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Olívia caminhava aflita pelo corredor que dava acesso à sua sala. Já havia passado por ali quatro vezes, e estava impaciente com a demora de Louis Berard. Observou-o, inquieta, vir em sua direção deixando o gabinete de Armand Gareth, avô de ambos.
- O que foi, Olívia? Parece nervosa. Aconteceu alguma coisa? - sussurrou Berard quando se aproximou dela.
- Sim, Louis, aconteceu uma coisa horrível! Não era o que esperávamos! - Olívia tinha uma expressão espantada no rosto e aproximou-se dele com pressa.
- Não é bom falarmos aqui, vamos ao café, é mais seguro - argumentou Berard segurando calmamente Olívia pelo braço, guiando-a para o elevador, enquanto sorria e cumprimentava um colega que passava.
Saíram do prédio e se dirigiram ao café que ficava a certa distância de onde estavam. O céu estava nublado, ventava muito e neste dia ainda fazia frio, apesar de já ser primavera, o que os impossibilitou de conversar logo que chegaram à rua. Quando entraram no estabelecimento, procuraram uma mesa mais no canto e afastada de outras pessoas que ali estavam.
- Falei com Fukuda. - informou Olívia com seus olhos castanhos muito atentos e vivos. - Ele só não sabe de quem partiu a ordem.
- Partiu daqueles que não aparecem, Olívia, e que acreditam que podem decidir nosso futuro segundo seus critérios; estão por trás de alguns dos membros do Conselho.
- Sim, eu sei, eu sei. Mas ele não sabe quem foi o membro oficial do Conselho que ordenou o ataque. Parece que ninguém deu a ordem! O ataque não é oficial. Como se o Conselho nada tivesse com isso. Ninguém quer ser visto ligado a essa barbárie!
- Olívia, acalme-se. Então, diga-me, o que Fukuda disse? - indagou Berard ansioso por informações, enquanto se moveu para segurar a mão de Olívia sobre a mesa.
- Bem, os Watanabe ainda estão no Conselho e Fukuda é amigo dos netos. Bem, a ofensiva foi a uma família Nemtsi na América do sul - Olívia iniciou sua narrativa de forma galopante e depois parou dando uma pausa solidária. - Uma família, Louis, não um grupo de revolucionários, como nós imaginávamos! - Olívia estava horrorizada em constatar que uma família Nemtsi poderia ser destruída dessa forma. - Queriam evitar os acontecimentos futuros, aqueles que Eleonora já havia previsto. Mandaram Jules Martin, aquele assassino asqueroso.
Olívia falou de forma repulsiva e ficou um pouco dispersa ao falar; detestava Jules, já havia se desentendido com ele no passado defendendo uma posição de Louis Burnier e não suportava a postura arrogante dele, juntamente com sua falta de empatia pelas pessoas. Depois, tentando não se desviar do assunto, Olívia continuou:
- Não foi Eleonora que identificou e localizou essa família, nem as irmãs inglesas, foi aquela moça, Berthe. Ela os localizou, anunciou que eram eles que dariam início aos conflitos. Eleonora se opôs, e eles a acusaram de estar escondendo informações. Eleonora disse que agir, assim, sem total conhecimento do futuro poderia precipitar os fatos. Ficam ameaçando tirar a filha dela de casa, e Eleonora, ainda se fingindo de ameaçada, continua colaborando com eles.
- Ameaçar Eleonora... - Berard sorriu suavemente. - Eu tenho certeza de que depois de todo esse tempo, Olívia, ela já sabe exatamente de tudo o que vai acontecer.
- Fukuda contou que a moça Nemtsi, Berthe, previu a atuação de certos membros da tal família que irão provocar a queda do Conselho, não sei se essa previsão é válida, não parece que Eleonora ou as irmãs inglesas tenham dito qualquer coisa nesse sentido. Parece que Magda tratou o assunto com certo descaso, ela decidiu participar de tudo e agiu como se fosse algo extremamente fácil de se resolver.
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Nemtsi e Selvagens - As almas cativas
FantasyQuem se prenderia a uma promessa que não pode ser quebrada nem com a morte? Nemtsi e Selvagens - As almas cativas é uma ficção fantasia-épica de aventura, suspense, mistério e ação. Traz à tona a arbitrariedade da razão humana em uma sucessão de aco...