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ANY G.

Não dormi bem à noite, então o meu humor matinal não estava dos melhores. Se tem uma coisa que me deixava puta era não conseguir dormir direito. Eu estava preocupada com a descoberta recente de que eu teria um prazo de cem dias para fazer Noah encontrar o amor da sua vida, sendo eu ou qualquer outra. Pensar sobre isso me fez perder o sono e iria me desconcentrar pelo resto do dia, o que era péssimo para mim que já era avoada de natureza.

Cheguei à empresa antes do meu chefe, como era o esperado, e depois de deixar sua sala como ele queria, eu fiquei em minha mesa e passei os primeiros minutos tentando usar o meu novo celular, descobrindo como ele funcionava. Parecia coisa demais para a minha cabeça e estava me deixando ainda mais irritada, então eu simplesmente bloqueei a tela e larguei o aparelho sobre a mesa.

— Que se foda. — bufei.

— Soares. — a voz grave e inconfundível de Noah me fez ficar em alerta.

— O-oi. — me ajeitei na cadeira e sorri nervosa.

Eu ia dar bom dia, mas depois de olhar para ele e notar sua cara de poucos amigos eu lembrei do conselho de Heyoon sobre não usar aquele cumprimento.

Noah caminhou até mim e parou em pé do outro lado da mesa.

— Não quero ver ou falar com ninguém até as dez da manhã. Não importa se é o presidente ou o papa, anote o recado ou diga para me procurarem mais tarde.

— Sim, senhor.

— Doutor. — cerrou os dentes, irritado.

— Doutor. — repeti, tentando conter o meu espírito debochado. — O doutor deseja mais alguma coisa? Um café ou talvez um cupcake bem doce? — sorri inocentemente, tentando provocá-lo.

Os lábios dele tremeluziram por uma fração de segundos e eu até pensei que ele iria abrir um sorriso de canto, mas seu rosto se manteve neutro.

— Café.

— Com um creminho pra deixar mais leve? Talvez algumas colheres de açúcar? — se Heyoon me visse agora diria que eu estava doida para perder o emprego.

— Puro. Sem açúcar. — pressionou o maxilar, mostrando que eu estava esgotando sua paciência. — Eu sempre bebo o meu café assim, então acho melhor que não se esqueça porque será a última vez que eu explicarei como gosto do meu café. — após esse sermão rude, ele deu as costas e caminhou em direção à porta de sua sala.

Aproveitei para dar uma boa analisada em como ele ficava bonito até de costas. Ele com certeza malhava pesado, pois não era qualquer um que ficava tão gostoso em tantos ângulos. Depois que o meu chefe saiu do meu campo de visão eu fui pegar o seu café. No dia anterior, eu pedi para alguém da cantina mexer na cafeteira para mim, mas naquela manhã o lugar estava vazio.

Ótimo, eu vou ter que lidar com a tecnologia do século XXI sem ninguém para me ensinar a fazer isso.

Como estava fazendo com qualquer coisa nova, eu vi alguns vídeos no YouTube, mas não adiantou de muita coisa, eu ainda não entendia como aqueles botões poderiam me dar um café exatamente como eu queria.

— Não deve ser tão diferente do bebedouro. — falei para mim mesma.

Peguei uma cápsula de expresso e depois de muito tentar, eu a encaixei na parte de cima. Posicionei a xícara e apertei um dos botões, mas nada aconteceu. Então eu apertei outro, depois outro, mais outro e por fim eu estava apertando vários de uma vez. Péssima ideia, porque o café quente jorrou em mim, molhando a minha blusa.

— Puta que pariu! Mas que caralho! — berrei furiosa, vendo a minha blusa social branquinha ficar transparente e manchada. Pelo menos meu sutiã era bonito.

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now