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ANY G.

Se a Nour não tivesse a ideia de colocar uma música novamente, o lugar teria se mantido no mais completo silêncio. Eu não sabia o que falar com o Noah, porque a única coisa que eu queria era perguntar o que estava acontecendo com ele e eu tinha medo que os meus questionamentos o fizessem recuar e voltar a ser indiferente. Vê-lo ajudar na limpeza com uma expressão contente era o suficiente por enquanto.

Nós descemos do palco para limpar os assentos e uma música pop moderna começou a tocar. Eu naturalmente comecei a mover meus quadris enquanto tirava a poeira com o espanador. De repente eu senti alguma coisa bater em minha bunda e eu gritei pelo susto, olhando para trás e encontrando Noah rindo enquanto jogava uma flanela em seu ombro.

— Você dança muito mal. — falou.

— E você ao menos sabe se mexer? — coloquei as mãos na cintura.

— Você ficaria surpresa, Reinhart.

Ele chegou mais perto, pegou sua flanela e a passou por trás das minhas costas, pegando a ponta do outro lado e me puxando de modo que meu corpo se chocou contra o dele. Eu arfei e apoiei as mãos em seu peito, olhando-o com um pouco de nervosismo enquanto ele sorria de canto e me encarava de um jeito sexy, mesmo que não fosse proposital.

Seu rosto chegou mais perto e nossas testas se tocaram, mas a aproximação não foi maior do que isso. Noah e eu fechamos os olhos e ele me guiou, começando com movimentos tímidos, firmando suas mãos em minha cintura e fazendo com que eu seguisse os seus quadris de um lado para o outro. Eu podia sentir ele respirar em meu rosto, seu hálito tinha cheiro de baunilha, que eu sabia ser o sabor de cupcake favorito dele. Isso me fez sorrir e involuntariamente aproximar mais a minha boca, fazendo a superfície dos meus lábios roçarem os lábios dele.

Por um momento, achei que Noah deixaria que eu o beijasse, mas ele hesitou no último segundo e me abraçou, enterrando o rosto na curva do meu pescoço e me guiando para girar com ele no corredor entre os assentos. Tudo bem, ao menos ele não se afastou.

Eu ri quando ele segurou minha cintura e me ergueu no ar, girando comigo até me colocar no chão novamente, meu corpo deslizando pelo seu enquanto nós nos encarávamos. O final da música foi mais lento e nós tornamos a encostar nossas testas com os olhos fechados até tudo estar em silêncio. Mesmo com o fim da música, ele não me largou.

O abracei, envolvendo meus braços em seu pescoço e ele manteve suas mãos enlaçadas em minha cintura. E enquanto eu observava a beleza dos olhos dele, tive certeza de que Noah sentia sim alguma coisa por mim, mesmo que nem ele próprio pudesse entender ainda o que era. Ele nunca se permitiu ter aquele tipo de contato com nenhuma mulher antes, seus sentimentos se mantiveram adormecidos e seu coração frio. Ele jamais se permitiria se divertir daquela forma com alguém que não fosse importante para ele.

Me dar conta disso me fez ficar mais aliviada, sabendo que independente das coisas que estivessem acontecendo em sua vida pessoal, eu estava de fato conseguindo chegar ao seu coração. E isso não era só sobre evitar que eu fosse para o limbo, mas também sobre a minha vontade de querer tê-lo para mim. Eu estava apaixonada por Noah. Perdidamente apaixonada.

O barulho de algo caindo no chão fez nós dois sairmos do transe daquele momento. Praguejei mentalmente antes de nos virarmos e olharmos para Nour, que estava no palco carregando algumas caixas enquanto uma estava jogada aos seus pés com alguns objetos de cenário espalhados pelo chão. Ela olhou para nós como se pedisse desculpas e sorriu sem jeito.

— Por que não pediu ajuda? Você poderia ter se machucado. — Noah disse enquanto caminhava na direção dela.

— Vocês dois estavam distraídos, eu não quis atrapalhar. — falou de um jeito nada sutil.

Estúpido Cupido! ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now