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NOAH U.

Era difícil tentar imaginar o que a Vanessa fazia ali na empresa. Meus sentimentos estavam confusos e eu não sabia como agir. A única coisa que eu poderia fazer era ouvir.

— O que você faz aqui? — perguntei.

— O meu chefe decidiu abrir uma filial nos Estados Unidos e vai ficar aqui por alguns meses, então eu estou aqui também.

— Temporariamente. — completei como se precisasse confirmar aquela informação.

— Isso. — assentiu. — Pensei em vir te ver. Não sei se isso foi uma boa ideia, mas eu sinto como se nós não tivéssemos colocado um ponto final digno para nós dois, então achei que poderíamos ter uma conversa pacífica agora.

— Sobre o que, Vanessa? Você ficou longe por anos, as coisas mudaram.

— Eu sei e eu entendo. Só quero ter certeza de que você não guarda nenhum sentimento ruim por mim.

— Sentimento ruim? Eu amava muito você. Não fiquei bravo por você ter ido embora, eu entendo que você precisava e agora, depois que o meu pai me fez algumas revelações, entendo que você escolheu ir sozinha porque estava pensando em mim.

— Uau. — ergueu as sobrancelhas em surpresa. — Pelo que seus pais me relataram quando nos vimos na Rússia as coisas não pareciam estar indo tão bem pra você.

— Como eu disse, as coisas mudaram. Não se preocupe com o que eu penso sobre você, está tudo bem. — fui sincero.

— Isso é ótimo. — ela não falou aquilo com tanta firmeza, talvez ainda estivesse confusa sobre se realmente pensava assim. — Então eu acho que não será estranho se eu te chamar para um café. — sorriu suavemente. — Está livre amanhã?

Confesso que aquele pequeno sorriso me fez sentir algo como um formigamento. Talvez eu não tivesse colocado um ponto final definitivo na minha história com a Vanessa, mas isso era apenas uma especulação. Além do mais, eu notei que ainda era difícil para mim dizer não para ela.

— Sim, estarei livre. — respondi positivamente.

— Perfeito! — sorriu ainda mais. — No Ofelia's. O mesmo horário que costumávamos ir.

— Combinado. — assenti e sorri de canto.

— Antes de ir... — mirou o chão como se estivesse tímida. — Eu posso te dar um abraço?

— Ah... Eu acho... Bem... — cocei a nuca. — Ok. Um simples abraço. — eu disse mais para mim mesmo.

Dei a volta na minha mesa e Vanessa caminhou a passos cuidadosos até mim. Ela era tão baixinha quanto eu me lembrava e eu não sei porque notei, mas ainda usava o mesmo perfume.

Ela passou as mãos em volta do meu corpo e colocou sua cabeça contra o meu peito, como sempre fazia quando costumava me abraçar antes. Segundo ela, assim era mais fácil, pois eu era mais alto e seus braços precisavam de um certo esforço para alcançar meus ombros. A abracei de volta, passando minhas mãos por suas costas e apoiando meu queixo no topo de sua cabeça.

Ainda éramos um encaixe perfeito.

— Até amanhã, Noah. — ergueu a cabeça sem me largar e ficou nas pontas dos pés, depositando um beijo em minha bochecha.

Quando ela se afastou e saiu da sala, eu fiquei com aquela sensação confusa no peito. Me senti bem com aquele abraço, fiquei feliz em vê-la e de certa forma isso me deixou levemente emocionado, mas isso não era nem de longe parecido com o que eu sentia antes. Tudo era muito intenso quando se tratava da Vanessa e agora tudo era só... confuso.

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now