18 - Cicatriz

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— Eles não vão entrar aqui

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— Eles não vão entrar aqui. Você está bem? – caminhei até ele. Pelo que parece, ele não esperava pelo meu empurrão. Estava se levantando da queda recente.

— Sim. Esse é o seu apartamento?

Assenti. Hyun-su olhou ao redor.

— Por que tem um buraco na sua parede?

Não pude evitar sorrir para aquela pergunta. Acho que Hyun-su e eu não estamos mais empatados na nossa competição de sorrisos.

— É o apartamento de Sunwoo. Nós compramos esses dois apartamentos e abrimos um buraco para que pudéssemos dizer que morávamos juntos. Nunca tivemos dinheiro pra comprar uma porta. Nem tempo.

Minha amizade com Sunwoo e Ishida sempre se resumiu em trabalhar para pagar nossas próprias coisas. Na outra cidade, eu morava junto com Ishida no nosso apartamento. Sunwoo planejava se mudar, mas então tudo aconteceu.

No fim, nós viemos parar aqui, o único lugar que tínhamos dinheiro o suficiente para pagar e que ainda sobrasse para comida. Abrimos um buraco na parede uma semana depois, felizmente, o síndico nunca descobriu sobre isso, ou teríamos sido expulsos.

— Você conseguiu falar com ele?

— O que?

— Você disse que ele ficou na casa dos pais. Conseguiu falar com ele depois que os monstros apareceram?

Balancei a cabeça, negando. Caminhei até minha pequena cômoda de roupas e peguei uma blusa preta. Estou usando a mesma blusa a semanas, porque me recusei a pedir Hyun-su que trouxesse uma para mim.

Tirei a minha blusa e vesti a outra, nos curtos segundos em que durou aquele momento me esqueci que Hyun-su ainda estava no quarto. O garoto havia virado de costas para mim após perceber que eu estava apenas de sutiã, tentando me dar algum tipo de privacidade.

— Desculpe. Esqueci que você estava aí. – murmurei. – Já estou vestida.

Ele voltou a me olhar. Me sentei na cama, encostando a cabeça na parede e dando um suspiro.

Esse lugar tem mais o cheiro de Sunwoo do que o próprio apartamento dele. Senti falta disso.

Fechei os olhos, confortável com a situação.

Senti o colchão ao meu lado afundar e logo depois, o ombro de Hyun-su se esbarrou no meu. Pelo canto do olho, pude ver que ele apoiara a cabeça na parede como eu e agora encarava o teto.

— Você não entrou aqui, não é? Enquanto vinha buscar mantimentos. Meu apartamento está igual a última vez que vim.

— Não. Nem aqui, nem no apartamento de Sunwoo. Quer dizer, eu entrei no dele, mas fui embora depois de ver uma foto de vocês na cabeceira dele. Desculpe. Prometo que as coisas continuam no mesmo lugar do outro lado.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora