Capítulo 59 - Destino

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Isabela estava confiante de que eles poderiam enfrentar Klaus, que as chances de vencerem eram ótimas, principalmente agora que Joseph tinha se aliado ao seu pai. Ninguém vencia o cavaleiro das sombras, ela se lembrava frequentemente, muitas das coisas que ouvira sobre ele eram mentiras, mas se tinha uma coisa que era certa era sua coragem e força e ele não desistiria até conseguir tudo o que queria.

Mas apesar de toda confiança, Isabela ainda tinha um pouco de medo, medo do futuro. Nos últimos três dias, Joseph e seu pai, junto com os soldados de Severac, andaram planejando como seria o ataque a Murdor. No dia seguinte eles partiriam para guerra e poderia ou não ser o fim de todos os conflitos, poderiam em fim ter um pouco de paz. Mas mesmo sabendo como suas chances eram boas, seu coração continuava inquieto.
Já devia ser perto da meia noite, ela não conseguia dormir, por isso sairá de dentro do Palácio para caminhar um pouco. Parou perto de um jardim, despachou os guardas que haviam por ali, para poder ficar sozinha, se escorou em uma árvore e ficou a admirar o brilho das estrelas, com os pensamentos distantes até que sentiu que alguém se aproximava.
__O que está fazendo aqui fora há essa hora?__ Joseph perguntou enquanto caminhava até ela.
__Não consegui dormir, então resolvi caminhar um pouco, olhar as estrelas__ deu de ombros__ fazia um tempo que não via as estrelas tão bonitas, quase não dava para vê-las em Murdor. Parece que elas brilham mais em Severac.
__Talvez o problema não seja as estrelas__ ele observou__ tudo parece mais bonito quando estamos onde queremos.
__Acho que é verdade__ ela concordou distraidamente.
__Mas você não parece muito feliz__ ele segurou as mãos dela nas suas__ tem alguma coisa te incomodando, o que é?
__Eu estou com um pouco de medo__ confessou.
__Por causa da guerra?__ ele sorriu__ não há com o que se preocupar Isabela, acredite. Klaus é um bom espadachim, é verdade, mas ele não entende nada de estratégia de guerra, é impulsivo e nervoso. Agora que não estou mais lá para resolver todos os problemas, ele deve estar totalmente perdido e desesperado.
__Isso não te assusta?__ ela questionou__ ele pode fazer uma besteira.
__Sou um homem positivo__ ele brincou, mas quando ela não sorriu voltou a ficar sério__ vai ficar tudo bem, eu prometo.
__Bem... Não é bem da guerra que tenho medo.
__Do que é então?
__Do futuro__ sussurrou encarando suas mãos entrelaçadas__ o que vai acontecer depois de a guerra acabar?
__Vamos finalmente ter paz__ ele disse__ Klaus é o único inimigo de todos os Reinos em todo o país, o único que quer guerra. Quando o derrotamos, todo o país vai estar em paz e não teremos mais que nos preocupar com nada.
__Mas e você?__ ela perguntou__ o que vai fazer depois que resgatar sua irmã? Para onde vai?
__Bem, até um tempo atrás eu não tinha pensado no que faria__ ele confessou__, mas agora eu quero voltar a Correntio, quero reerguer o Reino do meu pai, trazer aquele lugar de volta a vida. Dezoito anos Isabela, agora quando isso acabar eu vou finalmente poder viver.
Ela deu um meio sorriso e ficou encarando o chão. Joseph demorou apenas um minuto para entender o que realmente a estava preocupando e sorriu, erguendo gentilmente o rosto dela para que olhasse em seus olhos e acariciou gentilmente seu rosto.
__Quando eu for para Correntio, você vai comigo__ ele murmurou__ eu serei o Rei e você a minha Rainha.
__Rainha?__ ela deu um meio sorriso.
__Sim__ ele concordou__ imagine como seria? O cavaleiro das sombras um Rei, ninguém se atreveria a atacar nosso Reino.
__O Rei das sombras__ ela disse rindo__ interessante.
__Sim, e você seria a mulher do cavaleiro das sombras, além de ser a mulher mais linda do país. Faríamos uma bela dupla. E levaríamos Peter conosco, agora que não tem mais os pais; ele sempre foi como um filho pra mim, de certa forma. Vitória terá o seu bebê e arrumará um bom marido e Paola com certeza arrumará um outro bom oficio, pode ser estilista, ela ajudava minha mãe a fazer vestidos antes de tudo isso acontecer.
Isabelasorriu, as palavras dele pintavam um futuro feliz e perfeito para todos, gostaria de acreditar que seria mesmo assim.
__Você... Você realmente ainda me quer como sua mulher?__Isabela questionou receosa__ mesmo depois de tudo o que...
__Já disse isso antes, nada nesse mundo poderia me fazer deixar de amá-la. Vamos esquecer o passado, e nunca mais ninguém vai te machucar de tal forma, farei de você a mulher mais feliz do mundo se puder.
__Mas...
__Não tem mas__ ele a interrompeu__ eu te amo.
Gentilmente, ele começou a desfazer os laços que atavam o vestido dela.
__O que está fazendo?__ ela olhou em volta preocupada.
__Shh, ta tudo bem__ Joseph ignorou o olhar preocupado dela e abriu o vestido até que ela ficasse nua em sua frente, revelando os machucados e cortes pela pele. Alguns já estavam desaparecendo, outros cicatrizando, já não parecia tão grave como quando os vira a primeira vez__ como puderam machucar assim algo tão lindo? Não é o tratamento que uma princesa merece.
Ela se encolheu contra a árvore quando ele tocou seu seio com a ponta dos dedos.
__Te incomoda?__ ele ergueu a sobrancelha__ que eu a toque?
Ela entendeu logo o que ele quis dizer com a pergunta e segurou a mão dele, a pressionando contra o seio.
__Deveria, mas não__ ela garantiu__ eu achei que... Quando tudo aconteceu, desde a primeira vez com Klaus, achei que depois daquilo nunca poderia deixar que nenhum outro me tocasse, que não aguentaria. Que a lembrança e a dor seriam grandes demais para suportar, eu achei que estava arruinada, mas... Quando você me toca, é como se toda dor, todas as minhas marcas, tudo que me aflige desaparecesse, como se me arrastasse para um outro mundo onde só existe nós dois e nada mais importa. Não há medo, frio, desespero... Só você e o azul dos seus olhos, o calor da sua pele, o gosto do seu beijo__ ela corou, levemente envergonhada__ isso faz algum sentido?
__Eu sei como é a sensação__ ele sorriu.
Isabela suspirou quando ele aproximou mais seus corpos, sentindo a respiração dele em seu rosto enquanto lhe acariciava delicadamente um dos seios. Estava preocupada por estarem do meio do jardim do palácio, onde poderia aparecer alguém a qualquer hora e vê-la naquele estado, mas era difícil se preocupar com qualquer coisa quando ele a tocava.
__Acredita em destino princesa?__ Joseph perguntou, livrando-se da blusa, largando-a de lado junto com o vestido de Isabela.
__Na verdade, não__ ela negou, mordendo o lábio por um instante enquanto observava o peitoral musculoso dele__ não gosto da ideia de que toda a minha vida já está decidida, que não tenho uma escolha. Gosto de pensar que eu controlo minha vida.
Ele sorriu aproximando-se novamente para beijar-lhe o pescoço, Isabela inclinou a cabeça de lado, lhe dando mais liberdade, totalmente esquecida de onde estavam e do porque tinha ido parar ali. Deixou-se amolecer nos braços dele, aproveitando os beijos, esquecendo as marcas pelo corpo e todas as lágrimas que derramou. Ele nunca mais deixaria que ninguém a ferisse... Ela acreditava nisso, enquanto estivesse com ele estaria segura.
__Sabe no que eu acredito?__ ele perguntou, deslizando os dedos pelo corpo dela até sua intimidade__ que fomos feitos um para o outro princesa. Eu a vi uma vez anos atrás e me encantei com você, mesmo quando era apenas um bebê. Então anos e anos depois, você apareceu de novo pra mim, com essa sua força e seu sorriso, pra me lembrar do que realmente importa. Se não fosse por você, ainda estaria em Murdor, em pé ao lado do Trono de Klaus, fazendo tudo que ele mandasse, vendendo a minha alma a custo de nada, só para talvez um dia conseguir ver minha família de novo.
Joseph beijou-a intensamente por um momento, enquanto livra-se da calça e puxava Isabela para seu colo. A princesa se apoiou nos ombros dele, prendendo as pernas em volta de sua cintura e gemendo baixinho.
__Mas graças à você__ ele murmurou um tempo depois__ estou fazendo agora o que é certo, vou salvar a vida da minha irmã do jeito certo, graças a você consigo ver as coisas como realmente são, você me libertou. Então eu acredito no destino, acredito... Acredito que era nosso destino nos encontrarmos Isabela, acredito que não invadi sua cidade por acaso, que não perdi tanta coisa por nada. Estava escrito que eu tinha que te encontrar, assim como está escrito que vou matar Klaus e que depois disso seremos muito felizes.
Ele a penetrou devagar, Isabela fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, a escorando na árvore, enquanto sentia-o preenchê-la e lentamente movimentar-se dentro dela, apagando qualquer pensamento coerente.
__Acredita em mim Princesa?__ ele perguntou com a voz falha__ acredita?
__Sim__ ela sussurrou baixinho, concordando com ele__ sim, sim__ repetiu gemendo, enterrando as unhas nas costas dele.
Logo ambos esqueceram de onde estavam e de quem eram, focando-se apenas na incrível sensação que era quando estavam assim unidos como um só. Os gemidos ficaram mais altos e Isabela tinha certeza de que alguém os ouvira, mas não se importou. Quando terminaram, deixou que ele a embalasse em seus braços, com as pernas fracas devido ao prazer, apoiou a cabeça em seu peito, ouvindo o som do coração dele e sentiu-se em paz.
__Não vai ser a ultima vez que estaremos juntos__ ele prometeu__ eu voltarei pra você.
__Eu acredito em você__ ela sorriu__ ninguém pode matar o cavaleiro das sombras certo?
__Certo__ ele concordou sorrindo__ ninguém.
__Eu te amo.
E puxou-o para um ultimo beijo.


Cavaleiro das Sombras.Where stories live. Discover now