It Must Be the End of the Road

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Demora até que eu encontre Taylor de novo.

Quando vejo Paul me olhando, parado como uma estátua, entro em pânico. Dou um passo atrás, fecho a porta do banheiro de novo e a tranco.

Eu estou um horror.

Meus olhos estão avermelhados e brilhosos, a maquiagem borrou, minha boca está enorme, o cabelo desfeito, meu vestido todo torto, meus braços e colo têm marcas avermelhadas das mãos e da boca de Taylor.

Tenho um momento de lucidez, penso em Eleanor e em como seria horrível andar por aí nesse estado deplorável enquanto os convidados nem bêbados direito estão. Arrumo a roupa, passo água fria no pescoço, coloco os brincos no lugar. Solto o cabelo que já não tem mais condições de ficar no penteado. Olho para cima, numa manobra para tentar tentar parar de chorar, abano o rosto freneticamente com as duas mãos. Meu nariz parece o focinho de uma rena.

Alguém bate na porta e, antes que eu possa responder que já vou sair, ouço a voz de Paul.

_ Layla! O que aconteceu? O que ele te fez?

Tenho vontade de rir, mas dou graças a Deus que seja essa a pergunta de Paul. Ele me ama e confia tanto em mim que acha que Taylor fez alguma coisa comigo. Isso ou ele é completamente apalermado. Ou ainda: está fingindo acreditar em algo assim porque é mais fácil.

De qualquer maneira, giro a chave e me jogo aos leões.

Paul olha para mim incrédulo. Ele alisa meus braços desde os ombros, tentando verificar se está tudo no lugar. O toque dele me arrepia de um jeito que não é bom.

_ Ele encostou em você?

Não tenho forças para entrar nessa discussão. Estou unindo o restante da bateria que resta dentro de mim pra ir atrás de Taylor.

_ Paul, nós vamos ter que conversar. Tudo saiu do controle.

_ Eu vou matar esse cara! O que ele te fez, me fala?

_ Paul! Para! Ele não fez nada comigo! Nada! E nem se atreva a tentar fazer qualquer coisa contra ele. Ouviu? Fica longe dele. Eu preciso resolver essa situação. Depois, nós conversamos.

Tiro as mãos dele de mim mais bruscamente do que gostaria. Parece que a verdade o atinge como um raio. E eu não posso negar que é dolorido de assistir. Paul dá alguns passos para atrás e me olha confuso. Eu sou um monstro. Mas agora não tenho tempo para cuidar dele. Mordo a boca e respiro fundo.

_ Eu sinto muito.

Murmuro e saio andando. Aperto seu braço quando passo por ele. Eu torço e rezo para que ele se comporte. Não seria do feitio de Paul dar um escândalo, mas nunca se sabe.

No salão, felizmente, a festa parece continuar como se nada tivesse acontecido. Avisto Ellie dançar na pista segurando as mãos de Jane, mas não há sinal de Taylor. Sigo na direção da noiva e viro uma taça de champanhe no caminho. Ellie é um grande sorriso dentro de um vestido branco.

_ Ei! Layla! Onde você estava! Vamos dançar com Jane! Ela está me ensinando passos incríveis!

Eu sorrio ao ver a menina se mexendo, com as mãos para o ar e os lábios formando um biquinho.

_ Ellie, você viu o Taylor?

Ela olha para mim e eu continuo sorrindo como um robô. Ellie aperta os olhos. Eu sinto ela me escanear e entender por meio de cada milímetro do que vê tudo que acaba de acontecer. Ela reflete o meu sorriso.

Ótimo. Estamos na mesma cena.

_ Ele passou por aqui. Jane estava com Clara desde a dança, ele pediu que eu cuidasse dela por um tempo. Mas eu não... Eu não sei para onde ele foi! Eu não prestei atenção nele o suficiente para ver... nada! Me desculpa!

A Tempo [completa]Where stories live. Discover now