Capítulo 01

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- Vai ficar olhando?

- Admirando. – Corrigiu.

Alfonso se arrumava pra trabalhar. Apesar do passar dos anos a imagem no espelho continuava quase a mesma: Um CEO pronto pra mais um dia de trabalho. Salvo engano, seus olhos perderam a tonalidade de acusação com o passar dos anos. Anahí estava no meio da cama, enrolada num lençol, muito a vontade entre os travesseiros, admirando-o colocar as abotoaduras.

Alfonso: Não me faça voltar ai. – Ela riu, travessa – Você sabe que eu vou.

Anahí: Você bem que podia... – Insinuou, se desencostando dos travesseiros. Ele riu, se aproximando.

Alfonso: Baby, por mais... – Ele suspirou – Desconcertante, que seja minha vontade de ficar aqui... – Ele se sentou, tirando um cacho chocolate do rosto dela – Eu preciso trabalhar. – Hoje é quinta e eu só fui na empresa duas vezes. – Tentou, razoável.

Anahí: Fizemos uma geração nova deles. – Contrapôs, se ajoelhando na direção dele e abraçando-o pelos ombros. Alfonso riu. Esse sempre era o argumento dela – Novos em folha. Eu mesma lembro de ter feito 3. – Argumentou, toda razoável.

Alfonso: Tenho quase certeza que um deles não está no ponto ainda. – Brincou, passando o nariz na lateral do pescoço dela. Rosalie, na flor da adolescência, ainda devaneava sobre profissões.

Anahí: Que seja, sobram dois. Vamos lá... – Tentou, puxando-o pela gola da camisa.

- Anahí não saiu do quarto ainda? De novo?!

Nate: Desculpe, tia. – Respondeu, obviamente saindo daquela briga, uma caneca de café fumegante na mão. Anahí suspirou e Alfonso riu.

Alfonso: Hoje eu tenho a impressão de que nós vamos. – Consolou, beijando a testa dela e se levantando.

Anahí suspirou, olhando em volta. A vida fora boa com ela... Pelo menos quando a tempestade por fim passou. As crianças cresceram, houve paz. Ela se espreguiçou gostosamente, saindo da cama e procurando seu hobbie. Ainda sentia o cheiro dele na sua pele, e se pudesse o manteria o tempo todo. Continuava apaixonada por ele como nos primeiros anos. Fez um coque no cabelo, se ajeitou e saiu, encontrando o apartamento totalmente a ativa: Dois labradores e uma Madison.

Anahí: O que você quer de mim? – Perguntou, num tom quase letal.

Madison: Bom dia. Adorável vê-la também. Quero que você se apronte, temos uma reunião as 11:00 e HOJE você vai. Agora com licença, eu também tenho uma família a quem cuidar. – Anahí revirou os olhos, entrando na cozinha.

Anahí: Bom dia. – Alfonso piscou pra ela, já tomando café, e Gail se adiantou, servindo-a.

Nate: Mãe. – Cumprimentou, carinhoso, como toda manhã. Ela sorriu, se inclinando e beijando o cabelo dele.

Bem, pra Nate o tempo apresentou uma grande mudança. Não havia mais nada da criança ali. No lugar, um adulto forte, pouco mais de 20 anos. Herdara o jeito do pai de olhar as pessoas de cima. Os olhos eram os da mãe, assim como o cabelo, que era mais claro, liso. Malhava, e lembrava muito o porte de Alfonso naquela idade, com seus músculos definidos. Não era de falar muito, mas se soubessem interpretar o olhar dele... Enfim. Oh, e ninguém podia pegar no cabelo de Nate. Ninguém mesmo, a única exceção era Anahí.

Anahí: Sua irmã? – Perguntou, dando falta. O horário de Rose era mais cedo, logo todos sabiam a quem a pergunta se referia. Nate deu de ombros.

Ultimo Ato (Efeito Borboleta - Livro 5)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora