Não me TOC [COMPLETO]

Agradecimentos

Pensei muito em como iniciar os agradecimentos.
Pensei em não agradecer a nada, pensei em ser engraçada, ou carismática. Não sei. Pensei em tantas coisas que acho que me afundei. A realidade é que eu sou Adams. Também sou Marina e talvez, para outros, seja Angélica. Temo um dia me tornar Henrique e espero, em algum momento, ser mais Lucas. Sou tudo e nada, todos somos. No final, creio que estava com vocês em cada passo e cada vírgula — como narrador.

Somos narradores de nossas próprias histórias, se os personagens que visualizaram são apenas reflexos do espelho quebrado que é a minha existência... bem, podemos dizer que a cada momento que vocês sentiram vontade de ajudar o Adams ou qualquer um, vocês quiseram me ajudar. Sou grata por isso.

Não me TOC é a minha segunda obra sobre transtornos, a segunda obra que escrevo sobre um mundo que é perto e distante do meu. Não vou me estender sobre isso, o que posso relatar é que, do começo ao fim, vocês me viram. Se existiu o final que viram, é porque esse é o final que desejei. Se ele é bom ou ruim? Apenas o tempo (e, caso exista, um epílogo) pode dizer, de toda forma, acreditem: sou a que mais deseja um final bom.

Mas não posso impor. Finais felizes vão muito além de um teclado ou de nossas escolhas, na realidade, feliz é um termo que depende de quem vê e de quem sofre. Se Adams desejar cair, cairá — não podemos manter as pessoas por muito tempo —, apesar de que nada nos impede de segurar outros Adams. Lembrem-se: o rapaz que vocês viram nos últimos 21 capítulos era bonito, bem sucedido, redes sociais lotadas de fotos e estabilidade financeira. Uma vida perfeita, não? Creio que não necessito entregar uma resposta.

Enfim, não agradeci ao certo. Ainda não sei o que agradecer em si, tenho muitas coisas e nada me soa agradável, resumirei em: obrigada por terem me segurado. Se o final de Adams é incerto, significa que isso não é um final, é um recomeço. Se é um recomeço, que ele faça bom proveito, que todos nós façamos.

Nessa nova fase, agradeço por terem acompanhado as diversas facetas que apresentei nessa história. Sinto muito se algumas coisas não terminaram da forma que mais agrada vocês — a vida não é muito agradável a maioria das vezes —, porém, também sinto é um dia novo para todos nós. Incluindo, para o nosso modelo de luvas brancas.

Se for possível, ficaria feliz que deixassem um comentário e votassem. Eu ainda pretendo escrever os extras prometidos e um epílogo (afinal, se é um recomeço, existirá uma nova história, certo? Para quem não sei dizer. Terapias não significam cura, você entrar em uma não significa que irá se manter nelas), porém, deixarei que isso não tome minha cabeça por muito tempo. Acho que mereço um descanso. Vocês também. Não se prendam a isso, não prometo nada — como poderia?

Espero que tenham tido uma ótima leitura, lembrem-se: caso, em algum momento, tenham se identificado com cenas tristes, não hesite em pedir ajudar. Você não está sozinho, por mais que alguém diga, por mais que essa pessoa pareça saber mais da sua vida do que você, por mais que essa pessoa seja você. Ninguém está sozinho, nunca.

Ah, em caso de urgência, conte até 11. Brincadeira, contate algum apoio, o número do CVV ainda se encontra no primeiro capítulo (188).

Só não se torne aquilo que lhe feriu. Você não é o reflexo do que te fizeram. Ninguém é.

Obrigada por tudo,

Até breve.

P.S: É a insegurança, talvez, todavia vivo de confirmações. Se você finalizou essa história e teve a impressão de que tudo foi resolvido com o poder do amor e da amizade, eu sinto lhe que dizer que nada foi resolvido. Adams ainda está doente, eu ainda estou doente. Porém não estamos só.
E saber disso é o que me dá forças para lutar. Eu espero que, ao terminar de ler Não me TOC, você saiba que também não está e isso lhe entregue mais força do que já tem.
Apenas confirmando.