Gemma.

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Eu estava angustiada a algum tempo. Não sei por onde começar. Engravidei.

Não que isso tenha me deixado triste, ou que tenha afetado Niall de alguma maneira. Pelo ao contrário, estávamos felizes. Não planejamos nos casar, até porque não precisávamos da droga de um papel para comprovar a linda família que estávamos prestes a ter.

Fiz as consultas aos médicos, conforme era me indicado. Fiz tudo da maneira correta, mas algo trágico aconteceu. Em uma quarta-feira eu perdi o bebê.

Isso fez-me perder totalmente o chão. Niall repetia a mim que estava tudo bem e que na hora certa teríamos o nosso tão desejado bebê. Mas eu não me convencia disso. Nunca.

Queria ter a oportunidade de ser a mãe que nunca tive. Acho que isso que me fazia com que quisesse gerar aquela criança. Mas então eu penso que mamãe não fora tão ruim assim para mim. Ela me privou das coisas na intenção de me proteger, e é óbvio que eu protegeria meu bebê das coisas que acharia perigosa.

Não posso culpá-la por isso. É cruel, e então sinto-me tola por tantos anos. Eu deveria tê-la procurado e tentá-la entender.

- Está tudo bem? - Niall aproximou-se me olhando com aqueles gigantescos olhos curiosos. Não respondi, o que apenas o fez ter certeza sobre o que se tratava - Quantas vezes vou ter que lhe pedir para não se preocupar com isso?

- Você não entende! - Gritei com os olhos marejados.

- Gem - Ele suspirou cansado pegando em uma das minhas mãos - Eu sei o quanto você queria gerar essa criança. Eu também queria ser pai. É claro que eu queria. Mas não fora da vontade de Deus, então apenas precisamos aceitar isso. Quando for a hora certa acontecerá e essa criança virá com saúde e com os mesmos traços de beleza que os seus. Até lá você precisa continuar vivendo.

- Você não parecia querer ser pai! - Gritei novamente, domada pela minha tristeza.

- Por favor Gemma, não diga isso! Você sabe como eu queria. Eu preocupei em fazer o quarto dessa criança. Planejava se fosse uma linda garotinha, colocá-la no ballet, e mimá-la. Mas se fosse um lindo garotinho seria um pequeno jogador de futebol. Eu fiz planos tanto quanto você, mas infelizmente eles foram interrompidos. Eu chorei, mas nunca na sua frente porque sabia o quanto estava quebrada e não precisava de alguém triste agora ao seu lado, mas sim alguém para lhe reerguer! - O loiro dissera em um tom alto e me senti arrependida de todas as palavras que já lhe usei, diminuindo o seu amor pelo bebê que estava por vim - Nunca mais diga um absurdo desses. Por muito tempo eu aguentei suas palavras duras tentando diminuir tudo que eu senti por essa criança, mas agora eu estou farto disso. Eu também sofri pela perda, mas eu não desisti de tentar. Talvez você devesse tentar parar de lamentar e continuar tentando. Porque pelo jeito quem ainda não desistiu disso foi eu!

- Desculpa...

- Eu preciso beber - Ele bufou levantando-se.

- Niall por favor - Supliquei segurando em seu pulso - Desculpe-me pelo meu mal comportamento e por todas as palavras que usei com você sem ao menos me preocupar na intensidade que elas tinham.

Esperei que ele se virasse e como nas outras vezes dissesse que estava tudo bem, e então ele juntaria os seus lábios quentes nos meus gélidos. Mas ele não o fez. Apenas soltou-se do meu aperto e continuou a andar em direção a porta.

Senti o meu corpo cair no chão e as lágrimas rolarem pelos meu rosto compulsivamente. Eu havia estragado tudo. Eu simplesmente o culpei por tudo.

Eu continuaria chorando se não fosse a droga da campainha tocar incansáveis vezes. Pensei em deixá-la tocar até que o sujeito se cansasse, mas podia ser Niall, não podia?

Obriguei-me a levantar e quando abri a porta me vi surpresa.

- Mamãe?

- Olá querida - Ela abraçou-me com força - Precisamos conversar.

N/a: Capítulo pequeno, mas prometo que compensarei vocês. Outro aviso, essas cenas aconteceram antes do encontro com Liam.

E ai, já tem alguma teoria sobre o que está acontecendo??

Merman 2 - l.sWhere stories live. Discover now