06 - Votação

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Segurei o riso.

Assassinato?

Não é totalmente mentira. E talvez, aquela simples frase fosse o suficiente para convencer as pessoas daqui. Elas parecem ser facilmente influenciadas.

- Privacidade? Meu ovo. Eu quero ele fora! Quero fora! Assassinato? Estamos decidindo pra sobreviver. Não fiquem com medo. - ele olhou novamente para a mulher de colete. - Ei, não vai levantar a mão não?

- O que?

- Levanta a mão, vaca estupida.

- Eu acho que Eun-Hyuk tem razão. - disse uma mulher com um vestido florido. - Não é certo não sabermos quem expulsou ele? Eu acho que é natural votarmos em um país democrático.

- País democrático? O mundo está acabando!

- Vê se para de xingar sua própria mulher e falar esse monte de palavrão. É ofensivo.

- Como é? Como ousa dizer que... - ele ergueu o punho, se preparando para bater na mulher que nem mesmo conhecia.

- Pare com isso!

Mandou uma mulher encostada na porta, usando um macacão cinza e laranja que obviamente não era seu. O homem abaixou o braço, o olhar de fúria escancarado no rosto. Não continuaram discutindo por muito mais tempo.

Cansada, caminhei até a caixa de papelão e peguei o post-it amarelo, desenhando um X com a caneta vermelha que estava na mesa. Os outros na sala seguiram os meus passos, até que finalmente a votação tivesse chegado ao fim e o momento de contar os votos foi iniciado.

- Foram sete votos a favor e oito contra. Se um dos próximos votos for contra, Hyun-su fica. - explicou Eun Hyuk.

- Oito pessoas foram contra? Vocês estão malucos?

Eun ignorou o velho, tirando da caixa o próximo papel.

- A favor. Tá oito a oito.

- Cê foi contra? - ele encarou a esposa.

- Não, eu não.

- Todas as putas idiotas do lado dele. Deveriam ser todas expulsas! - ele me olhou. Não pude evitar o sorriso que se formou em meu rosto.

- Você é hilário, velhote.

- Escuta aqui garota...

- Por favor senhor, não fique alterado. - disse Eun. - O último voto vai determinar o resultado.

Ele segurou a caixa, tirando o último papel de dentro dela. Assim que abriu, virou em nossa direção para que todos pudessem ver. Um circulo com um X no meio.

- Nulo.

O velho caminhou até ele, tirando o papel da sua mão, irritado.

- Não é possível! Ei! - ele chamou um homem cabeludo, que se assustou. - Traz aquele idiota aqui.

- Ham? Eu?

- É, a gente tem que se livrar dele rápido. - o garoto se levantou, se preparando para buscar Hyun-su. Segurei a gola da sua camisa, impedindo que ele continuasse. O cabeludo deu um passo para trás, confuso.

- Hyun-Su não vai ser expulso! - anunciei. - Você vai buscá-lo para que ele fique sabendo do resultado. E se o velhote ali for contra, eu mesmo o jogo para os monstros que estão do lado de fora do prédio.

O cabeludo intercalou o olhar assustado entre eu e o velho, que caminhava irritado em minha direção. Liberei sua passagem, o observando correr para buscar Hyun-su. O velho parou em minha frente.

- Assassinato? Isso é assassinato!? Assassinato seria matar outro ser humano, não matar um maldito monstro!

Ele jogou a mesa onde aconteceu a votação no chão, se tornando cada vez mais alterado. Ao se virar para mim, no mesmo instante, o seu nariz começou a sangrar.

Uma poça de sangue se formou no chão em poucos segundos. Por mais que o velho tentasse tampar o nariz com as mãos, os litros de sangue passavam por qualquer mísero espaço. Ele arregalou os olhos, assustado. Sabia o que aquele sangramento significava.

Caminhou para perto das pessoas, mas todos se afastavam, com medo de chegar perto demais.

Escondi as mãos no bolso, um sorriso sínico no rosto enquanto andava até ele, parando em sua frente e atraindo sua atenção. Seus olhos assustados se encontraram com os meus.

- Acho que agora, se eu te jogar lá fora, não estarei cometendo assassinato, não é? Afinal, você é um monstro.

Percebi a silhueta de alguém se formar ao meu lado. Franzi as sobrancelhas, encontrando Hyun-Su, a feição inexpressiva.

- É melhor você se preparar.

- O que?

- Se não quiser ser comido por um monstro.

- Seu filho da puta.

O garoto desviou os olhos dele, agachando-se e pegando um dos papéis usados na votação. Em específico o que tinha um círculo no meio.

- Eu tenho direito de votar? Se eu colocar isso aqui, ele vai ser expulso, não vai?

Ele se virou para o homem. Os olhos haviam mudado de cor, se tornando completamente pretos. Ele estava irritado. Sei disso, porque assim como ele, perco o controle dos meus olhos em momentos assim. Era o primeiro indício da transformação. Mas Hyun-su
parecia estar se controlando perfeitamente contra as vozes.

Quando ele passar pelos quinze dias, conseguirá controlar o vírus tão bem quanto agora. A partir dos quinze dias, o vírus perde grande capacidade da força, o que dificulta para ele conseguir assumir o controle.

- Eu to certo?

Com o fim da votação, foi decido do que Hyun-su continuaria no prédio e consequentemente, o mais novo infectado, Kim Suk-hyun

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Com o fim da votação, foi decido do que Hyun-su continuaria no prédio e consequentemente, o mais novo infectado, Kim Suk-hyun.

Uma sala grande e não muito cheia foi separada especificamente para eles, denominada por Eun Hyuk como Sala de Quarentena. Era iluminada por uma única lâmpada amarelada, além da pequena janela com grades. Uma pilastra ficava no meio do cômodo, o dividindo em duas áreas. Havia um único sofá de dois lugares encostado em uma das paredes, ocupado por Suk-hyun, que desmaiou poucos segundos depois da ameaça de Hyun-Su.

O garoto agora dormia no chão, em uma cama improvisada por alguns lençóis. Não parecia ser nem um pouco confortável, por sinal. Os dois passavam as vinte e quatro horas do dia trancados na sala.

As duas portas do cômodo estavam totalmente trancadas. A principal recebeu um novo cadeado, enquanto a outra tinha a mesma portinhola que lojinhas de rua, também trancada.

A quarentena era um tédio.
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Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora