Capítulo 16

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Blair: Eu não tenho uma história pra contar. É a história da minha vida. – Disse, dando de ombros – Vocês viram acontecer.

Juliet: Eu vi dois primos. – Defendeu.

Clair: Você é cega. – Dispensou, ajeitando uma almofada atrás da cabeça – Até as pedras sabem que eles se gostam. Exceto nossos pais, porque o pior cego é aquele que não quer ver. – Blair hesitou.

Juliet: A história é sua? – Clair cruzou os braços – Certo, então Blair vai contar. Continue, Bee.

Blair: Éramos crianças e só andávamos grudados. Crescemos e com a adolescência vem os hormônios e... – Ela deu de ombros.

Clair: Essa parte que eu não entendo. – Disse, dando de ombros – Com a adolescência vem os hormônios e você é virgem. – Mostrou e Blair negou com o rosto.

Blair: Foi uma confusão enorme. – Lembrou, negando com o rosto – Primeiro entender o que estava acontecendo, depois lidar com isso. – Ela suspirou, negando com a cabeça.

Anos antes...

Blair: E você é o papai da casa. – Disse, como se fosse a coisa mais legal do mundo.

Chuck: Mas a gente já fez isso. – Ela hesitou, torcendo as mãozinhas. Os dois eram grandes pra esse tipo de brincadeira, aborrecia ele – A gente podia jogar um pouco de vídeo game.

Blair: Eu não gosto. – Dispensou, se sentando. Já tentara jogar com Nate e não gostava de jogos de atirar.

Chuck: Eu sempre faço o que você gosta. – Ela não falou nada – Hoje eu não quero. – E se levantou, saindo.

Blair fez bico, vendo-o se afastar. Chuck era tão chato! Ela se sentou no balanço, a torre branca fazendo fundo, e ficou emburrada, olhando o chão. Na verdade ele sempre brincava do que ela queria. Levou bem meia hora de birra até ela voltar, escondida, pra ver o que ele fazia, mas ele também não fazia nada. Ela hesitou, escondida, então entrou devagar na sala, as mãos torcidas nas costas. Agora, aos 10 anos, não fazia mais birra nem chorava atoa.

Blair: Ei. – Ele olhou, se assustando. Anahí prendera o cabelo dela com um laço vermelho. – Eu... Você quer jogar vídeo game? – Ofereceu, e ele franziu o cenho.

Amar pode doer.

Amar pode doer às vezes.

Mas é a única coisa que eu sei...

Chuck: Mas você não gosta. – Ela deu de ombros, as bochechas coradas de vergonha.

Blair: Mas eu queria brincar com você, e se você quer brincar de vídeo game tudo bem. – Aceitou, quietinha. Ele sorriu de canto.

No final, quando Anahí passou pela sala, os dois estavam no tapete, não com o vídeo game nem brincando de casinha, mas jogando twister. Os dois estavam embolados, uma mistura de braço, perna, e riso. Enquanto Anahí olhava, achando graça, Chuck se desequilibrou, caindo de cara no chão. Blair continuava suspensa nos braços e nas pernas e tremia de rir do primo, que no final riu, admitindo a derrota.

---*

Mais anos depois... Blair estava com as amigas, saindo no intervalo. O corpo de adolescente começava a tomar forma debaixo da roupa, os jeitos de criança ficando pra trás. O grupinho de sempre a seguia no intervalo, e ela estava perfeita. Ao entrar no refeitório, todos olhavam pra ela. Era normal. O grupo seguiu pra mesa onde sentavam, até que ela percebeu Chuck sentado debaixo de uma arvore ali perto, com os olhos fechados. Estivera doente. O coração dela estranhamente disparou ao vê-lo, e de pronto ela ficou... Preocupada. Por que ele estava só?

Ultimo Ato (Efeito Borboleta - Livro 5)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora