I Feel the Heat on the Rise (Conteúdo Adulto)

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Taylor tinha uma filha. Taylor era pai. Taylor tinha procriado. Seus genes tinham se combinado a outros genes e tinham gerado uma criança.

Minha cabeça parece girar enquanto eu tento processar essa informação. De todas as coisas que ele podia fazer, ele tinha feito um filho. Ou seria mais de um filho? Ou ele era casado? Tento olhar para sua mão esquerda à procura de uma aliança, mas ela está escondida. O rosto dele agora está sério, provavelmente, porque nos meus olhos ele consegue ler que estou prestes a cometer homicídio.

Dou três passos para trás e entro na primeira porta que aparece. Minha garganta está quente e parece formigar. Meu estômago dá cambalhotas. Com as mãos, eu tateio e procuro me apoiar em algo atrás de mim. Com o cérebro, tento entender porque parece que o chão sumiu debaixo dos meus pés. Ainda estou bêbada, estou claramente bêbada. Mas não me sinto mais simpática e pronta pra conquistar o mundo. Só estou zonza.

_ Layla!

Ele veio atrás de mim. Olho à minha volta finalmente e percebo que estou rodeada de engradados de cerveja e caixas que contém bebidas, ketchup e outras coisas. Minha mão, branca da força que faço, pressiona a boca de uma garrafa aberta dentro de um caixa plástica do meu lado. Ele para na minha frente.

_ Layla...

Ele tenta me tocar, mas eu desvio. _ Eu não quero falar com você.

_ Mas já chega. Você vai falar comigo, sim.

Ele está irritado, mas seus olhos não têm dureza, eles estão suplicantes. O meu coração amolece.

_ Eu não quero, Taylor...

_ Eu não devia ter contado assim... - ele tenta me alcançar com a mão novamente. Dessa vez, eu a seguro e jogo longe, como se fosse um pedaço de papel.

_ Você é casado? Você tem outros filhos? - minha voz sai rascante e tensa. Eu estou sendo dolorosamente hipócrita, mas não consigo controlar.

_ Não! Não... Não sou casado, e Jane é minha única filha. Eu fui casado.

_ Você foi casado...

Uma avalanche de imagens fabricadas enchem minha cabeça. Taylor se casando, Taylor com outra, Taylor segurando um bebê no colo. Parece que vou vomitar e olho para ele com incredulidade.

_ Eu sinceramente não consigo entender, Layla! Você volta, a gente se beija, mas você me evita. E aí agora está assim!

Não sei responder. Ele tem um pouco de razão. Taylor continua, dessa vez aumenta o tom de voz.

_ Eu nem sei por que você sumiu! Você simplesmente desapareceu. Eu...

Ele para de falar e puxa os cabelos para trás com as mãos. _ Por quê? O que aconteceu? O que eu fiz? Por que você foi embora?

Agora, Taylor me chacoalha pelos ombros. E repete a pergunta. Ele repete a pergunta infinitas vezes. Ou ela reverbera em eco no meu cérebro. Não sei. Eu vejo o desespero nele. Ele não me apertaria daquele jeito se não estivesse desesperado. Eu quero contar, mas algo dentro de mim não deixa. Algo fala que ele não merece saber, algo fala que se eu contar eu vou me quebrar na frente dele. Eu não quero ser fraca na frente dele. Estou muda. A voz dele parece longe. Me sinto gelada. Olho para ele. Alguma coisa acontece. O desespero dele se transforma em algo mais palpável. Ele ainda me segura pelos braços, mas eu sinto calor. Olho para ele, estático, o cenho franzido. Tenho tanta raiva, tanto ódio, que tenho desejo. Eu quero arranhar ele, puxar os cabelos dele, pisotear ele. Eu quero ele dentro de mim. Eu quero que ele me aperte com mais força. Eu quero deixar ele marcado. Eu quero ele. Meus lábios se abrem. Ele está respirando com força, como se precisasse se controlar. Eu sinto o ar entrar entrecortado nos meus pulmões. Quero me movimentar, quero tocá-lo, mas continuo presa pela força das suas mãos. Dou um passo a frente. O mundo colapsa.

A Tempo [completa]Where stories live. Discover now