47 - Ponte

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Haviam mais de dez carros blindados a toda velocidade atrás de um único veículo

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Haviam mais de dez carros blindados a toda velocidade atrás de um único veículo. Todos tinham o mesmo objetivo, recuperar o Infectado Especial que havia sido sequestrado. Nenhum desses soldados faz ideia de quem conseguiu sequestrar aquele carro, mas pouco importa desde que eles consigam recuperar Hyun-Su.

A bombeira, Seo Yi-kyeong, está dirigindo em uma rodovia vazia, com nada além de outros carros abandonados pelo local. Eu e Sunwoo não fazemos ideia do que ela está pensando, mas continuamos em silencio no bando de trás, sem querer atrapalhar a concentração da mulher que escuta todas as informações do rádio e segue as coordenadas com atenção. Cutuquei o braço de Sunwoo com o cotovelo, obrigando-o a olhar para mim.

Temos que nos separar.

"Como é?"

Vai ser melhor. Se nos separarmos, conseguiremos encontrar o Hyun-su mais rápido e salvar ele. Depois nós três nos reunimos de novo.

"Não vamos nos separar."

É a melhor opção, Sunwoo.

"Não, não é. Já ficamos separados por muito tempo. Sem chance de rolar de novo."

Nós paramos de discutir por um segundo para prestar atenção no rádio da bombeira:

"O veículo com o infectado especial está indo de Ejun para Ranan. Coordenadas 22741, cambio."

- Segurem-se. - ela mandou, acelerando ainda mais e passando por cima de uma barricada da rua. - Eles estão ali.

Eu e Sunwoo olhamos na direção em que ela apontou. Estávamos em uma das pontes da cidade e virando em uma das entradas dela conseguimos ver os carros dos soldados um atrás do outro. Os blindados com metralhadoras atiravam no carro onde Hyun-su estava, mas nada parecia fazer muito efeito. Yi-kyeong se aproveitava das brechas entre os carros para ultrapassa-los, nos deixando cada vez mais perto de Hyun-su.

De repente, o blindado principal atravessou a barreira que dividia uma pista da outra e passou a andar na contra mão. A bombeira o seguiu, assim como os carros atrás de nós. Um segundo depois, a porta do blindado onde Hyun-su estava se separou e voou em nossa direção, atingindo um dos caminhões a nossa frente. Eu e Sunwoo tivemos que nos agarrar aos bancos quando a bombeira jogou o carro para a esquerda, tentando desviar do acidente.

- Ele ta acordado. - avisei. - Hyun-su ta acordado. Está lutando com o sequestrador.

- Quem é o sequestrador? - indagou Sunwoo, irritado.

"Utilizem todo o poder de fogo. Detenham ele nessa ponte não importa como!"

- Acelera, se você encostar eu consigo pular. - pedi.

- Pular? - repetiu Sunwoo. - Você ta pensando em pular naquele carro?

- É. Vamos nos separar, não tem outro jeito, Sunwoo. Se explodirem aquele carro o Hyun-su vai morrer!

Meu melhor amigo intercalou os olhares para tudo ao nosso redor, nitidamente pensando no que eu acabei de dizer. Depois, virou-se para mim e assentiu.

- Primeiro resgatamos o Hyun-su e depois nos encontramos, certo? - ele perguntou.

- Isso.

Ele mordeu os lábios.

- Merda, Ryu. Eu realmente acho bom você não morrer.

- Relaxa, Sunwoo, eu não morro. - sorri para ele, beijando sua bochecha e me aproximando da porta do carro quando Yi-Kyeong conseguiu chegar mais perto do blindado.

Pela janela e a porta quebrada do carro onde Hyun-Su estava, consegui ver meu namorado tentar atacar o motorista, que, para minha surpresa, era alguém que eu achava estar morto. O Cicatriz, que havia morrido durante o ataque de Ui Myeong, estava dirigindo.

Então, quando prestei mais atenção percebi que o Ui Myeong havia usado seus poderes para trocar de corpo. Hyun-su, pelo visto, já havia descoberto isso.

- AGORA! - gritou a bombeira no motorista, me dando o sinal que eu precisava.

Em seguida, abri a porta do carro e pulei, me segurando em uma das grades do carro. Assim que eu consegui, por pouco não me desequilibrando, o carro onde Sunwoo e Yi-Kyeong estavam foi ficando para trás. Felizmente, a roupa preta de frio que Sunwoo pegou durante sua busca em lojas não era muito diferente da que a bombeira usava, a não ser pela falta de colete. Acredito que isso confunda os soldados atrás de nós e evitem que eles atirem em mim.

Ainda estou pendurada na lateral do carro, tentando subir no teto para conseguir me segurar com mais facilidade. Ui-Myeong e Hyun-su continuam brigando do lado de dentro, o que me da tempo para subir no teto do carro e me arrastar até o lado da porta quebrada, por onde eu consigo entrar.

É uma surpresa e tanto para os dois meio-monstros do lado de dentro. Hyun-su está sendo prendido contra a parede por uma das estacas afiadas que saem dos braços de Ui-Myeong. Seu rosto está todo machucado e a roupa rasgada me lembra dos tiros que ele recebeu ontem a noite. Não tive muito tempo para pensar. Eu corro para perto de Ui-Myeong, iniciando uma luta com ele. Consigo sentir a força de Outra correr por minhas veias e a quentura começar a tomar conta das minhas mãos. Em meio a luta, acabo arrancando o volante e o usando para bater na cabeça de Ui-Myeong. O volante atinge seu rosto e ouço barulhos como de ossos se quebrando. Quando tento repetir o movimento, Ui-Myeong desvia e o vidro da janela atrás dele estilhaça ao receber o impacto em seu lugar. Com o braço que ele usava para dirigir, Ui-Myeong se defende dos meus ataques e me joga para o fundo do carro como fez com Hyun-su.

No banco do motorista ele gargalha, achando toda a cena divertida.

Enquanto eu me levantava, Ui-Myeong se certificava de manter o carro sob o seu controle e Hyun-su se esforçava para sair de suas presas. Antes de voltar a ataca-lo, deixei que o fogo envolvesse minhas mãos e os direcionei a garra estranha que prendia Hyun-su. Assim que ela começou a queimar, soltando meu namorado, Ui-Myeong reclamou de dor e recuou totalmente o braço, evitando que o fogo seguisse uma trilha direto para ele, como gasolina derramada.

Eram dois contra um agora, mas eu não quero que Hyun-su continuasse por aqui. Preciso que ele vá embora para que eu possa lutar com Ui-Myeong sem mais preocupações.

Mas, antes que qualquer um de nós fizesse qualquer coisa, um dos helicópteros que nos perseguia explodiu a continuação da ponte, tentando fazer com que Ui-Myeong parasse. O chão tremeu junto do carro e Hyun-su tentou me segurar quando meu corpo se desequilibrou e foi em direção ao buraco onde a porta ficava. Seus dedos arrastaram-se nos meus, mas não consegui segurá-los. O braço gosmento de Ui-Myeong ricocheteou em nós, jogando-nos para lados opostos. Depois, ele mudou seu caminho e voltou a segurar Hyun-su, que gritou por mim enquanto me via cair para fora do carro. Me esticando o máximo que podia, tentei agarrar qualquer parte do carro para evitar voar em direção ao mar.

Os segundos se passaram rápido e a única coisa em que tive tempo para pensar era que eu cairia na água, a centenas de metros de distância.

De repente, senti algo agarrar minha mão. Ergui os olhos, vendo Hyun-su. De alguma forma, ele se soltou das garras de Ui-Myeong e conseguiu me segurar no ar. Enquanto sua mão direita envolvia a minha com a maior força que podia, a outra segurava a lateral do carro, mantendo ele do lado de dentro.

Eu não consigo enxergar o que Ui-Myeong está fazendo, mas sei que continua atacando Hyun-su, tentando fazer com que ele me soltasse. A preocupação me consome junto das caretas de dor que Hyun-su faz. Ele morde os lábios e franze as sobrancelhas, está gritando enquanto dobra lentamente o braço, me puxando para perto.

Ainda estou longe para conseguir segurar o carro e não sei mais quanto tempo Hyun-su aguenta. Ele está machucado demais e continua recebendo incessantes golpes de Ui-Myeong enquanto tenta me salvar.

- Hyun-su! - o gritei, arregalando os olhos ao ver a direção em que seguíamos. Ui-Myeong havia acelerado e estávamos indo direto para o buraco na ponte, que continuava caindo.

- Não me solte, Ryu! - ele berrou, desesperado. As lagrimas escorriam por suas bochechas, misturando-se com o sangue. Não sei se são lagrimas de tristeza, dor ou raiva, mas meu coração dói ao vê-las no rosto de Hyun-su.

Quando o carro cai no buraco, ouço Hyun-su gritar ainda mais alto, tentando me puxar com toda a força que tinha. A poeira da destruição está ao nosso redor e meus dedos havia se soltado quase completamente dos dele quando Hyun-su esticou a mão que o segurava dentro do carro para me agarrar.

No entanto, antes que ele conseguisse fazer a troca de braços, eu escorreguei completamente.

Enquanto meu corpo caia junto dos destroços da ponte, ouvi Hyun-su gritar meu nome e o vi ser segurado por Ui-Myeong para que não pulasse atrás de mim.



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Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora