Capítulo 30: 543 (parte 4)

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Avisos importantes no fim do post, confiram quando acabarem de ler tudo. 

Dan: Se você quer

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Dan: Se você quer... (acompanhou-a, quer dizer, permitiu-se ser arrastado pela euforia dela só para agradá-la. Sabia que o que a loira queria, no fundo, era distraí-lo de algum modo; mesmo com o que, para ele, era uma das maiores besteiras que havia na face da Terra. Já ouvira falar de videntes e, por ter conhecido uma, obviamente fora obrigado a crer na existência delas. Contudo, também tinha ciência de que todo aquele que explora o próprio dom para fins lucrativos é tido como eticamente questionável, posto que a habilidade sobrenatural costuma ser vista não como presente, mas como missão. Decorrido um bom tempo de conversa na fila, chegou a vez deles de se sentarem nos puffs coloridos e, quem sabe, conhecerem os seus destinos)

Kiara: Bem-vindos à tenda de Kiara. O futuro é seu, mas eu o domino! (fingiu não perceber que eles prendiam o riso para não debocharem dela logo na recepção): Vejo uma aura luminosa em vocês dois, mas nem por isso estão livres de acontecimentos ruins. Quem será o primeiro?

Naty: Pode ser ele. Não me importo de ficar por último, até prefiro.

Kiara: Certo. (colhidas informações como o nome completo e a data de nascimento do consulente, começou a embaralhar as cartas com uma destreza de dar inveja em ilusionista e deu a Daniel algumas instruções sobre em quantos montes e com que mão deveria cortá-las): Tire apenas uma carta. Ela representará o seu passado, seja ele próximo ou distante. (aguardou que ele o fizesse e postou a figura retirada entre os dedos como se analisasse cada pincelada de um quadro precioso): O Namorado, interessante... Analise bem a figura do rapaz, minha criança. Consegue ver como o seu rosto mira a direção oposta à do corpo? Está dividido entre duas mulheres, não se sabe se a mãe e a amada ou uma moça mais velha e outra mais nova. Mostra a indecisão característica deste arcano, impasse entre a segurança e o risco, a acomodação ou a renovação. Como lida com escolhas, recomenda bastante reflexão. A carta está de pé, o que significa que a decisão foi tomada e isso, por si só, já lhe foi positivo.

Dan: Beleza. Nada incomum alguém já ter tido que fazer uma escolha, faz parte da vida.

Kiara: Tire mais uma, a que representará o seu presente. (repetiu todos os gestos exatamente como fez com a anterior; a homogeneidade era tal que parecia pré-programada para manusear e reagir sempre das mesmas formas): O Valete de Paus, hum... Esta carta costuma estar associada à movimentação. Pode ser a chegada de uma notícia ou uma viagem, um viajante. Como ele saiu invertido, significa que a mudança em andamento não será positiva nem indolor; uma má notícia, um futuro incerto. Algo de certo modo negativo está a caminho, minha criança.

Dan: Bom, agora que o enredo ganhou um clímax de adversidade, deixa eu descobrir o fim da trama. Tenho que puxar a do meu futuro, certo? (foi o que fez quando a viu oferecer o baralho)

Kiara: Acalme-se, querida. (voltou-se para Naty, que deu um suspiro de pavor ao vislumbrar a imagem sorteada): A morte não significa morte física, representa uma transformação, libertação dolorosa. Como ela está invertida, mostra a incapacidade de se reverter a situação, a impotência que se sente diante dela. Só é bom lembrar que toda ruptura, de uma maneira ou de outra, também acaba por gerar uma contraditória sensação de liberdade. É o fim para o renascer, a queda para o reerguer. Certas coisas nasceram para ser efêmeras e hão de ser identificadas. Sempre há uma razão para toda dor resultante das separações, sejam elas físicas ou metafóricas.

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