34 - Dezoito Anos

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KANG SUNWOO

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KANG SUNWOO

O décimo quinto andar está mais vazio do que os últimos três por onde passei. Não há nenhum sinal de monstro e o lugar está tão silencioso que parece um filme de terror. Eu teria medo se aqui não fosse o melhor lugar onde eu poderia estar agora. O décimo quinto andar faz com que eu me sinta mais próximo dela e por isso nem mesmo se eu estivesse realmente em um filme de terror estaria com medo.

Esse é o nosso lugar.

O lugar onde recomeçamos.

O lugar que nos deixou feliz de novo.

Se três anos atrás alguém me dissesse que esse seria o nosso futuro. O nosso futuro. Se alguém dissesse que em três anos, o mundo teria se transformado em um lugar cheio de monstro e que meus melhores amigos estariam mortos, eu daria risadas e o chamaria de louco. Não por causa do apocalipse, mas porquê para mim, era impossível existir um mundo onde Ryu e Ishida não estivessem vivos.

Aqui estou eu. Sozinho. Na merda de um apocalipse, onde meus melhores amigos estão mortos.

Em um mês, Ishida completaria dezenove anos. Mas ele nunca conseguiu comemorar os dezoito. Eu, por outro lado, estou perto dos vinte. Ainda me lembro de todo o planejamento de Ishida para o aniversário de dezoito, mesmo que ainda faltassem meses para acontecer.

"Eu planejei tudo. Primeiro, vamos jantar no Riflle, assim economizamos para a balada, já que o Riflle sempre nos dá hamburguer de graça quando é aniversário de um de nós. Depois, vamos a Seul, dizem que tem baladas incríveis lá."

"Nós vamos ficar uma hora no metro pra chegar lá." - avisou Ryu.

"Vai valer a pena, tá legal? Você não pode recusar. É o meu aniversário!" - ela revirou os olhos. - "Tudo que precisamos fazer é refazer uma identidade falsa pra você. Ainda não acredito que perdeu aquela."

"Foi você quem perdeu, na verdade."

"Cala a boca, Sunwoo!"

Me pergunto se eu deveria continuar tentando, mesmo sem eles aqui.

Se nenhum deles está aqui, por que eu deveria estar?

Respirei fundo, sentindo o cansaço triplicar, se espalhando para cada canto do meu corpo. No fundo, sei que o motivo para ele estar aqui não foram todas as escadas que acabei de subir. Tenho certeza que isso não é cansaço físico. É como se da noite pro dia, nada mais valesse a pena. Nem um mísero esforço.

Joguei minha cabeça para trás, fitando o teto, tomando coragem para continuar andando. Não falta muito para chegar ao nosso apartamento. Já estou aqui, no corredor. Agora, eu só preciso continuar andando. Por um pé na frente do outro, isso não deveria ser algo difícil. Mas a distância até aquela porta parece ser muito maior do que realmente é. Suspirei e dei um passo. O chão a minha volta pareceu tremer. Uma rachadura imaginária surgiu a minha frente, como se ela me dissesse para não passar daquela linha. Mas, se eu não passar, nunca vou chegar ao nosso apartamento. Então, continuei andando.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora