08 - Burro de carga

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Estava tarde, a escuridão do lado de fora deixando claro que a noite havia chegado

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Estava tarde, a escuridão do lado de fora deixando claro que a noite havia chegado. Não me lembro de ter visto o por do sol, mas também não tenho certeza se peguei no sono enquanto ele acontecia. De qualquer forma, em algum momento meus olhos se fecharam. Eu estava tão cansada que estava começando a se tornar difícil interpretar o que acontecia a minha volta.

Os pesadelos tem se tornado cada vez piores. Depois da morte de Ishida, houve uma época em que eu tinha bons sonhos. Sonhos em que ele ainda estava vivo, e nós estávamos comendo frango frito na sua lanchonete de esquina preferida. Não duraram muito tempo, mas eu obtive boas noites de sono com eles.

Agora, acredito que eu esteja na fase em que os pesadelos se tornam constantes. Eles costumam a intercalar, um dia, eu estou presa em uma cama com um colchão duro, no laboratório, esperando pelo próximo experimento. No outro, imagino Sunwoo lutando contra outro infectado especial, algo que costumava a acontecer com frequência. Mas nessa luta, meu melhor amigo morre, e a única coisa que eu faço é assisti-lo.

As dormidas rápidas, aquelas que acontecem entre um piscar de olhos e outro, são as melhores. As únicas em que eu consigo sentir paz, quando eu não sei se estou acordada ou não.São os minutos de sono durante o dia que me mantem consciente por mais algumas horas, até
que eu possa repetir a dose de três horas de sono a noite.

O ranger alto da porta ao ser aberta ecoou pelo quarto silencioso. Abri os olhos mais uma vez, me esforçando para mantê-los assim. Na porta, um dos sobreviventes acabara de ser empurrado para dentro, o rosto completamente machucado. Ele parecia ter entrado em várias brigas e perdido todas elas, uma seguida da outra. Aquilo deveria estar doendo.

- Caramba, parece que ele levou uma surra. - disse o cabeludo.

- É ele quem quer ser preso. - retrucou outro homem, com piercings na orelha.

Acho que me enganei quando chamei Eun de metido. Esse cara com certeza é muito mais que ele.

- Por que isso foi acontecer com um homem tão bom? - murmurou o último deles, usava óculos quadrado e tinha grandes bochechas.

- Se você se sente tão incomodado, pode entrar lá com ele.

Antes que ele fechasse a porta, Jae-Hoen apareceu, forçando para que ela continuasse aberta. Franziu as sobrancelhas, analisando o cara machucado.

- Essa não é a razão, é?

Mais um dos sobreviventes apareceu. Era alto, cabelos um pouco longos, caídos para onde decidiam ser o melhor lado. Parte do seu rosto tinha uma grande cicatriz, como se ele tivesse se queimado, um ferimento grave o suficiente para durar o resto da sua vida. Se não estou enganada, esse é o cara que todos tanto tem medo. O chamam de Gangster. Mas, para mim, ele combina mais com Cicatriz.

Jae-Heon esticou a espada, tampando o espaço da porta com a lâmina e impedindo a passagem do Cicatriz. Eles trocaram olhares insatisfeitos, o ar de superioridade tomando conta do lugar. O que tinha o rosto machucado fechou a porta, deixando os outros do outro lado, provavelmente confusos. Ele se virou para mim, arrumando o cabelo e dando um sorriso.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora