CAPÍTULO 33

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Ayla

Observo Thales atravessar a rua pela janela, ele parece tenso e assustado e embora eu acredite que ele esteja sendo apenas um pouco paranoico, no fundo sinto como se algo de ruim estivesse prestes a acontecer.
— Você não vai dormir? — meu pai aparece do meu lado usando seus shorts horrorosos e uma regata.
— Eu estou preocupada com o Thales pai. — saio da janela quando vejo Thales entrar na sua casa.
— Preocupada com o que? — ele se senta em sua poltrona favorita e cruza as pernas.
— Ele está... — me sento no sofá e abraço uma almofada desejando na verdade abraçar o garoto que está a algumas casas de distância mas sinto como se estivesse do outro lado do mundo. — Não sei pai, hoje no restaurante ele se irritou com o garçom sem motivos, e o murro que ele deu no Duda.
Meu pai continua olhando para mim e não tenho mais certeza se foi uma boa ideia falar essas coisas, talvez seja apenas coisas da minha cabeça.
— Ele está mais explosivo. — meu pai diz completando meu raciocínio e o fato dele compreender me assusta porque faz com que não seja apenas algo da minha cabeça.
— O senhor também notou?
— Thales está passando por muita coisa, muita pressão e muito descaso, ele é apenas um garoto e embora viva em uma casa, ele não tem um lar, isso é muito importante nessa fase da vida, eu sinto que ele não consegue expressar tudo o que sente. Thales é como um rio represado e eu me preocupo com o que vai acontecer quando essa barragem estourar.
— O que o senhor quer dizer com isso? — meu sague gela nas veias enquanto espero os segundos que antecedem a sua resposta.
— Thales precisa de ajuda psicológica, eu estou conversando com a coordenadora pedagógica da escola, ontem fui falar com o treinador do campinho, ele disse que vem percebendo uma mudança no Thales, ele tá mais calado, mais fechado, mais violento e ele também está bastante preocupado. Na verdade a expulsão foi uma forma de proteger o Thales de algo mais grave.
— O senhor acha que o Thales está perdendo o controle?
— Eu acho que o Thales está escondendo algo muito grave, algo que não sei se sou capaz de ajuda-lo.
— Como assim? — pergunto sentindo o coração bater tão forte que meu peito dói.
— Thales precisa de alguém que possa ajuda-lo a contar o que está acontecendo, o treinador ficou de vir conversar com os pais dele, talvez ouvindo a opinião de um profissional que trabalha com o garoto eles percebam que o menino precisa de ajuda.
— Pai, e se o problema do Thales for exatamente os seus pais? — pergunto finalmente conseguindo a brecha que eu procurava para falar sobre esse assunto.
— E é, o relacionamento abusivo do padrasto, a omissão da mãe, a culpa pelo péssimo desempenho escolar, a necessidade de ir bem no futebol, tudo isso está bombardeando o garoto e se tornando um gatilho para que ele tenha essas explosões de agressividade.
Começo a puxar um fio da almofada enquanto ouço meu pai falar dele, relembro a noite maravilhosa que passamos juntos, os seus beijos e as brincadeiras que nos faziam rir ao ponto de chamar atenção de todos a nossa volta.
Quando está comigo ele é diferente, ele sorri, mesmo que seja um sorriso tímido, ou fechado, mas essa noite ele estava tão feliz, seus lábios se esticavam em sorrisos enormes que tomavam conta de todo o seu rosto e me faziam sorrir também.
— Eu quero que você tome cuidado Ayla. — meu pai diz se inclinando para a frente.
— Cuidado? Com o que? — pergunto sem entender qual foi a parte da história que perdi.
— Thales é um bom menino e eu gosto muito dele, mas eu amo você e me preocupo com seu bem estar, não quero você sozinha com Thales por ai.
— Do que o senhor está falando? — pergunto na defensiva.
— Até que o Thales esteja passando por um psicólogo eu não quero vocês sozinhos. — ele repete como se eu não tivesse compreendido da primeira vez, mas a verdade é que eu entendi, só não consigo compreender porque ele está fazendo isso se desde pequena eu, Thales e Duda andamos para cima e para baixo juntos.
— Ele não é um assassino pai, Thales jamais me machucaria.
— Ayla por favor não discuta, apenas me obedeça, vocês poder ficar aqui em casa, sob minha supervisão, mas fora disso não quero vocês juntos por ai.
— Nós estudamos juntos.
— Apartir de amanhã irão para a escola comigo, ou com o seu tio, ou a vovó, não quero mais vocês sozinhos.
— Isso vai magoar o Thales.
— Sinceramente eu não me importo, sua segurança está em primeiro lugar.
— Isso é ridículo.
Levanto-me indignada e jogo a almofada no sofá, ignoro o meu pai me chamando porque nesse momento estou muito furiosa com ele, entro no meu quarto e fecho a porta sentindo o sangue subir por meu rosto.
Como ele pode pensar isso do Thales? Ele viu o Thales crescer, sabe os problemas que ele tá enfrentando e mesmo assim teve a coragem de me pedir para não ficar sozinha com ele.
Deito na minha cama e afundo meu rosto no travesseiro, sinto vontade de chorar, mas as lágrimas não vem, ouço a porta se abrir e desejo mais do que tudo em minha vida que seja Thales, mas eu sei que não é.
— Eu sei que você gosta dele filha e por esse motivo que eu me preocupo, é muito mais difícil enxergar o perigo quando ele vem de perto.
Quero manda-lo embora, pedir que cale a boca, que não fale assim do Thales, mas ao invés disso eu fecho os meus olhos com força e peço mentalmente para que ele volte logo para casa.
Por favor Thales, volte para mim, eu preciso de você aqui para mostrar ao meu pai que você não é o vilão nessa história, na verdade, você é a única vitima.
Meu pai se prepara para voltar a falar e é nesse momento que ouvimos um grito tão aterrorizante que por um momento eu duvido que seja humano.
E então eu me levanto e corro.

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Olá pessoal!!!!
Capitulo postado um pouquinho fora do horário porque essa autora aqui está correndo para finalizar outro livro.

Mas por aqui as coisas seguem daquele jeito,  vamos sofrendo em doses homeopáticas.

Para aqueles que achavam que o Milton não estava fazendo nada por nosso garoto, acho que esse capítulo explica um pouco mais sobre a forma como ele está agindo.

Milton é inteligente está a mil passos a frente,  o único problema é que talvez seja tarde demais...

Será?

A gente se vê segunda!!!
Um beijão e bom fim de semana.

Ahhhh... e não esquece de deixar sua estrelinha e um comentário.

Um Milhão de Promessas - DEGUSTAÇÃO Kde žijí příběhy. Začni objevovat