triste. — Todos serão doados. Mais tarde alguém virá ajudá-la com as últimas coisas.

— Acho uma atitude bonita.

— Paloma — ele chama e rapidamente ela vem até nós. — Poderia fazer o que pedi conforme o orientado? Preciso levar Helena em um lugar.

— Claro, senhor!

— Obrigada. — agradeço ao mesmo tempo que ele. — Podemos conversar um minutinho?

— Com certeza. — Paloma segue em direção a cozinha e dou um rápido beijo em Hugo que vai em direção ao escritório.

— Eu quero te agradecer.

— Você já fez isso, Helena.

— Não, não por empacotar tudo, mas por ter se preocupado comigo. Sei que não somos as melhores amigas desde que você descobriu que estou saindo com o Hugo...

— Não é isso. O problema nunca foi você namorar ele. — afirma com um sorriso. — O problema eram as grosserias. Ele conversou comigo ontem e, Helena, esse homem te ama. Jamais eu poderia ficar chateada com isso.

— Você jura?

— Juro. Eu sei que não nos conhecemos há tanto tempo e que eu sou a mais nova entre nós duas, mas me sinto sua irmã mais velha. — admite me abraçando. — Só quero o seu bem, de verdade. Agora vai lá e aproveita aquele homem que tá mudando muita coisa na vida dele por sua causa.

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Fiquem calmas, Helena e Victor Hugo ainda vão conversar mais e prometo que vale a pena esperar. Você já aguentou até aqui... hahaha <3

Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now