Merman 2 - l.s

Capítulo 11

Andar pelas mesmas ruas tem sido difícil agora. Era como se faltasse uma parte de si, uma parte essencial para sua existência. Niall encontrava-se confuso, era muitas coisas para aprender a lidar. Coisas que ele jamais pensou que um dia passaria, e para ser sincero ele não queria fazer parte desse mundo sobrenatural. Apenas queria ter uma vida normal, e segui-la com ela, sem ter que se preocupar com feitiçarias e o diabo a quatro.

O loiro esteve repensando todas as ideias malucas de Gemma, e agora elas não pareciam ser tão fora de si, em comparação ao que tem descoberto nos últimos anos ao lado da garota, que hoje já era uma mulher. Tudo aconteceu rápido demais, mas a pedida que precisava acontecer. Ele descobrira um novo universo, e também percebera que antes ele era limitado a muitas coisas, que jurava ser o ''todo''. Tudo parecia distorcido, e ele arrependia-se amargamente de não ter tido uma ponta de esperança de que Gem não havia enlouquecido por sua gravidez, ele queria ter sido um namorado melhor. Mas haviam muitas dúvidas em sua mente, que o perturbava, mesmo quando ele suplicava por um silêncio necessário.

Niall perguntava-se o que era o amor. Mas o amor puro e inocente que aflora em nossos corações nos momentos que menos imaginamos. Um amor ardente, que de uma forma inacreditável faz parte de cada parte de nossos seres. O que ele sentira por Gem não fora algo fraco, mas ele não tinha certeza se era o amor retratado nos filmes, o amor que tudo vencera. Eles eram como melhores amigos, sempre dispostos a estar ali um pelo outro, conversando com o olhar, e rindo de piadas que só eles entendiam. Em um tempo não tão distante o loiro julgava aquilo como amor, mas olhando para como Louis e Harry ainda se olhavam em meio a todo caos, percebendo que eles mesmo quando pensavam desistir um do outro, ainda lutavam, pois não importava o que ocorresse, em seus corações sempre haveria esperança mesmo que os mesmos negassem. E enquanto a ele e Gem? Eles sentiam-se assim? Perdidamente apaixonados, e mesmo que se passasse anos, e mesmo com toda essa tempestade, eles ainda seriam o porto seguro do outro? A âncora que os estabiliza no mesmo lugar?

Horan queria poder dizer que Gem não tivera motivos para ir embora. Queria acreditar que ela fora não por não ama-lo, mas por ele não ter sido capaz de lhe entregar toda a confiança que ela desejava e precisava. Mas continuar a mentir para si mesmo depois de dias não era mais uma opção, ela havia ido e não voltaria, nem se ele implorasse por todos os oceanos e fizesse juras de amor, que ele não sabia se eram de fato verdadeiras.

Ele vivera tempo o suficiente para saber que criara um carinho enorme pela mulher. Viveu para ver o brilho em seus olhos e saber reconhecê-lo. A amou da forma que conseguia, mas não da forma que ela merecia. Talvez apenas tenha sido um amor de amigo, mas a falta dela não era como uma namorada, era como uma amiga que havia se ido. Não tão cortante quanto a de Louis por Harry, e isso o fazia duvidar de tudo que vivera. Lhe fez duvidar de que tipo de pessoa ele realmente era. E também o obrigou a aceitar que era hora de crescer.

Niall fizera sacrifícios aos longos dos anos. Deixou o amor por surfar, para ter uma vida sem riscos ao lado de Gem, e para poder nutrir suas necessidades. Também fizera isso por Zayn - por mais que não admitisse - ele não queria que o amigo vivesse triste por vê-lo realizar os sonhos que um dia fora seu. Deixar as coisas que um dia amou, era como recomeçar do zero. Construir-se novamente como alguém melhor. Mas ele havia se esquecido de que precisava passar a pensar diferente. Foi-se o tempo de brincadeiras e curtição. Agora ele era um homem e estava na hora de agir feito tal.

O homem passou tempo demais pensando em como era agradar as pessoas ao seu redor. Deixou a sua vida para viver a da namorada, mas ela se foi. Todos se foram para um canto diferente e ele sempre esteve sozinho de alma. Sempre procurando preencher um vazio que habitava em seu coração e que um dia acreditara que seu filho preencheria-o.

Mas eram apenas mentiras que ele contava a seu próprio coração. Mentiras que achara que um dia poderia justificar que ele não era uma pessoa ruim, e que tudo que a mulher sentia por ele era recíproco. Mas, do que adiantou todas essas mentiras para si mesmo, se agora ele condenava-se por não sentir a falta que devia dela?