38 - Rei e Rainha

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— Sabe, quando Sunwoo disse que estava procurando por uma amiga, nunca imaginei que fosse ser você

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— Sabe, quando Sunwoo disse que estava procurando por uma amiga, nunca imaginei que fosse ser você. Ele foi embora logo depois que eu contei meu plano. – ele riu. – Ele te contou? Com certeza sim.

— Nós não precisamos brigar. Não quero isso.

— Jung Ui-Myeong. – Sunwoo o chamou, sério. – Fique sabendo que não vou deixar você tocar nela. Nunca. Então, vá embora. Não darei outra chance.

Ui-Myeong riu, levantando os braços em forma de rendição.

— Eu não quero brigar. Três Infectados Especiais contra um? Bom, três e meio, não é? Hyun-su ainda parece ser novo nisso, to certo? – ele deu de ombros. – Não importa. Talvez a nossa luta dure algum tempo, mas brigar com ela? – ele apontou para mim, balançando a cabeça. – Não, não é isso que eu quero.

— E o que você quer? – perguntei, irritada com o jeito dele. Dei um passo à frente, passando por Hyun-su e Sunwoo, indo até Ui-Myeong e parando. Os meninos não demoraram para se juntar a mim, como se fossem meus guarda costas. – Diga, o que você quer?

— Quero que se junte a mim. Venho te procurando a algum tempo.

— Então mudou de idéia? Sobre me matar.

Ele assentiu.

— No início, eu realmente queria isso. Mas agora, vejo o quanto podemos ser fortes juntos.

— E por que acha que ela vai se juntar a você? – Sunwoo perguntou, franzindo as sobrancelhas.

— Por quê não? – ele esticou a mão, mostrando o papel vermelho em sua mão. – Estão atrás de pessoas como nós. Acham que o pessoal do primeiro andar não vai entregar vocês? Querem voltar para o Laboratório? Ham?

— E o que pretende fazer? – questionei. – O que está nos oferecendo especificamente?

— Ofereço a vocês a fazer parte do meu exército. Quer dizer... nosso exército. Meu e seu, Ryu. Os infectados mais fortes. Podemos nos vingar de todos. Nos tornar o Rei e a Rainha dos monstros!

Sunwoo bufou, soltando uma risada sínica.

— Você enlouqueceu. Ela não vai participar dessa idiotice.

  Jung Ui-Myeong se levantou, partindo para cima do meu melhor amigo, que não demorou mais de um segundo para se preparar para uma possível luta. Eu segurei Ui-Myeong antes que ele passasse por mim, o empurrando com força para trás. Ele foi jogado para o ar e quando voltou a cair no chão, rolou duas vezes antes de parar. Seus olhos pousaram em mim, a feição séria, podia sentir a mistura de raiva que ele transmitia.

— Preciso de um tempo para pensar. – afirmei. – E, estou avisando, se tocar em Sunwoo ou em Hyun-su, não vou hesitar em te matar, me entendeu? 

  Ele assentiu, um sorriso vitorioso no canto da boca.

— Como quiser.

  Nós decidimos voltar ao primeiro andar depois de um longo minuto em silêncio. Hyun-su disse que o grupo de delinquentes que viera com Ui-Myeong matou dois sobreviventes do primeiro andar. Entre eles, o cabeludo. Antes de voltarmos, levamos Ui-Myeong ao apartamento 1408, para mostrá-lo que o que Hyun-su disse mais cedo era realmente verdade. Paramos em frente a porta do banheiro, onde a senhora Sook passou os últimos meses em sua versão monstro. Era a primeira vez que eu a vejo assim, mas Du-sik me contou o que havia acontecido.

— Ta, entendi. – afirmou Ui-Myeong. – Existem monstros que não ferem humanos. – ele pegou o casaco preto apoiado no gancho da parede, o vestindo em silencio. Depois, se virou para Hyun-su, sério. – Mas será que existem humanos que irão nos aceitar?

Ele tirou o papel vermelho do bolso, o erguendo no ar.

— Você ainda acha que aquelas pessoas que estão tentando proteger, vão recebê-los após lerem isso? O que acha? – ele desviou o olhar para mim. – Escolham um lado.

Usamos o elevador para voltar mais rápido. Tive a leve impressão de que Sunwoo odiou estar dentro dele, assim como eu. As paredes continuavam ensanguentadas após minha briga com aquele monstro. Hyun-su, por outro lado, parecia nervoso com outra coisa. Depois que Ui-Myeong apertou o botão do térreo, Hyun-su discretamente segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. A dele estava um pouco suada, o que não era comum para ele.

Finalmente, o elevador parou. Hyun-su e Sunwoo estavam na frente, como eu pedi. Quando as portas se abrirem, os sobreviventes que estiverem à espera do outro lado não irão atacar se eles forem os primeiros. Pelo menos, é o que eu espero que aconteça. Caso contrário, terei que pôr em prática o meu plano B, se é que ele realmente vai dar certo.

    Ao se abrirem, todos os sobreviventes esperavam do outro lado. Os da frente usavam armas de fogo que provavelmente conseguiram com os delinquentes mortos, enquanto os de trás observavam com curiosidade. Eun Hyuk estava ali, bem ao lado da irmã. Seus olhos passaram por cima do ombro de Hyun-su, que tampava parte do meu corpo e pousaram em mim. Ele arregalou os olhos, surpreso.

Mas, antes que conseguisse dizer qualquer coisa, Hyun-su saiu do elevador, devagar. Todos continuaram a apontar as armas, o que me deixou irritada.

Ui-Myeong estava certo?

Eles vão mesmo nos entregar?

— Hyun-su. – a bombeira o chamou. – Você está em que condição.

— Eu acertei? – sussurrou Ui-Myeong.

Eun Hyuk deu um passo à frente. Os olhos fixos em mim. Eu passei por Hyun-su, atraindo a atenção dos que seguravam as armas para mim. Todos não pareciam acreditar no que estavam vendo.

— C-como? – murmurou a bombeira. – Como sobreviveu?

  A ignorei, olhando para Eun. Ele deu mais um passo, chegando perto o suficiente de mim e me abraçando. Eu não esperava por esse tipo de demonstração de carinho dele. Lentamente, subi meus braços para suas costas, retribuindo o abraço. Então, assim que nos afastamos, ele olhou para Hyun-su e Sunwoo.

— Eles estão bem.

— Estou surpreso. – disse Ui-Myeong, as armas agora apontadas para ele. A bombeira era a mais perto do garoto, e ele fez questão de abaixar lentamente o cano da sua arma, a feição séria.

— Não se mexa. – avisou Sang Wook, aproximando a AK-47 dele.

— Essas coisas não podem me matar.

— Quer que eu tente a sorte? Eu acho um jeito de te matar.

— Hyun-su. – Eun-yoo o chamou. – Tudo certo?

— Venham pra cá. – pediu o senhor Ahn, intercalando o olhar entre ele, eu e Sunwoo.

Hyun-su deu um passo para o lado, a arma apontada para Ui-Myeong agora com o cano pousado em seu peito.

— Chega. Ele salvou a minha vida.

— Pensa no que eles fizeram. – disse um dos sobreviventes, com medo.

— Aí, Hyun-su, ele matou a própria equipe. – afirmou o cabeludo. – Você confia nele?

— Em mim você confia!? Nós somos iguais. Então, abaixem suas armas.

Eles seguiram o seu comando, não muito satisfeitos. Olhei para Jung Ui-Myeong, que escondia um sorriso convincente.

Ele estava tramando algo.

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Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora