26 - Rios de lava

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Ergui o corpo com dificuldade, a mão deslizando pelo chão liso e gelado

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Ergui o corpo com dificuldade, a mão deslizando pelo chão liso e gelado. O lugar estava escuro, sem nenhum único ponto de luz. Eu levei as mãos ao rosto, tocando com delicadeza meus olhos, para ter certeza se estavam abertos. Estavam. Seja lá onde eu esteja, tinha um chão duro, gelado e nenhuma luz.

De repente, um sussurro vindo de algum canto me fez virar com rapidez, assustada. Eu não estava sozinha, mas eu não conseguia ver quem estava comigo.

Uma luz surgiu, algo brilhante e amarelado, iluminando poucos lugares ao redor de onde estava. Eu não conseguia ver o quer era. Na verdade, não passava de um único ponto de luz.

O quarto deveria ter o triplo do tamanho que eu imaginava. Lentamente, a luz aumentava e cada vez que eu piscava, ela parecia estar mais perto. Me levantei, ficando de pé. O chão não estava mais tão gelado como quando acordei.

Aos poucos, ele parecia estar se esquentando. Eu estava descalço, o que era estranho, já que tenho certeza que coloquei meus tênis hoje de manhã, antes de sair do prédio para procurar as coisas da cirurgia de Ji-su.

A propósito, onde estão todos?

Não consigo me lembrar de nada.

Voltei a atenção para a luz, que aos poucos começou a ganhar forma. Ela se esticava para os lados e para baixo, tomando caminhos diferente, como fios espalhados. Quando estava perto o suficiente, pude reconhecer o que era. O ponto de luz tinha o formato de um humano.

A pele preta como uma rocha vulcânica, com espaços entre elas, como se sua pele fosse formada por vários rios, que tomavam um rumo diferente, mas que todos seguiam o mesmo caminho, se encontrando no centro do corpo, onde ficava o coração. Rios de lava.

Sabia que era ela. Não tinha dúvidas. Na verdade, aquela era eu, na minha outra versão.

As pontas dos dedos estavam brilhando em uma cor amarelada, como se estivessem pegando fogo. O cabelo crescia com um pequeno incêndio no topo da cabeça, alongando-se para trás em uma nuvem de fumaça completamente cinza. Os olhos estavam amarelos, formados de pura lava. Eram hipnotizantes.

Ela parou a menos de um metro de distância de mim. Tínhamos o mesmo tamanho. Não tão alta, mas não tão baixa. O chão sob meus pés parecia um pouco mais quente agora, mesmo assim, tenho certeza que ela está regulando a temperatura para não me queimar.

- Outra?

- Olá, Ryu. - sua voz estava bem menos assustadora do que ela costumava a fazer quando queria matar alguém.

- Onde estou?

- No seu subconsciente. Eu assumi o controle.

Arregalei os olhos.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora