40 - Operação Hora Crítica

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Depois do que aconteceu no corredor, a divisão entre meio-monstros e sobreviventes havia ficado mais clara do que nunca

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Depois do que aconteceu no corredor, a divisão entre meio-monstros e sobreviventes havia ficado mais clara do que nunca. Eu sabia que aquela convivência e momento de paz não duraria muito tempo, mas não achei que ela fosse terminar desse jeito. Por mais que eu não concorde cem porcento com Ui-Myeong, ele não está errado. Eu sempre soube disso, na verdade.

Os mais fortes sobrevivem. Apenas esses.

Mas, quem sabe, nem todos os mais fortes precisam passar pelos quinze dias.

Alguns humanos podem sim conviver com monstros, e é isso que torna o meu pensamento diferente de Ui-Myeong.

Eu queria poder explicar isso a Hyun-su, mas ele parece distante agora, desde o ocorrido. Já faz algum tempo que ele não fala comigo, nada além de múrmuros de “sim” ou “não”.

— O que quer fazer agora? – perguntou Sunwoo, por meio de um sussurro. Nós estávamos sentados no chão do armazém, mais uma vez, Hyun-su não estava conosco. No início, até tentamos evitar, mas era como se ele tivesse criado um escudo que o separasse completamente de nós.

— Vi como você ficou, quando queimaram o Gosminha.

Os olhos de Sunwoo pousaram no monstro verde que no meio de nós dois. Tenho a impressão de que ele se tornou nosso bichinho de estimação.

— Você deu um nome pra ele?

— Talvez. – dei de ombros. – Concorda com o Ui-Myeong?

Sunwoo mordeu os lábios, algo que ele faz sempre que esta indeciso. Depois de tantos anos de convivência, desenvolvi a capacidade de saber o significado de cada uma das expressões dele.

— Eu odeio aquele cara, odeio mesmo. Na minha opinião, já devíamos ter matado ele a horas. Mas não dá pra negar, Ryu, ele está certo. A gente não pode viver com esse pessoal. Eles não nos aceitam. Sabe, sei que concordei com aquelas duas semanas, mas eu realmente acho que talvez seja melhor irmos embora agora, enquanto ainda temos tempo.

A porta do armazém se abriu e, por um segundo, achei que pudesse ser Hyun-su finalmente vindo passar algum tempo com a gente. Mas, pela silhueta, percebi imediatamente que não era ele.

Eun Hyuk entrou na sala, fechando novamente a porta e se encostando nela, o que não era algo muito comum para ele. Eun sempre costumava a manter a postura, não importava a ocasião, mas dessa vez, ele parecia desleixado.

Deu um suspiro, intercalando o olhar entre eu e Sunwoo, então parando no Gosminha, que o recebeu com um aceno.

— Então esse é o monstro?

— Isso é o que sobrou dele. – avisou Sunwoo, encostando a mão no chão e esperando que o Gosminha subisse nela, depois o guardou no bolso da sua jaqueta, um que ficava em seu peito. – O que faz aqui? Veio nos dar lição de moral ou algo do tipo?

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora