Profundamente

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— Maitê... - Murmura Tom, arrumando sua gravata. — Eu tenho ódio, muito ódio, mas também me sinto seco, esperando que ela me hidrate. - Ele volta seus olhos ao outro.

— Você está apaixonado por ela? - Questiona o homem, soltando um longo bocejo.

— Não. Eu só... Me sinto viciado. Bem, eu e Maitê crescemos juntos, eu fui o seu primeiro amor e... Éramos muito mais do que só amigos. - Ele vasculha sua mesa.

O lorde gostava de dividir seus sentimentos consigo mesmo. Apenas um clone criado pelo próprio, com magia das trevas.

Voldemort se aprontava para a festa de aniversário da filha de um de seus empregados. Ele estava ansioso para encontrar sua Maitê.

— " É como se ela alimentasse o meu ego " - Menciona uma frase já dita por Tom. — Isso a eleva socialmente, não é? - Ambos se encaram. — Quer dizer que Maitê é um alguém poderoso o suficiente para elevar seu ego, está entendendo? - Questiona trazendo silêncio a sala.

Tom sentia tanto ódio de Anweris, pelo o que ela fez, pelo que fez com as memórias deles em sua mente. Como ela poderia tratá-lo daquela maneira?

Por outro lado, ele também sentia algum tipo de amor por ela. Mas não deveria ser o amor real, afinal, Tom não pode amar. Contudo, seria algo parecido, talvez, Maitê fosse sua kriptonita.

— Que honra a minha poder acompanhar esta linda mulher hoje. - Diz ele, agarrando a cintura dela. — Eles jamais deveriam convida-lá para algo, afinal você sempre seria a atração principal. - O lorde selou seus lábios em um beijo duradouro.

— Você também não está nada mal. - Disse se afastando. — Então, eu não sabia muito o que comprar para a criança, o que você comprou? - Indagou com ansiedade.

Lembrando-se que a data é falsa, e que a filha dos Malfoys só fará aniversário daqui há seis meses, Tom aproveitou para se recordar de que não havia comprado nada.

Ele apenas levantou sua mãos em sinal de redenção, apertando seus lábios em uma careta, sendo observado por Maitê com surpresa.

— A... Certo. - Ela suspirou. — Você é muito ocupado para se lembrar disso. - Ele sorriu. — Venha, vamos passar em uma loja. - Agarrou a mão dele, puxando-o enquanto caminhava.

— Nós podemos ir de carro. - Ele parou ela. — E esta não é a direção certa. - Segurou o queixo dela, acariciando-o.

— Eu acho que podemos caminhar até a loja. - Sorriu afastando-se. — Vamos tomar sorvete no caminho. - Ele sorriu tomando a frente.

Embora momentos doces como este não estivessem tão frequentes na relação dos dois, Tom adorava quando acontecia. Ele mais do que amava a parte romântica de sua namorada.

Por sua vez ambos caminharam de mãos dadas até uma pequena sorveteria. Desde cedo Maitê se mostrou uma amante de paletas congeladas durante o inverno.

— Você não está com frio? - Questionou balançando a mão gélida dela, voltando ao contato visual.

— Na verdade não. - Murmurou ao morder seu sorvete. — É aquela loja. - Disse mudando de assunto. — Você está? - Questionou abraçando o corpo dele.

Tom sorriu, beijando o topo da cabeça dela com carinho, então ambos adentraram a loja abraçados, sendo observados pelas atendentes.

Eles caminharam pelos corredores de mãos dadas a procura de um bom presente para uma pequena garota que ainda sonha com princesas e ursos carinhosos.

— Eu gosto... - Murmurou olhando o objeto. — O que você acha? - Volta seus olhos para o homem que a observava mais perdidamente do que nunca.

Maitê sorri, observando a nuvem que pairava sobre a cabeça dele, então se aproxima para um abraço quente.

O lorde havia percebido a repentina aproximação dela, e estranhou isso como nunca. Qual o sentido de todo aquele afeto?

— É este? - Segurou o objeto, observando-a assentir. — Então vamos? - Questionou apenas sugestivamente.

E mais um abraço, mãos dadas e alguns beijos roubados durante o caminho de volta. Aquilo era como um encontro, definitivamente foi algum tipo de encontro.

Contudo, o trajeto no carro permaneceu em silêncio desde o início até o fim. É como se tudo aquilo fosse momentâneo.

Sua mão pousa sobre a coxa da mulher que mantém os devaneios intactos, fitando as estrelas através da janela. Ele a fita, estranhamente, categorizando sua namorada como esquisita.

É como se tudo fosse apenas uma ilusão para ele. De repente Maitê é carinhosa e gentil, após isso ela retorna ao seu estado gélido e sem sentimentos.

É como se o próprio subconsciente dela o fizesse por ela, tentando não machucar a si mesmo outra vez, como havia ocorrido no passado.

— Chegamos? - Ela questiona se voltando para ele, enquanto o mesmo assentia.

— Você tem compromissos amanhã? - Indaga saindo do carro, ao mesmo tempo que Maitê.

— Alguns afazeres após o almoço... - Murmurou de forma confusa. — Por que? - Indaga com curiosidade.

— Eu pensei que você pudesse passar a noite e a manhã comigo... - Seu braço fica sobre os ombros dela conforme ambos caminham em direção a mansão.

— Bem... Não me parece uma ideia tão ruim. - Ele gargalhou, mantendo um sorriso vitorioso no rosto.

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Tom está carente?

O que vocês acham?

O que é o Amor? - Tom RiddleWhere stories live. Discover now