TRINTA E OITO

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Agora me contem, alguém tem interesse no grupo do whatsapp?

E, por favor, não deixe de comentar, votar e indicar para o amigos <3
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Logo que Hugo saiu, Léo voltou do quarto com uma camisa branca de super heróis, uma cueca e um short jeans em mãos. E tentou argumentar que poderia tomar banho sozinho.

- Quando você tirar o gesso, pode tomar quantos banhos quiser sozinho, mas enquanto estiver com ele, a mamãe vai cuidar de deixar você bem limpinho, tá bom?

- Mas mamãe...

- Vamos lá, Léo. A mamãe tem compromisso. - o apresso.

~*~

Procurei Hugo com o auxílio de Léo, mas não o encontramos. Por alguns minutos o chamei pensando que poderia estar no andar de cima. Ainda não tinha tido coragem de pergunta-lhe por qual motivo ninguém tinha permissão para subir.

Preocupada, decidi utilizar o telefone da casa para ligar para o meu celular e tentar encontrá-lo e quando atendeu, começou a pedir-me desculpas:

- Amor, eu sinto muito, esqueci de te avisar e também de deixar o seu celular...

- Você está bem?

- Podemos conversar outra hora? Estou dirigindo, tenho que resolver uma coisa.

- Tudo bem. Cuidado.

- Te amo. - desliga sem esperar qualquer resposta.

Como esperado, encontrei o motorista e o carro logo na entrada do condomínio. Conheço minha ex-sogra o suficiente para que se o funcionário retornasse sem mim, seria motivo não só para briga, mas para demissão. Não foi à toa que eu soube lidar com Hugo desde o início, ele estava agindo como a minha sogra, mas, diferente dela, sabia que era apenas uma autodefesa, não quem ele realmente era.

Provavelmente o motorista estava esperando-nos para nos seguir até a casa dela e mostrar que não voltou sem mim. E eu não podia julgá-lo.

- Bom dia, senhora, me chamo amador. A senhora Peres os aguarda. - informou abrindo a porta para mim rapidamente logo que nos viu.

- Bom dia. - cumprimentei-o de volta.

- Eu tenho um coleguinha com o seu nome! - Léo comenta animado.

Durante todo o caminho, Léo tenta chamar a atenção do motorista que parece receoso em interagir com ele deixando meu filho um pouco chateado, mas quando estamos quase chegando, isso passa dando lugar ao encantamento dele com os cachorros que vê correndo e brincando com uma garotinha que não deve ter mais que a sua idade.

Chegamos a casa quase as nove da manhã. O motorista certamente tinha instruções para trazer-nos antes das oito, porém, por muitos anos, Joelma controlou parte da minha vida e se eu podia ao menos escolher o horário que eu teria que vê-la, eu o faria.

Sempre extremamente pontual, Joelma engoliu a irritação e paciência logo que o carro parou e Léo desceu correndo em sua direção.

- Eu sei que o seu trabalho é dirigir, não interagir, mas ele é apenas uma criança e, mesmo tendo Peres como sobrenome, não somos iguais aos que moram aqui. Muito obrigada por ter nos trago. - me direciono ao motorista antes de ir ao encontro da fera.

- Bom dia, Helena. Como sempre... negligente. - escolhe suas palavras com cuidado.

- E ansiosa para tomar café. - aviso sabendo que isso só a irritará.

- Sinto muito frustrá-la, entretanto, como não estava presente no horário, a mesa já foi retirada.

- Tenho certeza que fome você não está passando. - subo os degraus até ficar no mesmo que ela que segura a mão de Léo firmemente.

- Certamente não. Empregada! - chama alguém em tom altivo. Sempre odiei o fato de ela não se referir aos seus funcionários pelo nome e sim por funções de forma arcaica. - Leve o menino e sirva-lhe o café da manhã.

- O seu nome é "Empregada"? - Léo questiona a moça tímida que vem até ele e lhe estende a mão. - Que diferente... o meu é Leo.

- Não, Leo, esse não é o nome dela e não a chame assim, ok? - peço e ele confirma com a cabeça antes de acompanha-la para dentro da casa.

- Se importando com frivolidades, me desafiando... você não mudou, Helena. Apenas mirou em outro alvo já que o meu filho se foi. - Joelma afirma adentrando a casa e a sigo.

- Se está se referindo a...

- Ao seu patrão com quem você... por acaso está dormindo?

- Não vou discutir isso com você, Joelma. Primeiramente, eu quero saber o que fazia no parque ontem. Estava nos seguindo? - ela me encara com um sorriso sentando-se de frente para mim em uma cadeira na sala de visita e indicando outra para que eu me sente.

- Me orgulho de não apenas ser uma mulher inteligente, mas também bem instruída. - o vestido ironicamente com estampa de pele de cobra contorna o seu corpo sem um único vinco. Seu cabelo perfeitamente arrumado em um coque, tem duas mechas soltas emoldurando seu rosto magro. - Dificilmente estou errada e creio que o parque é um local público.

- Não vem bancar a superior comigo. Eu não sou mais a adolescente que você conheceu, já passei por muita coisa, coisas essas que você poderia ter evitado. De qualquer forma, isso não vem mais ao caso. Hoje, não apenas eu, mas também o meu filho, - levanto-me inquieta. - o seu neto, estamos muito bem. Melhores do que jamais estivemos.

- O Mauro ficaria muito decepcionado, Helena. Você não está cuidando direito do meu neto. - diz calmamente enquanto tenta me irritar e está conseguindo.

- O que você quer, Joelma?

- Que você me ceda a guarda do Leonardo. Quero cria-lo como criei o meu filho. - incrédula paro abruptamente a encarando. - Você não pode negar que o Mauro era um homem maravilhoso. Posso dar ao Leonardo coisas que você jamais poderia.

- Você mal via o Mauro até a maior idade. - volto a me sentar e tento me acalmar. - Por anos, ele estudou em colégio interno.

- Isso não significa que não o criei, pelo contrário. Dei a ele tudo o que precisava e todas as chances para tornar-se o homem maravilhoso que ele foi. Só quero ter a chance de fazer o mesmo pelo meu neto.

- Então, o que você quer é que eu abra mão do meu filho para que você o mande para um colégio interno apenas para apaziguar sua culpa?

- Culpa?

- Você e eu sabemos que, apesar de você me culpar, Joelma, não fui eu a culpada pelo que aconteceu com o Mauro. - comento e ela parece começar a perder a compostura.

- Foi um acidente de carro.

- Carro esse que eu deveria estar dirigindo.

- Vai embora! - levanta irritada e gritando. - Eu não sei o que você está tentando fazer, Helena, mas o que está insinuando, é ridículo!

- Vou buscar o meu filho.

- Vai embora! - Joelma me puxa pelo braço me apertando e como reflexo, minha mão vai de encontro com o seu rosto.

- Não era a minha intenção. Eu sinto muito. - ela volta a me puxar e agora segura os meus dois braços apertando ainda mais. - Me solta.

- Sua golpista pobretona, quem você pensa que é? Antes, eu tinha uma ótima proposta financeira para você, agora, eu faço questão de tirar essa criança de você da mais dolorosa forma. - solta meus braços me empurrando fazendo com que eu cai após tropeçar mesa de vidro que se estilhaça. - Não deixe o seu sangue sujar a minha casa! - avisa saindo do cômodo.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora