Capítulo 08

6.1K 354 359
                                    


Anahí fez questão de no dia seguinte fazer vir um dermatologista ao apartamento. Ao contrário do exagero de Alfonso, Blair não ficara com o rosto roxo, e sim um vermelho irritado. O dermatologista apenas receitou uma formula pra irritação e afirmou que em poucos dias a pele retomaria o tom normal, sem maiores complicações. Não houve mais nenhum alvoroço aquele dia. Nate obedeceu a ordem do pai, não saindo no domingo a noite, e Blair obviamente ficou, sendo que jamais sairia com o rosto marcado, logo dormiram cedo.

Alfonso: Você não dormiu nada na ultima noite. – Comentou, vendo a expressão no rosto de Anahí. Haviam olheiras, mas hoje ela estava menos armada – Venha aqui.

Anahí: Com certeza vou. – Admitiu, coçando o olho. Ele esperou mais um instante, escutando-a escovar os dentes, e sorriu vendo-a sair do banheiro de camiseta e cueca – Antes de dormir, quero que veja uma coisa pra mim.

Alfonso: Agora? – Ela assentiu, procurando algo em uma gaveta. Em pouco tempo passou um tablet pra ele, que apanhou sem questionar... Até ver o que era – Anahí...

Anahí: Só assista. – Pediu, se aninhando feito uma gata nas pernas dele.

Anahí adquirira uma mania com o tempo: Quando cansada ou exaurida ela gostava de se aninhar no colo dele, em geral perto da cicatriz da cirurgia, e ficar ali. Muitas vezes dormia ali. Alfonso tinha uma cicatriz do tornozelo até perto do joelho, uma linha reta, e estranhamente confortava Anahí. A cicatriz significava que a cirurgia dera certo, e que houvera paz. Ele acariciou o cabelo dela, ligando o vídeo da câmera de segurança.

Após uns instantes sua boca se tornou uma linha fina, dura. Blair dançava de um modo... Exagerado. Estava obviamente alterada. Não havia um close na menina, Anahí conseguira apenas a câmera de cima do local de onde o acidente ocorrera. Ele continuou assistindo e acariciando o cabelo dela, que deu um beijinho casto na cicatriz dele, sonolenta. Viu Clair subir no balcão, em seguida a filha. A linha na boca dele endureceu mais ainda. Aquela não era a Blair normal, a que eles conheciam não era de se expor daquela maneira vulgar. Pouco mais de um minuto depois, Nate. Clair desceu. Nate tentou falar com Blair (ele não podia saber o que era, o vídeo não tinha som). Nada. Nate puxou a Blair pela perna, carregando-a no ar e pondo-a no chão, cobrindo-a com um terno que alguém jogou pra ele. Instantes depois os dois brigavam, então o tapa. O vídeo todo não durou muito mais de 5 minutos.

Alfonso: Por que ela fez isso? – Perguntou, desgostoso, desprezando o tablet.

Anahí: Não sei. – Admitiu, dando outro beijinho na cicatriz dele. – Acho que está com alguns problemas. Tentou extravasar do modo errado.

Alfonso: Nate continua errado. – Anahí assentiu, beijando-o outra vez, e ele tornou a acariciar o cabelo dela – Não posso voltar atrás no que fiz. Isso anula minha autoridade.

Anahí: Não estou pedindo que você anule sua autoridade. – Disse, engatinhando por cima dele – Estou pedindo que não questione a minha. – Resumiu, selando os lábios dele.

Alfonso: Como quiser. Agora durma, não gosto de vê-la cansada assim. – Anahí assentiu, se aninhando no peito dele – Eu amo você.

Anahí: Sempre amei. – Murmurou, fazendo-o sorrir.

Alfonso: Sempre vou amar. – Respondeu, beijando o cabelo dela. Anahí não respondeu mais, provavelmente caíra no sono.

Na manhã seguinte a rotina foi um pouco invertida. No normal era Nate a estar a todo vapor pra trabalhar e Anahí sempre prendia Alfonso. Dessa vez Alfonso estava pronto e Nate, ainda de moletom de dormir. Blair usava um hobby de seda por cima da camisola, lembrando Anahí, a diferença é que o de Blair era branco, e Anahí usava grafite.

Ultimo Ato (Efeito Borboleta - Livro 5)Where stories live. Discover now