Capítulo 47

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 Todos queriam um resultado rápido. Imediato, que curasse as feridas e encerrasse aquela situação. A realidade era exatamente o reverso. A vida precisava seguir para os que não estavam no quarto com Blair, mas o tempo era pesado, tortuoso.

Madison: Querido, você não pode ficar aqui. – Murmurou, ajoelhada em frente ao filho. Chuck não saíra do hospital nem um minuto, e agora já faziam quatro dias, mesmo que Blair rejeitasse qualquer visita que não fosse dos pais. Recebia roupas limpas e comia se forçassem, e só.

Chuck: Eu estou com ela. – Dispensou, mexendo o copo de café que tinha na mão. Alfonso observava quieto, no canto da sala.

Madison: Você vai terminar adoecendo também, Charles. – Suspirou – Nós vamos avisá-lo se houver qualquer avanço, eu prometo.

Chuck: Não vou sair. – Cortou, definitivo, e ela se levantou, saindo de perto.

Blair estava sendo tratada, mas era um quadro muito delicado. A hemorragia interna provocada pelo aborto finalmente cedera, mas aquilo era só a ponta do iceberg. A sonda alimentando-a estava sempre lá, assim como o soro, e ela recebia transfusões de sangue periodicamente.

Alfonso: Ei, princesa. – Disse, entrando no quarto. Anahí se pusera como um cão de guarda na cabeceira da cama da filha e de lá não saía pra nada. Dormia em pé, com o rosto encostado no travesseiro da cama. Só tomava banho quando a garota estava dormindo, sedada, na suíte do quarto, com a porta aberta (eliminando o risco de não escutar a filha chamar).Tampouco adiantava argumentar – Como passou a noite?

Blair: Dormindo. – Ela olhou de soslaio pro controlador de medicações ao lado dela. Robert a apagava pontualmente as 21h, mantendo uma escala fixa de 11 horas de sono por noite.

Alfonso: Anahí, Rose está lá fora. – Anahí ergueu o rosto – Nate a trouxe. Eu já conversei com ela, mas ela está bastante confusa, está perguntando por você. – Anahí pestanejou.

Anahí: Diga a ela que eu estou com Blair agora. Ela vai entender. – Respondeu, rouca.

Alfonso: Entendeu nos últimos dias, mas ela é sua filha também, e é uma adolescente. – Interpôs. Anahí suspirou – Vá vê-la, eu fico com ela. Aproveite e coma alguma coisa.

Blair: Mãe. – Chamou, meio hesitante, agarrando o pulso de Anahí. O aperto não tinha força alguma. – Você não vai embora, não é?

Alfonso: Só até a recepção, bebê. – Prometeu.

Anahí: Só levo alguns minutos, prometo. – Blair respirou fundo, se tranqüilizando, e soltou a mãe.

Blair: Diga a Rosie que estou... – Ela hesitou – Que vou ficar bem. – Corrigiu. – E que mandei beijos. – Anahí sorriu de canto.

Anahí: Claro que digo. – Ela deu um beijo no rosto da filha, saindo – Qualquer coisa...

Alfonso:...Ela vai estar com o pai. – Garantiu, debochado, e Anahí revirou os olhos, saindo. Blair sorriu de canto.

Ele se aproximou, puxando uma cadeira e pondo do lado da filha. Apanhou a mão dela (com cuidado com o aparelho preso na ponta do dedo) e pressionou os lábios ali. Blair adquirira uma temperatura fria que o deixava agoniado; lembrava a que ele tinha, preso na cabana.

Alfonso: Está sentindo alguma coisa? – Perguntou, vendo ela se ajeitar.

Blair: Não. Fios demais. – Dispensou.

Alfonso: Amor... Você não sentiu nada? – Blair o olhou, confusa – Quero dizer, na noite em que viemos parar aqui, você não sentiu nenhum desconforto, nada antes de desmaiar? – Perguntou, intrigado.

Ultimo Ato (Efeito Borboleta - Livro 5)Where stories live. Discover now