Until the Sun Falls from the Sky

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Flashback.

Abri os olhos. Era domingo de manhã, eu queria dormir mais. Mas Taylor me olhava, o cotovelo apoiado no travesseiro e a mão segurando a cabeça. Todos os dias em que acordava e o via do meu lado, me sentia atingida pela revelação de sua beleza. Todas as vezes, como se nunca tivesse acontecido. Sorri e esfreguei os olhos com as mãos.

_ Há quanto tempo você está aí me olhando?

_ Tempo suficiente.

Ele fazia isso às vezes. Acordava antes de mim e, em vez de me chamar ou ir fazer alguma coisa, ficava me assistindo. No começo, me assustava, depois passei a achar fofo.

_ Por que você não me acorda? - resmunguei um pouco.

Ele riu, beijou meus lábios rapidamente e saiu da cama. Vi sua silhueta só de cueca se afastar com a visão borrada de quem ainda não despertou direito.

_ Porque você não acorda. Ou me xinga.

Fazia três meses que estávamos juntos. Mais do que isso, fazia três meses que passávamos o máximo de tempo possível juntos. Eu dormia na casa dele ou ele na minha sempre que nossos compromissos permitiam (e de vez em quando mesmo quando eles não permitiam), nós fazíamos passeios, eu assistia ele tocar, ele me esperava na saída do trabalho para irmos comer pizza. Eu tinha um pouco de medo de estar exagerando na ânsia de estar com ele o tempo todo, mas nunca era pesado. Eu não me sentia sufocada pela presença ou o carinho dele. Na verdade, era como se Taylor tivesse aparecido para tampar um buraco que eu nem mesmo sabia que existia na minha vida.

Ele fazia com que eu me sentisse confortável com quem eu era na maioria das vezes. Menos quando expunha meu mau humor das manhãs. Eu era um monstro matutino, ele tinha razão. Senti uma leve vergonha.

Quando ele voltou, trazia duas xícaras de café. Estendi as mãos em busca da bebida e me sentei em posição de índio.

_ Desculpa.

_ Já disse que você é linda mal-humorada, Lay. - ele deu um gole no café, sentou-se do meu lado e me beijou de leve.

Esfreguei meu nariz no dele. _ Bom dia, lindo.

_ Queria te fazer um convite. - ele sorriu.

Olhei para a janela e vi as gotas da chuva que caía sem parar desde a noite anterior.

_ Não é pra sair, é?

Ele riu. _Não. Não hoje, pelo menos. Queria que você fosse comigo para Tulsa no feriado de Ação de Graças. - ele levantou os olhos para mim por trás da caneca, enquanto sorvia mais do café quentinho.

Taylor falava muito da família. Muito mesmo. Não era uma surpresa que ele fosse para lá. Mas ele queria que eu fosse junto. E, apesar do nosso relacionamento ser ótimo, as palavras dele se chocaram contra mim em uma onda de espanto. Nunca tinha sido pedida em casamento, mas o convite para compartilhar algo tão importante e íntimo da sua vida comigo pareceu bem próximo disso. Acho que demorei para responder.

_ Se você não quiser ou for visitar seu irmão e seus tios, eu vou entender, claro. Eu só queria que eles conhecessem minha namorada.

Namorada.

Eu sempre achei as reações intrínsecas à vivência de uma história de amor muito ridículas. É tudo grande, é tudo cheio de sensações estranhas que levam a gente a fazer coisas estúpidas ou agir sem pensar. Por isso, durante toda a vida fiz um esforço para diminuir essas impressões a meros fatos, acontecimentos sem importância. Mas namorada! A gente estava namorando? Ele gostava de mim, eu sabia. Mas namorando? Eu queria não parecer eufórica, mas acho que falhei ao arregalar os olhos.

A Tempo [completa]Where stories live. Discover now