CAPÍTULO 16

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Thales

Santo Deus! Quanto tempo mais ele pretende continuar falando?Sinto uma dor de cabeça ameaçar surgir enquanto tento acompanhar seu raciocínio, mas a cada minuto que passa eu me perco mais e mais, como um novelo de lã que se embola e não faço a míni...

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Santo Deus! Quanto tempo mais ele pretende continuar falando?
Sinto uma dor de cabeça ameaçar surgir enquanto tento acompanhar seu raciocínio, mas a cada minuto que passa eu me perco mais e mais, como um novelo de lã que se embola e não faço a mínima ideia de onde está a porra da ponta.
— Sim senhor. — digo mas na verdade não sei sobre o que ele estava falando, era sobre fundamentos? Jogadores que sabem trabalhar em equipe? Disciplina? Eu realmente não sei.
Ele fala por mais algum tempo, consigo captar algumas frases, balanço a cabeça algumas vezes para que ele não perceba que eu não estou compreendendo e rezo para que ele termine logo porque a dor de cabeça nesse instante é real.
— Eu vou te deixar ir. — ele dá uma batidinha no meu ombro. — Você deve estar afim de comemorar com seus amigos, afinal de contas, foi o grande nome do jogo. — ele sorri orgulhoso como se eu fosse algo importante e me sinto estranho porque não conheço esse homem e não faço a menor ideia de como ser simpático com ele porque tudo o que consigo pensar nesse momento é que Ayla está aqui. Eu vi o exato momento em que ela chegou, meu coração idiota acelerou no instante em que ela colocou seus pés na arquibancada e desde então não consigo me concentrar em mais nada. Ela está aqui e levando em conta o fato de que mal nos olhamos nos últimos meses, com certeza ela está aqui pelo Duda e não por mim. Justo!
— Obrigado senhor. — resmungo enquanto me afasto dele sem saber para onde ir, a verdade é que eu não queria estar aqui, por mim tinha dado o fora no instante em que os nomes foram escolhidos, mas Duda me obrigou, disse que preciso ser mais sociável se pretendo entrar em algum time de verdade. Não concordo com ele, não preciso sorrir para ninguém, preciso jogar bola e isso eu sei fazer, aliás sei fazer muito bem.
Ser sociável é algo que está cada dia mais difícil para mim. Sempre foi difícil, sempre me senti estranho na presença de muitas pessoas, mas durante toda a minha vida eu me esforcei, até que percebi que isso me esgotava, me deixava cansado e vulnerável, mas eu tinha Ayla ao meu lado, e ela sempre fazia tudo parecer mais fácil, mas agora ela não está mais aqui e o que era difícil parece impossível.
Meus olhos seguem para o lugar onde sei que Ayla está, é o mesmo de  sempre, o lugar onde eu olhava quando fazia um gol, ou uma jogada para o Duda, e sempre a encontrava sorrindo para mim, seus olhos atentos analisando cada um dos meus passos, seus gritinhos agudos quando eu fazia algo legal, sua voz chamando meu nome. Hoje ela está aqui novamente, mas dessa vez não tem nada a ver comigo, ela está aqui porque o Duda a convidou e ela não falaria não para ele agora que eles estão mais próximos e que seus sorrisos e olhares são para ele.
Nesse instante enquanto observo meu amigo ao seu lado, o rosto virado para ela enquanto ouve algo que ela diz, travo uma batalha interna, tudo o que eu quero é ir até lá, abraça-la, dizer que sinto sua falta, que a saudade que sinto dela é a dor mais angustiante que já senti na minha vida, quero que ela saiba que o último gol que fiz foi para ela. Assim como todos eles, minhas vitórias, meus troféus, minha alegria, o ar em meus pulmões... tudo é para ela, mesmo que nesse momento ela provavelmente me odeie.
— Parabéns Rei. — um garoto de uns dez anos me cumprimenta e sorrio com o apelido que me deram, uma brincadeira com meu sobrenome e as minhas jogadas. No começo me senti esquisito, tentei ignorar, Duda disse que é legal ter um apelido e estou começando a me acostumar.
— Valeu. 
— Ei Rei, tira uma foto comigo? — um outro garotinho magricelo pede.
Logo estou cercado de moleques que me olham como se eu fosse alguma espécie de herói, tento ser educado com eles, mas são muitos e todos falam ao mesmo tempo, começo a ficar zonzo e não consigo mais entender o que eles dizem, tudo vira uma massa de vozes, som, risos e gritos. E a porra da dor de cabeça.
Alguém chega para tirar a foto, os meninos brigam para ver quem vai ficar ao meu lado, alguns deles são conhecidos meus, outros nunca vi. Enquanto aguardo eles se organizarem decido que vou até ela, não há nada demais, não é como se fossemos ter algum tipo de conversa ou nada assim, eu só vou dizer um oi, ela provavelmente vai me parabenizar, vamos apertar as mãos e pronto.
— Digam xis! — um homem com um uniforme esportivo grita, o técnico dos garotinhos eu acho, algumas fotos são tiradas de diversos celulares diferentes, agradeço rapidamente a todos e saio em direção a ela.
Meus amigos estão distraídos conversando sobre algo, Duda tem um copo de cerveja na mão e imagino o que seu pai dirá quando souber que ele está bebendo, com certeza ficará de castigo alguns dias no máximo, ouvirá um sermão, eu sei o que aconteceria comigo e estremeço só de imaginar.
Ayla desvia o olhar rapidamente para o campo e por um instante imagino que ela está me procurando e meu estomago se agita, respiro fundo criando coragem de me aproximar deles, mas algo me faz desistir, algo no modo como Duda olha para ela, como seu corpo está todo inclinado, como ela olha para ele, como tudo parece... certo, errado, confuso, triste.
Meu peito dói, minha cabeça parece prestes a se partir, um zumbido em meu ouvido me faz encolher e me viro de costas porque não suporto mais ver isso. Estou prestes a ir embora quando ouço alguém me chamar.
. — Thales você tem um minuto? — um homem que nunca vi na minha vida pergunta.
— Oi. — estendo a mão e o cumprimento.
— Sou Ronaldo Tortola, auxiliar técnico do São Paulo e gostaria de conversar com você. — meu coração dispara no peito enquanto olho o símbolo do time em sua camiseta polo.
— Sim senhor. — falo, mas minha voz sai um pouco agitada e sinto meu corpo inteiro tremer.
— Você tem um minuto?
Olho mais uma vez para meus amigos e me obrigo a lembrar porque estou aqui e não lá ao lado deles, porque a afastei daquela forma, porque não disse a ela que aquela foi a primeira vez que beijei uma garota e que desde então penso em seu beijo todos os dias e como gostaria de poder beija-la novamente.
Eu a afastei porque sabia que havia cruzado uma linha, eu estava determinado a ir embora e vou, e nesse dia, levarei comigo algo que ela ainda não sabe e se depender de mim, nunca vai saber, mais um dos meus segredos, o mais bonito de todos, o único que não me envergonho.
Eu me apaixonei por minha melhor amiga.
Respiro fundo guardando no fundo do meu coração sombrio a lembrança da garota de cabelos cacheados que um dia chamei de amiga e volto a olhar para Ronaldo.
— Sim senhor, tenho todo o tempo do mundo.

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Aqui está a minha forma de agradecer a todo o carinho que vocês têm me dado diariamente,  esse capítulo extra no meio da noite é para dizer que estou apaixonada pela live que você fizeram para falar de Thales e Ayla e como amor com amor se paga... o meu tá pago.

Amo você meus leitores incríveis.

E para quem não está entendendo nada, venha fazer parte do nosso grupo no wattsap e compartilhar o nosso amor por esse casal incrível.

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BEIJOOOOSSS E ATÉ AMANHÃ ♡

Um Milhão de Promessas - DEGUSTAÇÃO Where stories live. Discover now