Do You Want to Be My Own?

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Flashback.

Nós não éramos perfeitos, Taylor e eu. Nós nos amávamos como loucos, mas não era um conto de fadas. Longe disso. Depois de três anos e meio juntos, estávamos passando por uma fase especialmente chatinha, em que implicávamos um com o outro com certa frequência.

Taylor era um artista. Apesar da faculdade de administração que tinha feito, ele se encontrava mesmo era em qualquer atividade na qual pudesse se expressar, o palco era uma delas. Ele amava compor, tocar e cantar. Porém, naquela época, tinha colocado na cabeça que queria ser fotógrafo. Como eu tinha acabado de sair do meu emprego e minha formação era em marketing, resolvemos trabalhar juntos e abrir uma pequena agência. Tinha tudo para ser um sonho, mas foi o inferno. Os primeiros trabalhos foram animados e suaves, mas as coisas mudaram em pouco tempo.

Percebi que ele não discutia comigo quando tínhamos visões diferentes de um projeto, era pior: ele simplesmente não concordava, falava qualquer coisa em voz baixa e contida para parecer que estava prestando atenção ao que eu dizia e, no fim, dava um jeito de fazer do jeito dele. Como tudo em que colocava as mãos, Taylor era bom fotógrafo também, tinha um olhar afiado e fazia lindas imagens. Mas ele extrapolava na liderança. O que poderia ser uma das suas melhores qualidades resvalava muitas vezes na teimosia, e isso me tirava do sério.

Naquela semana especificamente, tínhamos sido contratados para um trabalho de produção de objetos de uma loja decoração. A empresa ia pagar bem e as fotos não eram difíceis, mas eu estava miserável. Fazia exatamente uma semana que não saíamos do lugar porque havia três dias inteiros que Taylor não falava comigo.  Ele era cordial, mas era como se eu fosse nada além de uma colega de trabalho. Tentava me concentrar no fato de que, em geral, quando nós brigávamos, tínhamos noites e noites seguidas de sexo da melhor qualidade. E aquilo tinha toda pinta de uma briga das boas. Mas a verdade é que a situação estava me consumindo. Eu estava arrependida de ter tido a ideia de trabalhar com ele e comecei a achar que, se o clima não me matasse, ia matar nós dois.

Nosso "escritório" era dentro do meu apartamento, e Taylor virtualmente morava lá. Era uma delícia estar com ele, exceto quando eu queria matá-lo. Era fim de uma tarde fria, estava sentada ao computador, irritadiça, tentando montar um moodboard para apresentar a ele. A esperança era que ele fosse ficar feliz, e isso melhoraria a atmosfera. Foi quando Taylor se levantou e foi embora. Simples assim. Levantou, pegou a chave e foi embora. Sem falar uma palavra. Depois de uma hora, comecei a tentar ligar para ele e, passado algum tempo, o telefone começou a cair direto na caixa postal.

Além de achar que ele podia ter morrido, eu pensava que a gente estava terminando. Eu tinha certeza. Aquela ideia imbecil de trabalhar junto tinha matado nosso relacionamento. Tive vontade quebrar câmeras fotográficas sob acusação de assassinar o meu amor, mas me contive.

Taylor voltou para casa às duas da manhã. Fiquei feliz ao perceber que ele não estava bêbado, ferido ou morto. Na verdade, parecia cansado, com marcas no rosto.

_ Que bom que você está vivo.

Deixei a xícara de chá que tomava no criado-mudo e me deitei para dormir. Sinceramente, estava aliviada por ele estar bem. Ao mesmo tempo, estava com medo, muito medo, e com muita raiva também. Eu não queria conversar. Sabia que se abrisse a boca, nós acabaríamos. Minha tática era: ignorar o problema e ver se ele desaparecia. Mas estava claro que o elefante branco entre nós não iria a lugar nenhum.

Ele se deitou ao meu lado, beijou meu ombro rapidamente e murmurou um pedido de desculpa. Taylor também não queria falar. E assim o monstro da ansiedade brotou no meu estômago.

Durante os dias que se seguiram, o abismo entre nós cresceu. Pedi a ele que tocasse o projeto sozinho. No dia da sessão de fotos, contratei um assistente. Quando ele chegou em casa, finalmente tomei coragem. Nós estávamos adiando a conversa havia mais tempo do que o tolerável e, se ele não ia fazer nada, eu ia. Taylor parecia mais calmo e, por um momento, achei que tudo ficaria bem.

A Tempo [completa]Where stories live. Discover now