32 Miguel

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Havia algo de errado e eu iria descobrir o que era. Ariela estava nervosa e isso me deixava um pouco com o pé atrás em relação ao seu beijo.

É uma pena que eu queira ficar com uma garota tão complicadinha como ela. Eu conheço garotas a todo instante e fui me direcionar a mais esquisita. Acho que isso que me atrai... ela tem um certo olhar misterioso, uma independência no andar e juntando com a doçura... nossa, acho que sei porque me acostumei com ela. Mas poxa, eu não queria que ela fosse tão complicada e linda ao mesmo tempo.

Talvez seja isso que eu precise afinal, algo de responsável na minha vida... alguém que não vá pular fora na outra noite ou colar perto por causa de algum benefício que meu nome atrai. Ariela toca em um bar e da aula para crianças... ela não teria algum interesse em meu status... pelo menos é o que eu acredito depois de tanto tentar me evitar e de negar parentesco com Rebeca que é um nome forte do país.

Mas não importa detalhes agora. Quero que de certo e vou fazer com que isso aconteça.

- Papai quem era?

Maria aparece da porta da sala coçando os olhos e arrastando uma manta atrás de si que está meio enrolada em volta dela.

- Era... uma moça do hotel.

- Parecia a voz da professora.

- Por que está acordada? Não é hora de criança estar em pé e muito menos fazendo perguntas.

- Eu estou sem sono.

- Não é o que parece.

Os olhos dela estavam pesados e sua voz lenta de tanto sono carregado.

- Vamos dormir, gatinha, ande. - Vou até ela e pego sua mão para a puxar até seu quarto. Eu a levanto e a coloco Serasa no colchão e em seguida ajeito a manta em cima dela.

- Você pode ficar aqui até eu dormir?

- Claro que sim. - Ajeito os lençóis para o lado para que eu possa deitar ao canto da cama. - Feche os olhos agora.

Ela faz o que eu digo e relaxa o corpo no mesmo segundo.

- Eu não gosto mais dela. - Maria diz sem abrir os olhos.

- De quem?

- Da mamãe.

- Por que diz isso? Sua mamãe não era a pessoa mais importante no mundo?

- Ela não gosta de mim. Eu sei. Eu também não quero mais que ela volte.

- Maria, as coisas não são assim. Sua mamãe está passando por algo difícil e você sabe e...

Nesse momento parei de falar pois Maria começou seu maravilhoso ato de me ignorar. Tampou seus ouvidos com a mão e se virou para o lado oposto. Eu desisti de falar coisas que ela não vai ouvir então simplesmente cruzei os braços atrás da cabeça para esperar o sono dela.

- Marcos disse que ela é má. É verdade? - Ela ainda não olhava para mim, mas as mãos dela não estavam mais no ouvido.

- Mães não são más. A sua não é diferente.

- Ela não quer mais ser minha mãe para ser má?

A voz dela estava um pouco falha e sabia que começaria a chorar a qualquer instante.

- Quem é Marcos?

- Um colega, papai. Ele não é legal.

- Algumas pessoas gostam de ver a gente triste, Mia. Você não pode escutar essas pessoas. Elas não sabem de nada sobre a gente ou sobre sua mamãe.

O muito que Ella senteWhere stories live. Discover now