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Capítulo 21: Líderes de torcida

"Feliz aniversário pra pessoa mais sem noção de todas que acredita piamente que azia é uma espécie de vírus que pode ser passado para outra pessoa através de beijos. Pedro, eu desejo que no dia de hoje você acorde pra vida e te imploro que pare de tentar entender o que acontece com seu corpo através do Google. Ps: seja menos drama queen se possível. ─── Maria Luísa."

PEDRO

- Ok, que cor o meu muco se encontra essa manhã? Os últimos papéis que usei pra assoar o nariz são esses na mesinha do lado da cama. - continuei mantendo a minha atenção na tela do meu computador, mesmo que eu estivesse quase morrendo de tanta fadiga. Se alguma vez antes de hoje achei que estava sendo encaminhado para o corredor da morte, tudo drama porque agora era mesmo para valer. - Anaju?

Fungando, virei a cadeira para olhar Anaju que estava sentada na minha cama. Ao invés de continuar com a tarefa de catar todos os papéis sujos de catarro pelo meu quarto, minha irmã estava sentada na minha cama, ainda segurando o pegador de massas a uma distância segura - como ela disse - do seu corpo e me encarando indignada.

Indignada é uma maneira muito delicada para dizer que Anaju estava puta da vida comigo.

Tudo bem, eu admito que ando sendo um pé no saco desde a festa de aniversário de casamento das nossas mãe porque, aparentemente, alguém queria me ver morto antes do meu aniversário e resolveu jogar alguma praga muito poderosa no meu corpo.

É claro que a culpa do meu mal estar não tinha nada a ver com o fato de que talvez eu tenha tomado um banho de chuva sem querer enquanto procurava por Gustavo que achava que podia jogar uma bomba, a deixar explodir e se mandar. E, talvez, eu tenha me empolgado com a ideia de tomar um banho de chuva um pouco e passei mais tempo do que necessário embaixo d'água.

Mas isso tudo são suposições.

Com certeza o motivo do meu mal estar é a praga de alguém.

Talvez Giulia tenha ficado irritada porque não encontrei Gustavo e tenha resolvido se vingar de alguma maneira. Pensando desse jeito... Giulia poderia ter feito isso sim. Que Judas! Podia pelo menos ter esperado a semana do meu aniversário passar pra fazer isso. Eu, hein.

Enfim, peguei um resfriado. Ou lançaram um resfriado pra cima do meu corpo.

O fato é que amanheci no domingo um caco.

Meu corpo todo doía, minha cabeça parecia que ia explodir e eu estava tremendo de frio. De frio, cara! Até achei que alguma mudança de temperatura brusca poderia ter ocorrido, mas quando procurei no celular para saber qual era a temperatura daquela manhã, quase caí pra trás quando vi os trinta e cinco graus marcados na tela do celular. É impossível sentir frio com essa temperatura e o sol de rachar que estava lá fora. Talvez eu estivesse começando a ficar um pouco resfriado.

E com o decorrer daquele dia minhas teorias foram confirmadas quando meu nariz simplesmente resolveu que seria ótimo ficar entupido e cheio de muco. Quem precisa respirar pelo nariz, afinal de contas, não é mesmo?

Como minhas mães tinham ido passar a noite em um hotel, Anaju era minha única e última opção. Bastou ela me olhar meio segundo para constatar que eu realmente estava resfriado. E mais meio segundo para ela dizer "bem feito, ninguém mandou ficar correndo na chuva que nem um mané" e tentar enfiar na minha goela um xarope que tinha um gosto horrível.

É claro que cuspi tudo na pia da cozinha o que fez a) Anaju ficar indignada comigo e b) ainda tive que limpar a bagunça porque minha doce irmã disse que não ia limpar a meleca que eu tinha feito só porque eu estava resfriado.