VINTE E OITO

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O capítulo 28 original é narrado por Victor Hugo, mas se trata de um capítulo bônus que estará disponível apenas na Amazon junto com os demais capítulos exclusivos para a plataforma. Não me odeiem e aproveitem o capítulo 29!

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— Se você decidir me demitir, eu vou entender, mas eu não aguentava mais esconder isso de você. Não aguentava mais fazer isso com nós dois e principalmente com ele.
— Helena...
— Ele tem quase sete anos e, se você não é capaz de aceitá-lo, também não sou boa o suficiente para fazer parte da sua vida. — nem consigo parar para respirar. Meu coração se aperta só de imaginar deixar Victor Hugo para trás, mas, ao mesmo tempo, me sinto tão leve de contar-lhe a verdade. — O nome dele é...
— Leonardo. — Hugo gira a cadeira me fazendo ficar de frente para ele sem palavras. — Léo.
— I-i-isso. — gaguejo. — Co-como você sabe?
— O dia que ele roubou meus biscoitos na dispensa. — informa e minha mente me leva diretamente ao dia em que tentei convencê-lo de que meu filho na verdade era um homem adulto de baixa estatura que trabalhava com Luís, o jardineiro.
— Mas... como? Espera, você não está irritado? Eu estou demitida?
— Helena, respira. — se ajoelha na minha frente e segura minhas mãos que nunca estiveram mais pálidas. — Eu não estou feliz por ter me escondido algo tão importante. Mas não estou irritado. Tive algum tempo para absorver essa informação. — beija os dorsos das minhas mãos.
— Como?
— Léo e eu conversamos. Ele é um rapazinho muito esperto. — diz e não consigo segurar meu sorriso.
— Ele é.
— Helena, eu não apenas gosto de você. Estou completamente apaixonado por você e, como te disse diversas vezes, não há nada que você possa fazer que faça esse sentimento desaparecer. — avisa com um sorriso. — Me apaixonar por você foi simplesmente inevitável.
Sem saber o que dizer, simplesmente puxo o seu rosto de encontro ao meu beijando-o. Seus lábios macios se fundem aos meus enquanto nossas línguas se enroscam. Nunca senti o que sinto quando estamos pertos e cada vez que nos tocamos parece melhor que a última. Nossos momentos são únicos.
— Espera. Vai ser só isso? — questiono quando ele me tira da cadeira e me põe sentada na mesa. — Sem discussão — seus lábios em meu pescoço tentam me desconcentrar, estou apenas com a camisa que uso de pijama. — e sem... Ah... Precisamos conversar, Hugo!
— Certo. — ele se afasta esfregando o rosto com uma das mãos. — Eu fiquei sem reação quando Léo pediu para não falar pra mãe que ele fez barulho e eu o encontrei.
— Ele pediu?
— Sim. Meu chamou de tio e pediu para eu não contar pra você, mas não tivemos tanto tempo de conversar como eu queria, daí eu fui até a escola dele...
— Espera, você foi a escola do meu filho? Como descobriu onde ele estuda?
— Não foi difícil, Helena. Era óbvio que minha irmã estava envolvida. E se a Vic estava envolvida, ele só podia estar estudando na escola da Gardênia. — dá de ombros e nem consigo falar ou me mexer. — Nós conversamos bastante. Eu ia falar com você, mas o Léo me pediu para não te contar e eu não quis contrariá-lo. Não se pode trair a confiança de uma criança.
— Você foi até a escola e tirou meu filho da aula com autorização de quem, Victor Hugo? — grito e ele se assusta.
— Da Gardênia. Nós nos... conhecemos.
— Eu não acredito nisso. Transava com ela? — me arrependo imediatamente quando as palavras saem da minha boca. Eu deveria estar irritada por causa dele ter procurado meu filho sem minha autorização, não por causa de um possível caso com a diretora da escola. — Quer saber? Não tem que me responder, Victor Hugo. Eu só quero que você não procure mais o meu filho sem a minha autorização.
— Não deveria ser eu a ficar irritado?
— Não vou pedir desculpas por priorizar o meu filho.
— Que tal por mentir para mim esse tempo todo? — ele grita.
— Eu tentei te contar, mas você não deixou. Além do mais, eu não menti. Eu omiti. É completamente diferente.
— Helena, eu não quero discutir por algo que já está resolvido. Você tem um filho e não me contou. E eu nem falo apenas como seu patrão, o que era de suma importância. Mas como seu namorado, eu...
— Namorado? — congelo por alguns segundos, estamos de cabeça quente, eu mais que ele, obviamente.
— Não sou seu namorado? — um sorriso aparece.
— Você é?
— Vamos resolver isso. — diz voltando a ficar entre minhas pernas e me segura pela cintura. — Helena, aceita namorar comigo?
— Qual nossa idade? Catorze anos? — tento distrai-lo constrangida.
— Se eu tiver que agir como um adolescente para você aceitar, tudo bem. — dá de ombros. — Posso começar a falar gírias "morô"?
— Ai meu Deus. — não consigo segurar a risada. — Não faz isso.
— Qualé, novinha? Vai dar pra trás?
— Meu Deus, Hugo, eu aceito! — reclamo ainda rindo da sua palhaçada.
~*~
Acabamos voltando para a cozinha onde Hugo devorou a lasanha que levei para ele e conversamos sobre tudo o que ele e Léo conversaram. Decidi que conversaria com o meu filho no dia seguinte e, mesmo com a insistência de Hugo, decidi não contar nada a Vic.
Entretanto, não foi preciso, minha amiga entrou na cozinha do irmão enquanto nos despedíamos com um selinho e literalmente gritou:
— Hugo, larga ela! — sinto minha amiga me puxando. — Meu Deus, Helena, eu testemunho a seu favor se quiser denunciar ele.
— Me denunciar por que, Victória?
— Ele se aproveitou de você, Helena? — nego ainda assustada.
— Helena, acho que agora você não tem mais escolha. — Victor Hugo constata e vencida começo a falar.
— Seu irmão e eu estamos saindo.
— Namorando. — ele pigarreia e me corrijo.
— Estamos namorando.
— O que? Como isso aconteceu? Victor Hugo! — minha amiga tenta ir para cima do irmão, mas me coloco no meio.
— Ela me seduziu! — ele tenta se defender apontando para mim.
— Você seduziu meu irmão? — questiona confusa. — Meu Deus, Helena, você está namorando meu irmão. — começa a pular animada.
— Você sabe que são quase três da manhã, não sabe? — Victor Hugo pergunta e recebe um dedo do meio como resposta.
— Por que não me contou? Espera, o meu irmão é o cara com quem você estava transando?
— Espero que sim. — ele diz e o fuzilo com o olhar enquanto ele ri incontrolavelmente.
— Eu jurava que era o Luís.
— Quer saber? Eu vou dormir. — informo, mas Hugo me puxa me dando mais um beijo.
— Agora pode ir. —me dá um último beijo na testa enquanto Vic fala sem parar.
~*~
Explicar tudo para Vic foi mais fácil do que pensei. Ela, assim como eu, ficou surpresa com o fato de Victor Hugo não só já saber do Léo, como também por ele não ter feito disso uma grande coisa e feito amizade com meu pequeno.
Ela também disse que foi na casa de Victor Hugo porque não me encontrou e vendo as luzes da mansão acessas, pensou que o irmão estava sendo um carrasco, me fazendo trabalhar na madrugada.
— Quer dizer que agora somos cunhadas? — seu sorriso é genuíno.
— Eu acho que sim.
— Então o que você está fazendo aqui? Nem acredito que vou dizer isso, mas... Por que você não está lá dando pro meu irmão?
— Victória!
— Eu sei que estraguei o seu fim de semana, mas agora que sei que é com o meu irmão, fico feliz. Acho que vocês fazem muito bem um ao outro. — me abraça. — Vai lá, eu e o Léo ficaremos bem.
— Certeza?
— Vai logo! — dou um beijo em seu rosto e calçando minhas pantufas corro de volta para a mansão como uma adolescente.
— Não conseguiu resistir ao meu charme? — pergunta quando o encontro usando óculos e assistindo a novela no notebook. — Perdi os capítulos dessa semana. — admite.
— Quer perder mais um? — dou um sorriso e rapidamente sou puxada por cima do encosto do sofá para o seu colo.
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E aí?

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora