Caminhei tossindo água até a entrada do prédio. Fui em direção das escadas e Miguel andava do meu lado.
- Qual o seu andar? - Ele pergunta.
Eu logo me lembro que estou sem chave.
- Eu vou me secar no banheiro... deve ter alguma toalha na dispensa.
- Não há toalhas no banheiro ao público.
- É meu único jeito. Estou sem minha chave... vou ter que esperar meu irmão chegar.
- Vem para meu quarto. - Ele oferece e eu olho para ele como se ele tivesse endoidado.
- Seu o que?
- Meu quarto. Olha só para você. Está ficando roxa.
Ele me empurra com uma mão nas minhas costas para apressar meu passo. ele para em frente o elevador e o chama.
Eu entro em desespero.
- Me fala qual andar e eu te encontro lá.
- Seu medo de elevador?
Eu confirmo com um aceno.
- Vai ser rápido.
- Por favor... eu não consigo.
O elevador chega, mas ele não entra, ele apenas me observa antes de bufar e andar até as escadas.
- Penúltimo andar. - Ele diz antes de entrar pela porta.
Eu o sigo e começamos a subir. Antes de acabar o primeiro andar, ele para e me faz parar também. Arregalo os olhos quando vejo ele tirar a camisa preta pela cabeça. De repente a nossa noite juntos me passa pela cabeça e minhas mãos começam a formigar. Meu bom céu. Eu precisava de estabilidade psicológica agora.
- Você está congelando. Sua boca está muito roxa. Tira essa blusa pelo menos.
- Câmeras. - Eu sussurro.
Com dois passos ele me empurrou até a parede e ficou a minha frente. Eu entendi que a missão dele foi me tampar das câmeras, mas isso não impediu meu coração de disparar.Caramba... aquelas mãos em mim foi tão...
- Feche os olhos. - Eu digo antes de me virar de costas para ele.
Eu estava tremendo de frio e isso é bom pois disfarça meu coração dando pulos. Tirei minha camiseta rosa e vesti a de Miguel. Tinha aquela droga de cheiro dele. Ela estava seca e tinha apenas alguns respingos, provavelmente a tirou antes de entrar na piscina.
Me virei e encontrei ele me olhando muito perto. Prendi a respiração quando ele puxou a beirada da camisa e a levantou para enxugar meu rosto em partes ainda molhadas. Ele não parecia muito feliz.
- Por que você tem medo de elevador? - Ele pergunta se virando e começando a subir mais um lance de escadas. Eu o sigo.
- Não sei ao certo. Eu sempre passo mal quando ando.
- Deveria procurar um psicólogo ou algo assim.
- Talvez. - Digo somente.
Fez-se silencio até o nono andar. As vezes nós parávamos e eu descansava um pouco. Eu não era nenhuma atleta e a imagem dele sem camisa só ajudava a piorar meu fôlego que ainda não recuperei completamente depois de cair na piscina. Oh céus! Por que tão bonito?
- Por que você está dormindo em um hotel?
Pergunto quando chegamos ao seu andar. Era um dos andares onde havia menos quartos pois eles eram maiores que os outros.
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O muito que Ella sente
ChickLitMiguel tem apenas dois problemas para resolver: O primeiro é encontrar um jeito de criar sozinho a filha que acabou de descobrir que existe. A segunda é esquecer a garota que em breve será sua "irmã". E Ariella, bom, ela tem duas versões dela mesma...