45 - Ella

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- Você não vai trabalhar aqui hoje, Ariella.

- Não?

- Não, há reunião com a alta administração do hotel. Eu Preciso que toque um daqueles repertórios clássicos e cante umas musica antes.

- Cantar?

- Sim, umas quatro ou cinco. Só até os músicos chegarem.

Subi até o sala que nunca recebi permissão para entrar. Era incrivelmente grande e decorado. As pessoas exalavam dólares e libras como perfume e me peguei comparando isso com o bar. Isso era puro luxo.

Andei calmamente até o piano e meus dedos escorregaram as primeiras notas nas teclas. Alguns olhares viajaram até mim, mas eu ignorei como sempre. Eu precisava me concentrar nas minhas ações.

Toquei algumas músicas calmas que combinavam com o ambiente e cantei apenas em uma meio jazz. Eu estava querendo sair logo dali pois estava deslocada. Finalmente a banda chegou.

Alguém segurou em meu braço e meu olhar se levantou. E minhas mãos contorceram.

- Quem deu permissão para você subir aqui? - Era a voz do segundo diretor. Contorci meu braço para sair do seu aperto. Ele me dava nojo.

- Eu estou trabalhando. Lara me pediu para substituir os cantores enquanto eles não chegavam.

- Ela é louca!? Você não pode frequentar esse tipo de lugar.

- Por que?

Ele não respondeu.

- Não importa. Vá embora.

- Eu não preciso que você me mande fazer para que eu faça.

- Desgraçada, conversei com Lara sobre dar um fim em você, mas ela não quer ficar sem seu cachorrinho.

A compreensão finalmente caiu sobre mim. Eu só consegui rir. Ele segurou meu braço novamente e me puxou para dentro do banheiro masculino.

- Você tem medo de que eu conte para alguém aqui que você tentou estuprar uma funcionária do hotel?

- Ninguém acreditaria em você.

- Você tem medo de perder seu cargo. O dono do hotel está aqui, não está?

- Ninguém vai acreditar em uma puta que trabalha servindo álcool.

- Se não fosse aquelas fotos, eu adoraria tentar.

Vi a expressão dele se contorcer de raiva e me aproveitei isso.

- Na verdade, eu não me importo com aquelas merdas mais. Pode vazar. Eu nao ligo se algumas pessoas pensarem que sou uma vadia. Todo mundo já pensa isso mesmo. Foda-se eu quero minha demissão.

Uau. Isso foi meio... libertador.

- Você não sabe com quem está mexendo. Mais fácil você morrer do que eu deixar você sair desse lugar e acabar com minha imagem.

- Olha, eu saio do hotel, nunca mais te verei ou tocarei no seu nome. Não denunciarei, mesmo você merecendo isso.

- Eu deveria prender você na minha cama e dar motivos de verdade pra você querer me denunciar, sua puta.

Passos calmos entraram no banheiro. As mãos do diretor que eu nem sabia o nome saíram de mim e meu olhar subiu para Miguel passando por nós e indo até a pia lavar as mãos tranquilamente.

- Sabe o que eu odeio? - Ele pergunta casualmente. Não respondemos. - Odeio quando minhas mãos começam a suar por ansiedade. Vocês não se sentem assim?

O muito que Ella senteWhere stories live. Discover now