Capítulo 42

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Mas as coisas não melhoraram. Tê-lo outra vez só fez magoar a ferida dela e a deixou sangrando. Blair voltou pra casa aquela noite quieta, calada, e nem mesmo os esforços mais dedicados de Alfonso conseguiram a menor das informações. Tomou um banho demorado, se esfregando como se a trama da esponja conseguisse apagar o toque dele do corpo, porque ela o queria de volta. Foi dormir sem comer, sem falar, sem nada.

Levou dois dias até que Chuck finalmente fosse encurralado.

Juliet: Declaro essa reunião aberta. – Avisou, solene, batendo na mesa com um peso de papel. Clair assentiu, encostada num canto da sala, de braços cruzados. As duas o encaravam.

Clair: E então? – Chuck ergueu a sobrancelha – Olhe, garoto, minha mãe me ensinou bem a identificar quando pessoas transaram e você transou, então não nos faça perder tempo. – Cortou.

Juliet: Por que está rodeando? – Perguntou, incrédula.

Chuck: Não acredito que vocês me prenderam aqui pra isso. – Disse, exasperado – Eu... Eu não consegui nada. – Disse, dando de ombros. As outras hesitaram. – Quero dizer...

Clair: Diga. – Incentivou, erguendo a sobrancelha.

Chuck: Isso é privado. – Reparou.

Juliet: Não me venha com pudor nessa altura do campeonato, Charles. – Dispensou e ele revirou os olhos.

Chuck: Teve isso... Essa hora... Ela pareceu se retesar do nada, como se tivesse lembrado de alguma coisa que assustasse ela. – Disse, se lembrando – E então me pediu pra não machucar ela. – Lembrou, dando de ombros, pra em seguida levar uma pancada na cabeça com a pasta que Clair tinha na mão – Ei!

Clair: Garoto, o que você estava fazendo?! – Ralhou, exasperada.

Chuck: Nada demais! – Exclamou, incrédulo – Esse é o estranho, não foi como se ela estivesse com medo de mim, mas do que ela lembrou. Enfim. – Ele deu de ombros.

Juliet: E você está parecendo tão satisfeito consigo mesmo por que... – Perguntou, sondando-o.

Chuck: Bem, nós nos separamos a meses, logo ela deve ter parado o contraceptivo. Ela odiava as pílulas, sempre odiou. – Supôs, agora abertamente satisfeito – Eu não usei camisinha. Nós transamos três vezes. Um pouco de sorte... Bem, ela vai ter que voltar. – Concluiu, obvio. Parecia radiante com isso – Uma vez em casa, resolvemos isso juntos.

Clair: Bem, sobre isso... – Comentou, se afastando um passo – É interessante como nós temos a mesma linha de pensamento, irmão. – Concluiu, pondo o cabelo atrás da orelha.

Chuck: Você não lembrou a ela de tomar a pílula do dia seguinte, não é? – Perguntou, agora toda a leveza sumindo do rosto.

Clair: Na verdade, se eu bem me lembro fui eu que levei lá pra ela tomar. – Chuck levantou da cadeira e avançou nela, que correu.

Chuck: Inferno, Clair! – Rosnou, agora parecendo irritado.

Juliet: Ela está certa. Um bebê só bagunçaria ainda mais as coisas. Nós não jogamos nessa modalidade. – Dispensou. – O que nos leva a...

Chuck: De volta a nada. – Revirou os olhos, se largando na cadeira.

Clair: Um problema que não pode ser resolvido, o que a fez deixar você mesmo sem querer. Agora uma lembrança que a desperta pânico involuntário. – Juntou, pensativa – Que diabo aconteceu? – Perguntou, inquieta.

Mas não houveram respostas. Mais dias se passaram e a piora de Blair foi visível. Não comia, só saía de casa pra trabalhar. Emagrecera, os cabelos perderam a vida e os olhos eram sempre tristes. Só topara sair de casa pois Clair descobrira que ela fora apresentada a Douglas e criara uma rebelião alegando preconceito.

Ultimo Ato (Efeito Borboleta - Livro 5)Where stories live. Discover now