QUARENTA

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Não deixe de me presentear com sua estrelinha e um comentário nos capítulos. São MUITO importantes!!!
beijos purpurinados,
Kami <3
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Por alguns minutos não tenho reação, mas me obrigo a levantar da cama e procurar Hugo. Ele precisa saber o que está acontecendo.
Luís se surpreende ao me ver cheia de curativos, mas o tranquilizo dizendo ter sido apenas um contratempo e pergunto se ele viu Hugo. Meu amigo apenas comenta que o viu entrar na casa nervoso.
Será que afinal a Vic falou com ele e disse que estava indo viajar?
— Eu preciso que você resolva isso. Minha vida não pode ser destruída dessa maneira de novo, está me entendendo? — sua voz é baixa, mas autoritária.
— Hugo, precisamos conversar.
— Tenho que ir. Resolve isso. — avisa desligando o celular e se volta rapidamente a mim. — O que faz aqui? Deveria estar na cama sendo mimada. — Se aproxima afagando meus braços e me abraçando em seguida.
— A Vic me ligou...
— Está tudo bem com ela e com o bebê? — se afasta brevemente
— Me ligou para avisar que vai viajar com o Luciano. Não faço ideia do que está acontecendo, ela está tão estranha.
— Tem certeza disso?
— Sim, eu tenho. Eu preciso te contar uma coisa.
— Vem comigo. — me conduz até o sofá da sala.
— O que foi dessa vez, Helena?
— A Vic me disse para não contar pra você, mas eu acho que ela não sabe a verdade. Acho que ele está mentindo e manipulando ela.
— O Luciano? — confirmo com um acenar de cabeça. — O que aquele filho da puta fez dessa vez?
— Eu já o conhecia. O Luciano e a esposa eram amigos do Mauro. Viajávamos juntos, íamos para o cinema. Nossos filhos eram amigos.— Esposa? O Luciano não tem filhos, nem nunca foi casado, Helena.
— Samara era a esposa dele. Não sei o que aconteceu entre os dois, com tudo o que está acontecendo, não consegui investigar isso ainda. — ignoro a dor que estou sentindo. — Mas eu já o conhecia. Ele me ameaçou e a Vic estava bem mal, acamada quando tentei contar-lhe a verdade.
— Quando foi isso, Helena? — levanta irritado. — Você sabe que ele está enganando a minha irmã há quanto tempo?
— Logo depois do aniversário do Léo. Eu o vi pela primeira vez aquele dia. Foi ele quem encontrou meu filho, eu ainda não sabia que ele era o marido da Vic.
— E por que não nos contou imediatamente?— Tá de brincadeira? O meu filho estava hospitalizado...
— E a minha irmã não saiu do lado dele um minuto! — grita e pega as chaves do carro. — Eu estou indo até lá.
— Eu vou com você! — ele faz um sinal com a mão me impedindo.
— Você já fez demais! — antes que eu possa retrucar, ele sai de casa.Tento ligar algumas vezes para a Vic, mas apenas cai direto na caixa postal. Hugo idem. A falta de notícias me deixa ainda mais nervosa.
— Tá tudo bem, Helena? — escuto a voz de Paloma se aproximando. — Helena?
— Oi, sim... eu... está sim. Precisa de ajuda? — desde que Hugo e eu começamos a nos relacionar abertamente, Paloma vem me ignorando, essa é a primeira vez que ela fala diretamente comigo.
— Você quer uma água? Está pálida? Comeu alguma coisa? — nego com a cabeça. — Vem, vou procurar algo pra você comer. Não é nada como as suas comidas, mas deve dar pro gasto. — a acompanho até a cozinha.
Mesmo que eu tenha um enorme carinho por Paloma, a distância que ela impôs a nós duas, me fez manter a minha barreira e nunca contei a ela sobre mim ou sobre tudo o que me aconteceu. A nossa amizade foi interrompida no início e nunca retornamos.
— Está se sentindo melhor? — questiona após ficarmos um bom tempo em silêncio e eu apenas gesticulo que sim. — O que houve? — aponta para meus curativos.
— Um acidente bobo.
— Não parece bobo, Helena.
— Ah, Paloma, você sabe que eu sou um pouco desastrada. Eu... caí em alguns estilhaços de vidro.
— Entendo. Sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? Se ele estiver fazendo algo com você...
— Ele?— Você sabe... — ela sussurra.
— Hugo? — começo a rir. — Ele não faria mal a uma mosca, Paloma.
— Não coloco minha mão no fogo por ninguém. Além do que, eu pesquisei sobre ele. Queria saber onde estava me metendo. — senta de frente para mim e segura minhas mãos entre as suas. — Você sabia que os pais da falecida esposa dele o acusam da morte dela?
— Eu sei, mas ele não fez isso, Paloma. Fica tranquila. Quando você o conhece melhor, percebe que o Hugo é um homem doce, gentil e carinhoso. — asseguro. — Ele me trata muito bem.
— Espero que sim. Luís e eu estamos de olho. — garante. — Mas, Helena, se eu posso dar um conselho — aceno positivamente — Não o deixe gritar com você. Você estar errada, não dá a ele esse direito.
— Eu sei, é que...
— Indiferente do motivo. Eu sei que você está apaixonada, casais discutem, mas nada no mundo o daria direito para gritar com você. Me promete que se ele fizer isso, o colocará no lugar dele.
— Paloma...
— Promete.
— Ok, eu prometo.
~*~
Léo já dormia há algum tempo, era tarde da noite quando escutei o carro de Hugo chegar. Ao contrário do que eu esperava, ele não veio diretamente para casa. Pela janela, acompanhei o acender de luzes até o andar superior onde ele demorou algum tempo antes de voltar apagando as luzes. Por alguns minutos ele permaneceu andando de um lado para o outro próximo a piscina até que veio em direção a minha casa. Não o esperei chegar perto e abri rapidamente a porta.
— Falei com a minha irmã. — diz finalmente próximo a mim.
— E...?
— Ela sabe a verdade. Ele contou. Disse que vai viajar porque a notícia abalou o casamento e... com a gravidez, ela quer fazer o relacionamento dar certo.
— Você tem certeza de que ele contou a verdade?
— Tenho. — afirma se afastando e começando a fazer o caminho de volta para a própria casa.
— Não vai ficar?
— A Vic pediu para você parar de ligar pra ela. Minha irmã está muito magoada por você ter escondido essas informações dela.
— Hugo... — Quer saber? — volta a virar para mim. — Eu também estou, Helena. Não sei mais o que fazer para você confiar em mim. Eu estou do seu lado...
— Eu sei, mas tenta me entender...
— Entender que você mentiu mais uma vez?
— Hugo, por favor... Eu te amo, me desculpa.
— Eu também te amo, isso não é um término. Mas você tem que entender que mentiras tem consequências. Dessa vez, aquele merda contou a verdade, mas e se acontecesse outra coisa?
— Hugo...
— Você sequer quis prestar queixa contra aquela jararaca, Helena! Está acobertando-a, contando mentiras sobre o que aconteceu isso. Por quê? — sua voz se eleva.
— Fala baixo.
— Tudo bem, me desculpe. Você mente, me esconde as coisas, Helena... Onde acha que iremos dessa forma?
— Você quer mesmo falar de segredos? — o desafio deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. — Você tem recebido ligações estranhas e não me conta o que está acontecendo. Tem um andar inteiro da sua casa onde somente três pessoas podem frequentar — tento me controlar para não acordar o Léo. — e uma é a senhora da limpeza. Está me cobrando tudo, mas está me dando metade, Hugo. Não é justo.
— Não é a mesma coisa... — Me explica como não é a mesma coisa?
— Eu... é difícil.
— Mais fácil julgar os outros, certo? — atiro minhas palavras contra ele. — Você pode falar o que quiser, mas não finja que é melhor do que eu. Boa noite, Victor Hugo. — fecho a porta devagar esperando que ele peça para que eu espere, para que me conte a verdade, mas ele apenas me encara.
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Não surtem e até o próximo capítulo.
Beijos purpurinados,
Kami ❤️

Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now