Capítulo 13

88 12 13
                                    

O ser humano é extremamente falho. Tomamos atitudes como nos convém - mesmo que muitas vezes não admitimos - agimos por impulso, pensando em nosso próprio bem. É uma característica nossa querendo ou não. Mas saber reconhecer, e saber fazer escolhas diferentes da próxima vez, é exatamente o que nos torna melhores e nos faz evoluir como pessoas. Aprendemos com o nosso dia a dia e não dá para se culpar e lamentar pelo resto da vida por erros passados, pois são eles que irá nos ensinar. Horan pensara muito nos últimos minutos enquanto estava com Josh. Ele era um homem que fazia com que ele se questionasse. O contrariava não por raiva, mas por um desejo insistente de que Niall deveria conhecer todos os pontos de vista antes de julgar que somente o seu seria o correto. E era isso que o loiro precisava. Conhecer o novo e aceitar as diversidades, deixar sua ignorância de lado. Então ao ver a imagem diante de si, pensou se talvez tivesse julgado a garota errado. E se ela soubesse a verdade? Não teria o julgado por birra, mas porque era verdade. Ele fora alguém cruel com Gemma e todas as palavras duras de Sarah, agora demonstravam ser sinceras, e o que ele precisava ouvir na época para cair na real.

Demorou um pouco para que Niall caísse na real e analisasse a imagem diante de si. Ele se vira perguntando como ele havia os encontrado, e o motivo pelo qual ela não parecia tão surpresa ao vê-lo, como se tivesse previsto a tudo isso. Mas quando ele deixara suas dúvidas de lado e prestou atenção diante de si, ele percebera que os olhos da garota estavam fracos, pedindo por ajuda. Ela tinha uma certa dificuldade em manter-se de pé, obrigando-se a segurar nas paredes. O cabelo estava ainda mais desajeitado que o normal, em um rabo de cavalo caído, assim como os fios menores caíam sobre o seu rosto. Os lábios estavam cortados, assim como haviam alguns machucados em seu rosto, pernas e braços. Mas o que lhe chamara a atenção fora os pulsos da garota que tinham algemas - quebradas. Niall não tivera perto para perguntá-la o que ela havia aprontado. E mesmo a forma que ela a havia o tratado, não sentiu rancor. A tomou nos braços, rodeando-a com cuidado na cintura e a levando para dentro. Sarah parecia agradecida apenas com o olhar, mas ainda sim tinha uma pitada de tristeza que o loiro não conseguia decifrar, e compreendia não ser um bom momento para questioná-la. Ele correu até a cozinha pegando uma bolsa de gelo e entregando-a. Perguntou várias vezes se ela precisava de mais alguma coisa, e ela negou todas, mas ele não se vira por convencido e trouxe comida. Já que pensava que a comida sempre seria a solução para todos os problemas.

— Eu sinto muito. — Ela dissera olhando para o prato em sua frente, que estava sobre a mesa de centro. O olhar era caído e evitava o máximo possível os olhos azuis de Niall. Ela sentia-se profundamente envergonhada.

— Se está se referindo a grosseria a qual me atendeu a outro dia, eu não a julgo. Você tinha razão, e infelizmente eu demorei para reconhecer isso. Acho que eu lhe devo desculpas. — Niall sentou-se no chão tentando olhar o rosto da garota. Queria perguntá-la o que havia ocorrido, mas não sabia se era uma boa ideia.

— Não por isso. — Ela o respondeu, e com os dedos trêmulos empurrou o prato para longe de si. — Eu menti, para todos, e sei que se quero ajudá-los eu preciso contá-los a verdade. Onde estão os outros?

Niall a olhou confuso, mas deu de ombros.

— Chame-os. — Sarah dissera em tom autoritário, mas só depois percebera o quanto estava sendo rígida, e tentara quebrar o gelo com a voz mais suave dessa vez. — Por favor.

O loiro estava curioso demais para questioná-la. Ele apenas se levantou e subira até o andar de cima batendo em todas as portas pedindo-os para que saíssem. Contudo, Josh abrira a porta imediatamente inquieto, como se estivesse ganhando um novo presente. Mas Louis não dera nem sinal de vida, deixando-o preocupado.

— Eu falo com ele. — Niall apertou o ombro dos amigos indicando para descê-lo e que logo explicaria tudo. 

Josh dera um aceno de cabeça e virou-se sumindo pelas escadas em seguida. Então Niall ficou a encarar a porta por algum tempo antes de finalmente conseguir coragem para entrar nela. Ele estufou o peito girou a maçaneta abrindo-a. Louis estava deitado na cama, um pouco encolhido. O rosto afundado no travesseiro, e alguns soluços eram escutado. O loiro sentia-se partido ao ver a cena. Era doloroso ver o seu melhor amigo naquela situação. Queria poder dizê-lo algo para reconfortá-lo, mas ele não entendia que agora a tristeza de Louis não era apenas sobre Harry, mas envolvia a ele.

Merman 2 - l.sWhere stories live. Discover now