Capítulo 18

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Até que ponto as pessoas se sacrificam pelo amor? Até que ponto Louis ainda será capaz de procurar o amado, e até que ponto Harry será capaz de esperar enquanto está morrendo?

A neve já começou a cair, e Louis abraça a seu próprio corpo devido ao frio. Ele não teve tempo para escolher as roupas que trazia consigo, o que significou em nada que pudesse aquecê-lo. Neste momento, tudo que vestia era uma regata e uma bermuda qualquer, trazendo a possibilidade que ele pudesse pegar alguma doença, mas ele não ligava para isso. A única coisa que os seus pensamentos ainda lhe permitiam pensar, era no sorriso grandioso que o cacheado obtinha, e ele queria vê-lo de novo. Queria tocá-lo e sentir a pele macia e graciosa do outro, então se pra isso ele tivesse que colocar a sua própria vida em risco, então ele faria. Afinal, fora isso que ele aprendeu dos seus pais que era o verdadeiro amor.

Mesmo que Jay tenha partido já faz algum tempo, seu pai ainda a ama. Seu pai ainda a leva no coração e sabe que jamais irá se apaixonar novamente. Ele sabe que não haverá mulher que preencha aquele vazio incansável em seu coração. Então no final, Louis percebeu que se algo acontecer com Harry, ele terá o mesmo vazio que jamais poderá ser preenchido novamente, porque apenas o coração do cacheado tem um brilho único. Um coração grande e belo, um coração recheado de doçura e generosidade. De fato, um coração raro de se encontrar por ai.

Flashback on.

Aquela era mais uma manhã como as outras, ou quase isso. Harry estava com a pequena Darcy nos braços afagando os seus cabelos. Eles cheiravam tão bem como o seu. Os olhos que eram uma mistura de esmeraldas com safiras lhe olhavam atentos. Ela tinha o sorriso iluminado e isso bastava para que aquecesse lentamente o coração do pai. Enfim ele afastou-a, deitando-a na cama e vestindo-a com um vestidinho azul safira com bolinhas, e sapatinhos de boneca na cor bege. Por fim, ele colocou uma tiara de florzinha na cabeça da pequena, que aceitou-a sem fazer birra. 

Olhando-a assim, ele percebera que a sua família era mais que perfeita. Ele tinha alguém a quem amar, e alguém que o amasse, e através desse amor surgiram muitas outras coisas gratificantes que o fizera se tornar um homem completo.

Neste mesmo dia, neste mesmo instante, Harry chegou a conclusão de que não importava tudo que ele tinha passado. Mesmo que ele ainda amasse os seus pais, mesmo que ele sentia falta deles, ele não seria capaz de mudar nada. Percebeu que às vezes para que possuíssemos coisas boas, precisamos descartar outras, mas valeu a pena deixar tudo. Ele conheceu amigos ao qual sentia que arriscaria a vida por eles, mas também conheceu o grande amor da sua vida. E mesmo que passe anos, mesmo que algumas vezes eles discutam por coisas tolas, ele ainda o ama. Ele ainda sente o coração disparar todas vezes que vê o sorriso de Louis com as ruguinhas nos olhos. Ele ainda sente as borboletas e aquele frio indescritível, quando as suas mãos se conectam com a do amado. Ele ainda sente tudo como se fosse a primeira vez desde que aceitou seus sentimentos.

Mas Louis não é diferente. Se fosse por ele, ficaria horas apenas observando a beleza do amado. É uma beleza que não há palavras para explicar, mas se tivesse que alguma vez na vida explicá-la, diria que a beleza de Harry é similar a beleza de um anjo. A pele era tão macia, mas todas vezes que a tocava um choque percorria cada minucioso pedaço de seu corpo. O cheiro era de rosas com uma mistura de algo que Louis não poderia dizer o que era, mas apenas tinha a certeza que era um cheiro bom e que ele queria afagar o seu nariz naquele pescoço todos os dias, todas as noites.

O corpo de Harry era quase como um mistério. A cada dia uma descoberta nova, uma sensação nova. Chegar ao ápice com ele era a melhor das sensações. O corpo de Louis todo tremia a cada orgasmo. O coração acelerava, a respiração ofegava. Mas ainda sim, a melhor parte é quando se abraçavam sem se importar com a sujeira que os seus corpos estavam. Então os corações de ambos se conectavam como se fossem um só. Era a mesma batida, e apenas senti-las era o suficiente para que soubessem o quanto se amavam, sem que precisavam proliferar em voz alta.

Merman 2 - l.sWhere stories live. Discover now